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sábado, 30 de junho de 2012


Mudar o governo ou mudar o primeiro-ministro?


Há menos de um mês o país vivia um dos seus momentos oásis, éramos melhores do que os gregos, a Merkel estava quase apaixonada pelo Passos Coelho, o Gasparoika dava um excelente presidente do Eurogrupo se não foi cidadão de um país de caloteiros, as receitas fiscais estavam em linha com as previsões, as exortações eram o símbolo do sucesso de reformas estruturais como a gorjeta de 50 mil para o Professor Pentelho, Portugal era o modelo de sucesso da estratégia económica do empobrecimento forçado de parte dos cidadãos de um país.
  
De um dia para o outro o discurso mudou, só o tresloucado Portas escreveu aos seus apoiantes prometendo o paraíso em 2013. Já ninguém acredita no sucesso da política brutal decidida e implementada pela dupla formada pelo Gasparoika e por Passos Coelho, o país caminha a passo rápido para a ruína e par um segundo resgate, chega a ser humilhante ver o mesmo Cavaco que há um mês prometia criação de emprego e crescimento já no segundo semestre (a partir de amanhã) vir agora pedir à troika que nos recompense porque fomos mais mansos e graxistas do que os gregos
  
As experiências do Gasparoika falhou, o modesto economista sem provas dadas, que revela uma total insensibilidade social e que não tem as mais pequenas aptidões em domínios como a modernização do Estado ou a política fiscal conduziu o país a uma situação bem pior do que aquela que o levou ao resgate. Portugal deve mais, os cofres estão mais vazios, a despesa pública aumentou, o fisco está desorganizado, o combate à evasão fiscal é um falhanço.
  
Em suma, Vítor Gaspar revelou-se um incompetente e quanto mais tempo este incompetente mandar nas Finanças, no primeiro-ministro e no governo mais portugueses serão lançados no desemprego e na miséria, mais empresas encerrarão, maior será a dívida do país. A receita de Vítor Gaspar falhou porque como aqui se escreveu numerosas vezes não passa de uma pinochetada económica, é uma solução que teve sucesso nos anos setenta e apoiada numa ditadura brutal, em democracia, numa economia aberta e num contexto de crise internacional estava condenada ao fracasso.
  
O país não acredita em Gaspares e Relvas, precisa de uma verdadeira diplomacia e não uma brincadeira quase infantil, carece de ministros que saibam e não de betinhas que chegam a minhas graças a uma quota e porque se destacaram em lutas de sacristia contra o aborto, é urgente uma reforma séria na justiça e não a sua transformação em jogos de poder. A situação do país é demasiado séria para brincadeiras, isto não é uma associação de estudantes do ensino básico.
  
Ou Passos Coelho se deixa de brincadeiras, demite os incompetentes que arranjou, dispensa os assessores da treta e governa a sério, se é que é capaz de tal coisa, ou então que se demita e ceda o lugar a outra personalidade do PSD. O país já não acredita nesta política e começa a ficar-nos mal em termos internacionais esta transformação de um país digno e soberano numa pandilha de gente graxista e de baixo nível.

Censura
Ana Leitão, André Meneses e Yomani Rodrigues, 12ºB sob orientação do professor Paulo Oliveira


Introdução
Formas de Censura
Lápis Azul
Censura na Imprensa
Censura na Música
Censura na Publicidade
Censura no Teatro
Censura no Cinema

A Censura e o Ultramar 

Introdução:
A censura é tão antiga quanto a sociedade humana, sendo a Grécia antiga a primeira sociedade a elaborar uma justificativa ética para a censura, com base no princípio de que o governo da Pólis (cidade - estado) constituía a expressão dos desejos dos cidadãos, e que portanto podia reprimir todo aquele que tentassem contestá-lo.(1)
“ (...) Censura é usada pelo estado ou grupo de poder, no sentido de controlar e impedir a liberdade de expressão. Esta criminaliza certas acções de comunicação, ou até a tentativa de exercer essa comunicação. No sentido moderno, a censura consiste em qualquer tentativa de suprimir informação, opiniões e até formas de expressão, como certas facetas da arte. Pode também ser entendida como a supressão de certos pontos de vista e opiniões divergentes, através da propaganda, manipulação dos média ou contra - informação.
Exerce-se por meio do exame e da classificação do que considera crime, pecado, heresia, subversão ou qualquer outro acto susceptível de supressão e punição (...)”(2)
Formas de Censura:
Do ponto de vista da forma pela qual é exercida, a censura pode ser preventiva ou prévia; repressiva ou punitiva; indirecta; censura de carácter moral, político e religioso e censura pública.
Censura prévia ou preventiva é o direito que tem o governo de exercer vigilância sobre a publicação de livros ou periódicos, assim como da encenação de peças teatrais, fora da intervenção dos tribunais.
A censura ao texto impresso é feita após a publicação, de acordo com o princípio segundo o qual o cidadão deve assumir a responsabilidade dos seus actos. Nestes casos, a censura chama-se punitiva ou repressiva.
Os tribunais do Santo Ofício exerciam uma censura de carácter moral, político e religioso, sendo os réus submetidos a torturas, a longos períodos de prisão ou à morte na fogueira.(3)
Na censura pública, os censores liam e reliam cada palavra, cortavam vocábulos, parágrafos, textos completos. Amputavam as notícias, chegavam a subverter por completo o seu sentido e substituíam palavras.
Lápis Azul:
O “lápis azul” riscou notícias, fados, peças de teatro e livros, apagou anúncios publicitários, caricaturas e pinturas de parede. Sendo proibida qualquer referência ao material censurado, poucas foram as oportunidades de ver o que se perdeu.(4)
“ (...) Com Salazar, a Censura carimbava CORTADO quando os cortes eram integrais,AUTORIZADO COM CORTES quando eram parciais, e também apunha o carimbo deSUSPENSO , nos casos em que era requerida decisão superior.
Com Caetano, o Exame Prévio carimbava PROIBIDO nas provas cortadas na íntegra,AUTORIZADO PARCIALMENTE  nas que sofressem cortes parciais e DEMORADO nas que fossem sujeitas a instância superior. As que passavam sem cortes eram simplesmente carimbadas a azul com a designação VISADO (no tempo de Salazar) ou VISTO (no de Caetano).
Todos os artigos passavam pelo exame prévio e só depois seriam publicados, se os censores o autorizassem (...)”.(5)
(6)
” (...) Rolha na boca. Óculos na ponta do nariz. O jornalista não pode “falar”. Tem uma faca à cabeça. E uma tesoura aberta entalada no pescoço. Na lâmina da faca lê-se “Lei de Imprensa”; na tesoura, “Censura” (...) “.
Censura na Imprensa:
Comissão da Censura é instituída a 22 de Junho de 1926. Os jornais passam a ser obrigados a enviar a esta comissão quatro provas de página e a não deixar em branco o espaço das notícias censuradas. A implicação desta medida causa a indignação nas redacções. Em 1933 a Censura viria a ser legalmente instituída através da Constituição.
Todos os textos de jornais eram submetidos à Comissão de Lisboa. O Notícias da Amadora conheceu este tipo de censura durante 16 anos, desde a criação do jornal até ao 25 de Abril de 1974. Este jornal era sujeito a uma censura posterior, exercida por jornais do regime, pelas designadas forças vivas e também pela hierarquia da Igreja católica, os quais criticavam os censores por serem tão permissivos. Depois de censuradas, uma cópia das provas era entregue ao jornal para que procedesse aos cortes.
“ (...) No tempo da primeira República, Portugal esteve também sujeito à Censura. Mas os cortes eram então denunciados. Salazar pôs termo a essa prática e os jornais exibiam apenas na primeira página a menção VISADO PELA CENSURA.
Marcello Caetano levou mais longe a encenação da liberdade. A partir de Junho de 1972, com a entrada em vigor da Lei de Imprensa que o regime fizera aprovar em Novembro de 1971, a expressão VISADO PELA CENSURA foi erradicada das páginas dos jornais. Mas a censura manteve-se através do regime de Exame Prévio, evolução registada nas provas a partir de Junho de 1972 (...) “(7)
(8)
Neste excerto podemos observar a forma minuciosa de como a censura actuava, cortando frases ou palavras, que por vezes pareciam insignificantes. Neste caso a notícia foi autorizada mas com cortes, devido ao simples facto de conter a palavra Estado escrita por duas vezes com letra minúscula.
Censura na Música:
A censura estendia-se a outros domínios que não a Imprensa. A realização de um espectáculo público dependia de uma solicitação de autorização submetida à Comissão da Censura. E nem as letras dos fados a serem cantados escapavam ao exame da Inspecção dos Espectáculos, Serviços de Censura.
Foi o que aconteceu com a noite de fados marcada para o dia 9 de Dezembro de 1939 no Café Mondego, em Lisboa. As letras das canções haviam sido enviadas para a Inspecção dos Espectáculos, Serviços de Censura, a fim de serem examinadas antes de ser decidida a sua exibição em público.
“ (...) Aureliano Lima da Silva foi um dos fadistas que viu as suas letras serem censuradas. Entre os visados temos “Tejo… Canção da saudade”, “A Guitarra” entre muitos outros, este é o exemplo de um fado que fora aprovado mas com alguns cortes. Na primeira quadra cantava-se: «Querida guitarra/ Alma bizarra/ és imortal” mas omitia-se o final: “A tua história/ é a gloria de Portugal». A última quadra sofria um corte semelhante. Cantava-se «Guitarra querida/ a tua vida/ está gravada dentro de nós” e cortava-se “Por que és a voz/ da pátria amada» (...) “
(9)
Menos “sorte” teria o “Fado Socialista”, escrito em 1927 por Ramada Curto que seria proibido. “ (...) A letra não deixava ao censor margem para dúvidas: «Gente rica e bem vestida/ P'ra quem a vida é fagueira/ Olhem qu'existe outra vida/ N'Alfama e na Cascalheira! (…) Mas um dia hão-de descer/ Os lobos ao povoado…/ Temos o caldo entornado/ Vai ser bonito de ver/ Não verá quem não viver/ O fogo d'essa fogueira/ Soa a hora derradeira/ De quem é feliz agora…/ Às mãos da gente que chora.» (...)”(10)
Censura na Publicidade:
Como se pode observar até na publicidade a censura actuava. O cartaz demonstra um anúncio de uma marca de vestuário, de senhor e de senhora, com dois casais vestidos em primeiro plano e outro em segundo plano onde o grupo apareciam sem roupa, ainda que não se percebesse a nudez dos seus corpos, o slogan "Ou Daga ou nada" explicava a imagem. A Censura autorizava o anúncio mas cortava a segunda imagem.
(11)

Censura no Teatro :
Pela mesa censória passavam também os guiões das peças teatrais, antes da sua exibição.“ (...) A revista “Travessa da Espera” da autoria de Vasco Sequeira e António Cruz com exibição marcada para Dezembro de 1945 no Teatro Maria Vitória viu cortados pela censura 2/3 do seu texto, como se pode observar nas imagens abaixo apresentadas. E um dos seus actores chegara a ser repreendido por ter proferido diálogos cortados. Para além dos guiões o material de divulgação das peças era também objecto de censura (...) “
(12

Censura no Cinema:
Mas se alguns dos cortes da censura são “óbvios” pelas mensagens subversivas ao regime político fascista, outros são menos claros.
Como se pode observar neste panfleto de divulgação do filme “A Casa Encantada” de Alfred Hitchcock, a navalha que um homem segura enquanto abraça uma mulher é apagada.
(13)
A Censura e o Ultramar:
“ (...) O trabalho minucioso do censor é visível num memorando relativo a uma edição (sem data) do diário portuense O Primeiro de Janeiro. Numa lista, as diferentes secções do jornal aparecem enumeradas e classificadas quanto à sua publicação ou não. Censurados estava a secção Noticiário do Ultramar e alguns artigos relacionados com a actuação dos tribunais, o aborto e a PIDE (...) “
“ (...) Outras notícias seriam publicadas mas com cortes. Um artigo sobre o envio de tropas para a guerra ultramarina recebia a atenção do censor que advertia para o corte da referência ao número de homens, ao seu destino e à quantidade de armas. Não raras vezes a pena pela publicação de notícias censuráveis que escapavam ao controle do censor era a suspensão das publicações por tempo a determinar.
O jornal A Voz Africana, na sua edição de 16 de Fevereiro de 1968 destaca um desses casos na sua primeira página: a suspensão por 30 dias do Diário de Moçambique. O motivo ficara a dever-se ao facto de este jornal ter relatado uns incidentes ocorridos no Norte da província moçambicana dos quais resultara a morte de um militar (...) “
(14)
Este cartoon pretende mostrar que não se devia falar de certos assuntos, neste caso o Ultramar, pois ao discutir-se sobre este assunto a censura actuava como se pode observar na imagem.
O melhor a fazer seria defender-se e não tocar no tema Ultramar.
Como se pode observar na imagem um dos personagens do cartoon faz a pergunta: “ (…) Discute-se ou defende-se? (…)” e o outro personagem diz “Discute-se…”, esta não seria a resposta adequada ao caso pois o outro personagem diz “Perdeste!”. Com este exemplo podemos verificar a forma de como a censura actuava minuciosamente em todos os casos.
(1) http://www.renascebrasil.com.br/f_censura2.htm 
(2) http://www.renascebrasil.com.br/f_censura2.htm http://pt.wikipedia.org/wiki/Censura 
(3) http://www.renascebrasil.com.br/f_censura2.htm 
(4) http://www.apagina.pt/arquivo/Artigo.asp?ID=3461 
(5) http://www.noticiasdaamadora.com.pt/censura16/index.php 
(6) Imagem retirada de: http://www.imultimedia.pt/galeriavirtualdacensura/ 
(7) http://www.noticiasdaamadora.com.pt/censura16/index.php 
(8) Imagem retirada de http://www.imultimedia.pt/galeriavirtualdacensura/ 
(9) Imagem retirada de: http://www.imultimedia.pt/galeriavirtualdacensura/ 
(10) http://www.apagina.pt/arquivo/Artigo.asp?ID=3479 
(11) Imagem retirada de: http:////www.imultimedia.pt/galeriavirtualdacensura / 
(12) Imagens retiradas de: http:////www.imultimedia.pt/galeriavirtualdacensura/ 
(13) Imagens retiradas de: http://www.imultimedia.pt/galeriavirtualdacensura/ 
(14) Imagem retirada de: http//www.imultimedia.pt/galeriavirtualdacensura/ 

sexta-feira, 29 de junho de 2012


O (duplo) triunfo dos porcos



Polvos, vacas, crocodilos, elefantes e outros animais como Platini previram que a final do Euro 2012 seria Espanha- Alemanha.

Pelo pouco que fui vendo dos jogos da fase de grupos, fui alimentando a esperança que a final fosse Portugal/Itália. Tal como Platini fiquei pela metade, porque os postes impediram a presença da equipa portuguesa em Kiev.
Não vi o Alemanha/Itália em directo e, quando me informaram do resultado, pensei que tivesse sido um jogo equilibrado. Puro engano!  A Alemanha podia ter apanhado 5 ou 6, como pude constatar na transmissão em diferido que vi horas mais tarde.
Confesso que fiquei muito satisfeito com a derrota dos Berliner Schnitzel. Eles já ganham demasiado com os juros dos países em dificuldades, estava na altura de começarem a perder.
Entretanto, chegam-me notícias de Bruxelas anunciando que Espanha e Itália estão a bater o pé à Merkel, bloqueando todas as decisões da Cimeira enquanto a Frau Angie não ceder às suas pretensões.
Já defendi várias vezes que, se os países do sul se tivessem unido desde o princípio, nunca teríamos chegado a esta dramática situação. Foi preciso Espanha e Itália começarem a sentir a água pelo pescoço, para que alguém batesse o pé à Alemanha.
Poderia ser uma boa notícia…mas à distância não sei se é! Espanhóis e italianos estão apenas preocupados em resolver os seus problemas e borrifando-se para Portugal, Irlanda ou Grécia. Esta atitude  confirma que estes dois países merecem bem pertencer aos  PIIGS. Se fossem decentes, seriam solidários com os seus parceiros. Ou, pensando melhor, talvez não precisem, porque pelo menos Irlanda e Grécia exigirão condições idênticas. Temo é que em Portugal isso não tenha efeitos, porque o coelho é um animal que gosta de ser sodomizado e é bem capaz de pedir para continuar a sofrer.
Coelhos à parte, tudo indica que os PIIGS venceram a teimosia da vaca e uma coisa é certa: o Euro da bola irá disputar-se entre dois PIIGS. Exactamente os mesmos que ( pelas noticias que me chegaram durante a noite)  parecem ter nas mãos o futuro do €uro. Um futuro que não será risonho. Em 2016 poderá haver mais um Euro mas, pelo andar da carruagem, já não haverá €. 
Depois, não digam que não se deve misturar futebol com política…
Em tempo: alguém sabe dizer-me se o Coelho continua a beijocar a Angie?


recados e não só - António Garrochinho




poesia ilustrada de António Garrochinho Junho 2012





As esperanças evaporam-se

As esperanças correm sempre o risco de se esfumar, quando não têm concretização em prazo aceitável. Mesmo a que se referia ao regresso de D. Sebastião numa manhã de nevoeiro se foi esbatendo ao longo do tempo até que até já ninguém a ter.

Na vida quotidiana o desaparecimento de esperanças na concretização de prometidos de êxitos, cria a incredulidade nas palavras de falsos profetas que, depois, como castelo defensivo, só lhes resta evitar falar.

Segundo notícia do PÚBLICO, baseada em dados do INE, o «Governo fechou os três primeiros meses do ano com um défice de 7,9% do PIB, acima do registado no período homólogo de 2011. Meta de 4,5% para este ano fica cada vez mais difícil.»

Foi um ano a recuar. E isto acontece depois das promessas douradas da campanha eleitoral e das posteriores afirmações, do actual Governo «garanto que…», «asseguro que…», «custe o que custar» e dos conselhos dados aos portugueses, «imigrem», «não sejam piegas», etc.

Com tudo isto, em quem podemos acreditar? A que nos podemos agarrar para termos esperança no futuro? Quem virá cortar as gorduras do Estado, racionalizando a organização das instituições públicas, eliminando as inúteis, fundindo as semelhantes, privatizando muitas (sem as tornar PPP), reduzindo mordomias, automóveis, telemóveis, cartões de crédito, etc.?

Há quem defenda que ou fazem já um governo de coligação alargada com um PM apartidário (Governo de Salvação Nacional) para não estarem a subordinar os interesses do Estado ao medo de perder as próximas eleições, ou em breve poderá surgir algo de imprevisível. Só com uma coligação muito alargada que comprometa, nas reformas estruturais a fazer, todos os partidos com assento parlamentar, poderão ser tomadas as medidas menos populares, por deixar de haver receio de perder votos a favor da oposição.

E perante a situação de crise, não devem ser menorizados os sinais de descontentamento, já revelados em assobios a governantes, em vários locais e agora na Covilhã ao ministro da Economia, porque eles podem estar a prenunciar atitudes mais dolorosas.

Embora «o povo seja sereno», como dizia Pinheiro de Azevedo, é preciso ter cuidado com a ira do touro manso!

Parece que talvez se possa concluir que o mal não é do actual Governo nem de qualquer outro, mas sim dos vícios do sistema, das manhas acumuladas e acrescidas ao longo de quatro décadas. Mas fica a dúvida de como irá isto reverter para um esquema ético e patriótico, virado para os interesses nacionais, dos cidadãos, em geral? É de recear que, dada a incapacidade de a solução vir de partidos, ela venha a ser procurada por acções de violência que pode ser demasiado dura e, com o inconveniente de, a seguir, os males poderem renascer, com outros actores. Mas o povo embora pareça tolerante, sereno, apático, de brandos costumes e adormecido, pode cansar-se de esperar por milagres que também não se apresentam como solução.

Imagem de arquivo

Em 28 de Maio, o presidente Obama lançou uma campanha para falsificar a história da guerra no Vietname.

Os americanos deixaram um regalo às crianças do Vietnam, as deformidades congênitas
A história é o inimigo quando as psy-ops se tornam notícia 
por John Pilger


Ao chegar a uma aldeia no Vietname do Sul, deparei-me com duas crianças que testemunhavam a mais longa guerra do século XX. Suas terríveis deformidades eram familiares. Ao longo do rio Mekong, onde as florestas foram petrificadas e silenciadas, pequenas mutações humanas viviam o melhor que podiam.

Hoje, no hospital pediátrico Tu Du em Saigon, um antigo anfiteatro é conhecido como a "sala da colecção" e, não oficialmente, como a "sala dos horrores". Ali há prateleiras com grandes garrafas que contêm fetos grotescos. Durante a sua invasão do Vietname, os Estados Unidos pulverizaram um herbicida desfolhante sobre a vegetação e aldeias a fim de negar "cobertura ao inimigo". Era o 
Agente Laranja , o qual continha dioxina, venenos com tal poder que provocavam a morte fetal, abortos, danos cromossomáticos e cancro.

Em 1970, um relatório do Senado dos EUA revelou que "os EUA despejaram [sobre o Vietname do Sul] uma quantidade de produtos químicos tóxicos que se eleva a seis libras [2,72 kg] per capita da população, incluindo mulheres e crianças". O nome de código para esta destruição maciça, Operação Hades, foi alterado para o mais amistoso Operação Ranch Hand. Hoje, cerca de 4,8 milhões de vítimas do Agente Laranja são crianças.

Len Aldis, secretário da Sociedade de Amizade Britânico-Vietnamita, retornou recentemente do Vietname com uma carta ao Comité Olímpico Internacional escrita pela União das Mulheres do Vietname. A presidente da união, Nguyen Thi Thanh Hoa, descreveu "as graves deformações congénitas [provocadas pelo Agente Laranja] de geração para geração". Ela pedia ao COI que reconsiderasse a sua decisão de aceitar patrocínio das Olimpíadas de Londres pela Dow Chemical Corporation, que foi uma das companhias a fabricar o veneno e que se recusou a indemnizar as suas vítimas.

Aldis entregou a carta em mãos no gabinete de Lord Coe, presidente do Comité Organizador de Londres. Não houve resposta. Quando a Amnistia Internacional denunciou que em 2001 a Dow Chemical adquiriu "a companhia responsável pela fuga de gás de Bhopal [na Índia em 1984] que matou 7 mil a 10 mil pessoas de imediato e 15 mil nos 20 anos seguintes", David Cameron descreveu a Dow como uma "companhia respeitável". Aclamações, portanto, para as câmaras de TV ao longo dos painéis decorativos de £7 milhões [€8,75 milhões] que orlam o estádio olímpico: são o resultado de um "acordo" de 10 anos entre o COI e um destruidor tão respeitável.

A história é enterrada juntamente com os mortos e deformados do Vietname e de Bhopal. E a história é o novo inimigo. Em 28 de Maio, o presidente Obama lançou uma campanha para falsificar a história da guerra no Vietname. Para Obama, não houve Agente Laranja, nem zonas de fogo livre, nem disparos sobre indefesos (turkey shoots), nem encobrimentos de massacres, nem racismo desenfreado, nem suicídios (pois muitos americanos acabaram com as suas próprias vidas), nem derrota frente à força de resistência de uma sociedade empobrecida. Ela foi, disse o sr. Hopey Changey, "uma das mais extraordinárias histórias de bravura e integridade nos anais da história militar [dos EUA]".

No dia seguinte, o New York Times publicou um longo artigo a documentar como Obama selecciona pessoalmente as vítimas dos seus ataques drone por todo o mundo. Ele faz isto nas "terças-feiras de terror" quando folheia álbuns com fotos de rostos numa "lista da morte", alguns deles adolescentes, incluindo "uma garota que parecia ainda mais jovem do que os seus 17 anos". Muitos são desconhecidos ou simplesmente em idade militar. Guiados por "pilotos" sentados frente a écrans de computador em Las Vegas, os drones disparam mísseis Hellfire que sugam o ar para fora dos pulmões e explodem pessoas em bocados. Em Setembro último, Obama matou um cidadão americano, Anwar al-Awlaki, puramente na base de rumor de que ele estava a incentivar terrorismo. "Este aqui é fácil", ele é citado por ajudantes como dizendo isso ao assinar a sentença de morte do homem. Em 6 de Junho, um drone matou 18 pessoas numa aldeia no Afeganistão, incluindo mulheres, crianças e um idoso que estavam a celebrar um casamento.

O artigo do New York Times não foi uma fuga ou uma revelação. Foi uma matéria de relações públicas concebida pela administração Obama para mostrar num ano de eleição quão duro o "comandante em chefe" pode ser . Se reeleito, a Marca Obama continuará a servir a riqueza, a perseguir os que dizem a verdade, a ameaçar países, a propagar vírus de computador e a assassinar pessoas toda terça-feira.

As ameaças contra a Síria, coordenadas em Washington e Londres, escalam novos picos de hipocrisia. Ao contrário da propaganda primária apresentada como notícia, o jornalismo investigativo do jornal alemão Frankfurter Allgemeine Zeitung identifica os responsáveis pelo massacre em Houla como sendo os "rebeldes" apoiados por Obama e Cameron. As fontes do jornal incluem os próprios rebeldes. Isto não foi completamente ignorado na Grã-Bretanha. Escrevendo no seu blog pessoal, de modo extremamente calmo, Jon Williams, o editor de notícias mundiais da BBC, efectivamente serve a sua própria "cobertura", citando responsáveis ocidentais que descrevem a operação 
"psy-ops" [operação psicológica] contra a Síria como "brilhante". Tão brilhante quanto a destruição da Líbia, do Iraque e do Afeganistão.

E tão brilhante quanto a psy-ops mais recente do Guardian com a promoção de Alastair Campbell, o colaborador chefe de Tony Blair na criminosa invasão do Iraque. Nos seus "diários", Campbell tenta salpicar sangue iraquiano sobre o demónio Murdoch. Há em abundância para encharcar todos eles. Mas o reconhecimento de que os medida respeitáveis, liberais, bajuladores de Blair, foram um acessório vital para um crime tão gigantesco é omitido e permanece como um teste singular de honestidade intelectual e moral na Grã-Bretanha.

Até quando devemos sujeitar-nos a um tal "governo invisível"? Esta expressão para a propaganda insidiosa cunhada por Edward Bernays – o sobrinho de Sigmund Freud que inventou as modernas relações públicas – nunca foi tão adequada. A "realidade falsa" exige amnésia histórica, a mentira por omissão e a transferência de significância para o insignificante. Deste modo, sistemas políticos que prometiam segurança e justiça social foram substituídos pela pirataria, "austeridade" e "guerra perpétua": um extremismo destinado ao derrube da democracia. Aplicado a um indivíduo, isto identificaria um psicopata. Por que aceitamos isto?




O original encontra-se em www.johnpilger.com/... 

Este artigo encontra-se também em http://resistir.info/ . 



Água pode aumentar 265 por cento


A empresa Águas de Portugal quer uniformizar o preço da água em todo o País, fixando o valor do metro cúbico em cerca de 2,5 euros. Se a medida for concretizada, os aumentos no Algarve para os utilizadores domésticos, excluindo as tarifas sociais, será em média de 265 por cento.
 
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Ver Galeria
 
O semanário O ALGARVE falou sobre esta medida com alguns dos autarcas da região onde o preço do metro cúbico de água é mais barato e as opiniões dividem-se.
Isabel Soares, líder do município com a tarifa média da água mais baixa da região, concorda “em absoluto” e Francisco Amaral, concelho com a terceira tarifa mais barata do Algarve, discorda totalmente.
Para a presidente da Câmara de Silves, é importante “subir os preços” da água e “cumprir com a Lei das Finanças Locais”.
Isabel Soares concorda “em absoluto” com a uniformização do preço da água. Segundo a autarca social-democrata, os municípios compram todos a água “ao mesmo preço”, por isso também a devem vender todos ao mesmo preço.
O presidente da Câmara de Alcoutim tem uma opinião oposta, em nome da autonomia do poder local e da defesa dos mais desfavorecidos.
“Não concordo nada com a existência de uma tarifa única para todo o País: há índices de pobreza diferentes, por isso também não deve haver uma uniformização das tarifas”, sustenta o social-democrata.
Segundo o autarca, “os municípios devem manter a sua autonomia e devem ser eles a estabelecer a tarifa”, até para, como acontece em Alcoutim, poderem ter reduções “para as pessoas mais carenciadas e para os casos sociais mais flagrantes”.
António Eusébio compreende as reacções antagónicas relativamente a esta matéria, mas defende uma tomada de posição conjunta dos municípios algarvios.
“Há municípios a quem interessará aderir, nomeadamente os com mais dificuldades económicas, noutros, onde a situação está estável, o aumento gradual da tarifa poderá penalizar significativamente os munícipes”, analisa o presidente da Câmara de S. Brás de Alportel.
“Na minha opinião”, acrescenta o socialista, “essa questão deveria ser discutida abertamente no seio da AMAL – Comunidade Intermunicipal do Algarve, mas ainda não o foi, embora fosse fundamental podermos tomar uma decisão conjunta”, conclui.
O ónus político
Uma das vantagens apontadas à uniformização dos preços é o facto de permitir acabar com o chamado «preço político» da água, isto é, a diferença, sempre penalizadora para as câmaras, entre o valor pago pela água e o montante cobrado aos munícipes.
Esta diferença tem como resultado mais visível o aumento das dívidas das autarquias à empresa Águas do Algarve, no caso concreto da região.
Em Março deste ano, segundo dados daquela empresa, as câmaras do Algarve deviam 69,9 milhões de euros, mais de 33 milhões dos quais referentes só ao abastecimento de água.
Em Agosto de 2011, as câmaras mais cumpridoras eram as de Alcoutim, Aljezur, São Brás de Alportel, Portimão, Loulé e Silves, enquanto Faro, Castro Marim e Albufeira eram forçadas a recorrer a acordos para efectuar os pagamentos em atraso.
Dos 69,9 milhões de euros, 27,3 milhões diziam respeito a atrasos superiores a 360 dias e 12,5 milhões a dívidas por pagar entre 240 e 360 dias.
O «preço político» da água em Alcoutim, adiantou a O ALGARVE Francisco Amaral, está em linha com a média nacional.
A diferença entre o valor pago pela autarquia à empresa Águas do Algarve e o montante cobrado aos munícipes acompanha a média nacional, tanto para a água (80 por cento), como para o lixo (60 por cento) e resíduos sólidos (25 por cento).
Em Silves, o valor pago pela autarquia à Águas do Algarve “é consideravelmente mais alto” ao do cobrado aos munícipes, diz Isabel Soares. Os valores, no entanto, estão abaixo da média nacional: em relação ao preço da água, o esforço da autarquia é de cerca de “40 por cento”, no lixo também há prejuízo para a Câmara, mas “não tão grande como em relação à água, enquanto nos resíduos sólidos o saldo negativo andará na casa dos 20 por cento, adianta Isabel Soares ao semanário O ALGARVE.
Em S. Brás de Alportel, apesar dos custos inerentes ao fornecimento do serviço e de a Câmara ainda assumir um “custo social”, o «preço político» está ligeiramente abaixo da média nacional
O concelho tem um tarifário de conjunto e “na globalidade destes três serviços [água, lixos e resíduos sólidos] ficamos ligeiramente abaixo da média nacional”, revela António Eusébio.
Câmaras deixam de ser cobradoras
Além da uniformização dos preços, as Águas de Portugal também estão a estudar um novo modelo organizacional para as empresas do seu universo. A data da conclusão da reorganização seria 2014 e uma das principais mudanças seria as câmaras deixarem de ser responsáveis pela cobrança das facturas de água e saneamento.
Numa primeira fase seriam fundidos os sistemas multimunicipais de abastecimento de água e de saneamento, os chamados sistemas em alta: os actuais 19 sistemas seriam reduzidos a quatro ou cinco, um dos quais poderia implicar a fusão da empresa Águas Públicas do Alentejo com a Águas do Algarve
A segunda fase consistiria na verticalização dos serviços. Neste momento, a Águas do Algarve faz o abastecimento de água e saneamento às câmaras (em alta), mas a ideia seria passar a integrar os serviços domiciliários de distribuição de água e de recolha de águas residuais (em baixa) no sistema. Nesse caso, as autarquias deixariam de cobrar a água aos seus munícipes e seria a Águas do Algarve (ou a nova empresa a criar com a inclusão da Águas Públicas do Alentejo) a emitir a facturação e a fazer directamente a cobrança aos utentes.
No entanto, segundo adiantou Teresa Fernandes, responsável pelas áreas da comunicação e educação ambiental da empresa Águas do Algarve, “está tudo a ser negociado com as autarquias e não está nada definido – estamos ainda na fase dos estudos, projectos e reuniões”, garante.
Observatório do Algarve

quinta-feira, 28 de junho de 2012

Boss AC featuring Mariza - Alguém me Ouviu (Mantém-te Firme)


Boss AC - "Alguém me ouviu (Mantém-te Firme)" featuring Mariza

Não me resta nada, sinto não ter forças para lutar
É como morrer de sede no meio do mar e afogar
Sinto-me isolado com tanta gente à minha volta
Vocês não ouvem o grito da minha revolta
Choro a rir, isto é mais forte do que pensei
Por dentro sou um mendigo que aparenta ser um rei
Não sei do que fujo, a esperança pouca me resta 
É triste ser tão novo e já achar que a vida não presta
As pernas tremem, o tempo passa, sinto cansaço
O vento sopra, ao espelho vejo o fracasso
O dia amanhece, algo me diz para ter cuidado
Vagueio sem destino nem sei se estou acordado
O sorriso escasseia, hoje a tristeza é rainha
Não sei a alma existe mas sei que alguém feriu a minha
Às vezes penso se algum dia serei feliz
Enquanto oiço uma voz dentro de mim que diz..

Chorei
Mas não sei se alguém me ouviu
E não sei se quem me viu
Sabe a dor que em mim carrego e a angústia que se esconde
Vou ser forte e vou-me erguer
E ter coragem de querer
Não ceder, nem desistir eu prometo

Busquei
Nas palavras o conforto
Dancei no silêncio morto
E o escuro revelou que em mim a Luz se esconde
Vou ser forte e vou-me erguer
E ter coragem de querer
Não ceder, nem desistir eu prometo

Não há dia que não pergunte a Deus porque nasci
Eu não pedi, alguém me diga o que faço aqui
Se dependesse de mim teria ficado onde estava
Onde não pensava, não existia e não chorava
Sou prisioneiro de mim próprio, o meu pior inimigo
Às vezes penso que passo tempo de mais comigo
Olho para os lados, não vejo ninguém para me ajudar
Um ombro para me apoiar, um sorriso para me animar
Quem sou eu? Para onde vou? Donde vim?
Alguém me diga porque me sinto assim
Sinto que a culpa é minha mas não sei bem porquê
Sinto lágrimas nos meus olhos mas ninguém as vê
Estou farto de mim, farto daquilo que sou, farto daquilo que penso
Mostrem-me a saída deste abismo imenso
Pergunto-me se algum dia serei feliz
Enquanto oiço uma voz dentro de mim que me diz... 

Tento não me ir abaixo mas não sou de ferro
Quando penso que tudo vai passar parece que mais me enterro
Sinto uma nuvem cinzenta que me acompanha onde estiver
E penso para mim mesmo será que Deus me quer
Será a vida apenas uma corrida para a morte?
Cada um com a sua sina, cada um com a sua sorte
Não peço muito, não peço mais do que tenho direito
Olho para trás e analiso tudo o que tenho feito
E mesmo quando errei foi a tentar fazer bem
Não sei o que é o ódio não desejo mal a ninguém
Há-de surgir um raio de luz no meio da porcaria
Porque até um relógio parado está certo duas vezes por dia
Vou-me aguentando, a esperança é a última a morrer
Neste jogo incerto que o resultado não posso prever
E quando penso em desistir por me sentir infeliz
Oiço uma voz dentro de mim que me diz... Mantém-te firme

Letra: AC Firmino
Música: AC Firmino \ Tiago Machado

Produzido por AC para Mandachuva, Lda
Produção executiva por Nuno Rafael e AC

Voz convidada: Mariza
Programações : AC
Edições Adicionais: Nuno Rafael 
Arranjos, Orquestração e Piano Acústico -- Tiago Machado
Contrabaixo - Carlos Barretto
Violino - Tiago Neto
Violino - Jorge Teixeira
Viola - Rui Fernandes
Violoncelo - Teresa Rombo
Guitarra Portuguesa - Bernardo Couto 

Gravado nos Estúdios Valentim de Carvalho, Paço D'Arcos por Tiago Sousa e no Estúdio Praça das Flores, Lisboa por Artur David e Luís Delgado

Misturado no Estúdio Valentim de Carvalho, Paço D'Arcos por Nelson Carvalho e Nuno Rafael

Mariza gentilmente cedida por World Connection

Gravação gentilmente cedida por Filipa Palha - Associação Encontrar-se - Movimento UPA (Unidos Para Ajudar)

Música incluída no álbum "Preto no Branco" de 2009