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quinta-feira, 29 de setembro de 2011

rimas do absurdo - poema de António Garrochinho 2001

ele, comia, comia, comia
era assim que vivia
de noitadas e de farra
canção aqui
fado ali
e de nada mais se importava
era patrão
era cão
feroz, dos mais predadores
e a vida assim gozava
á custa dos trabalhadores
rouba aqui
despede ali
ferindo com a sua garra
casou com uma rapariga
que lhe cantou uma cantiga
com a beleza da cigarra
e da música que engoliu
dos acordes da guitarra
foi prá puta que o pariu
no meio de grande algazarra
eram choros e discursos
balir de cabras
rosnar de ursos
até deu na televisão
era o senhor comendador
que em vida foi um senhor
e o é ainda no caixão
ruim cepa
muita parra
já morreu o cab...

do que é que o senhor morreu ?
foi das coisas que comeu !

que é feito da viúva ?
desa(pereceu) no meio da chuva !

António Garrochinho

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