Veronica Rutledge e o marido gostavam de armas. Frequentadores de carreiras de tiro, ambos caçavam e tinham, segundo os amigos, licença de porte de arma escondida. Veronica, que, na terça-feira, morreu atingida a tiro pelo filho, de dois anos, num supermercado saia de casa sempre armada.
Este Natal, o marido deu-lhe um presente: uma mala com uma bolsa especial, com fecho, para esconder uma arma. Na terça-feira, Veronica, 29 anos, foi às compras a um Walmart com o filho e três sobrinhas. De acordo com o sogro, Terry Rutledge, ouvido pelo Washington Post, a mala com a arma terá sido pousada por um momento. Um momento que bastou para que o menino, com a curiosidade própria dos dois anos, abrisse a mala, o fecho do compartimento especial e disparasse fatalmente sobre a cabeça da mãe.
"O meu filho tem um um menino de dois anos que neste momento não sabe onde está a mãe e a quem terá de explicar porque é que a mãe não vai voltar a casa. Depois, mais tarde, quando começar a fazer mais perguntas, terá de lhe explicar o que aconteceu", considera Terry Rutledge, lamentando o "terrível, terrível acidente".
O sogro lamenta que a tragédia esteja já a ser usada como argumento contra as leis sobre a posse de armas nos EUA e recusa as acusações de "irresponsabilidade" por parte de Veronica, que garante que era uma pessoa com experiência a lidar com armas e que não se trata de um caso em que uma arma tenha sido atirada ao acaso para dentro de uma mala normal e deixada ao alcance de uma criança.
O gosto pelas armas da vítima e do marido não é exceção no Idaho. No início do ano, o estado aprovou mesmo uma lei que permite o porte de arma em campus universitários. Mais de 85 mil pessoas - 7% da população, têm porte de arma.