já não sinto medo, amor…
Já não me deito nas acácias do teu corpo
nem me visto, nas giestas dos teus braços
onde o bosque se calou na solidão, amor.
Abraça-me, sinto frio…
As violetas que colho nos teus olhos
calam-me a dor minguante,
em pequenos cristais de sal, melodiosos
Já não sinto medo,
Corto com a lâmina de vidro, os glaciares
de velas,
que velam por mim,
num jardim de gerberas perfumadas,
aromas de nós, ainda desconhecidos.
Aceita-me, como uma açucena,
despe-me pétala a pétala
até que o caule encontre,
a raiz de um poema só nosso.
Conceição Bernardino
blog Amanhecer & Palavras ousadas
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