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sábado, 31 de março de 2018

A aldeia de um homem só


Fernando Gonçalves é o único habitante de Vale de Poldros, uma povoação abandonada no concelho de Monção, conhecida como "a aldeia dos hobbits".

VÍDEO

Vale de Poldros: A aldeia de um homem só

Fernando Gonçalves é o único habitante de Vale de Poldros, uma povoação abandonada no concelho de Monção, conhecida como “a aldeia dos hobbits”. Não será propriamente o Senhor dos Anéis, mas, no seu restaurante, os tesouros gastronómicos do Alto Minho estão bem guardados.
O único habitante de Vale de Poldros é o proprietário, cozinheiro e anfitrião do restaurante com o mesmo nome da aldeia


A Branda é um lugar de montanha, onde se dirigiam os pastores com o seu gado no inicio dos meses de maior calor, a partir de Maio. Existem dois tipos de Brandas ; Brandas de gado e as Brandas de cultivo.
A Branda de Sto António situada a cerca de 1100m de altitude numa chã elevada, onde existiam melhores terrenos para o pasto de gado bovino e para a prática da agricultura. Trata-se de uma branda de gado que com o tempo se converteu em Branda mista.
Vale de Poldros


A principal característica desta Branda é a concentração de abrigos de pedra seca (sem juntas) cobertos em pedra com o que se chama de falsa cúpula. Estas construções distribuem-se em redor dos caminhos naturais usados pelos pastores, existindo numa das derivações de caminhos um largo com cruzeiro.
Estas construções são chamadas de Cortelhos ou Cardenhas, e são construções aparentemente rudimentares, que aproveitam o relevo do terreno, e algumas chegavam a ter dois pisos, onde o pastor podia pernoitar no piso superior, e ao gado ficava no de baixo, ou no recinto exterior chamado de bezerreira protegido por muros de pedra solta.
Estes abrigos são de planta rectangular ou quadrada entre 4-6m de lado, com parede dupla, com lajes maiores nos cunhais, e os seus vãos criados por lajes , duas laterais “tranqueiras”, e uma superior “padieira”.
O seu interior é escuro e frio, a um canto existe uma laje do fogo, onde era feita a fogueira para confeccionar os alimentos e fornecer calor, ao lado desta ficava um pequeno buraco na parede onde o brandeiro guardava os potes de ferro para cozinhar.


1001topvideos.com
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Margarida Tengarrinha - "Memórias de uma falsificadora" que ajudou Cunhal a fugir




Margarida Tengarrinha colocou em livro as recordações de quando vivia na clandestinidade e forjava identidades falsas para muitos militantes antifascistas não serem presos pela PIDE O livro tem como subtítulo "A Luta na Clandestinidade pela Liberdade em Portugal". Margarida Tengarrinha, antiga deputada do PCP, passou para livro as recordações de largos anos vividos escondida, na clandestinidade, quando trabalhava numa oficina de falsificação de documentos


SOM AUDIO







Era aluna finalista de Belas Artes quando foi convidada pelo Partido Comunista a entrar na clandestinidade.
Tinha por companheiro José Dias Coelho, também ele artista, pais das suas duas filhas e membro do Partido Comunista Português, assassinado pela PIDE em plena rua. Um episódio que ficou relatado por Zeca Afonso na música "A Morte Saiu à Rua".

VÍDEO
Ambos forjavam identidades e criavam documentos falsos para quem andava fugido à polícia politica."Nessa altura, Portugal era um país vigiado por uma polícia política feroz, experiente e com uma grande rede".
Margarida lembra-se de um trabalho em particular, a fuga dos presos de Peniche, onde se incluía Álvaro Cunhal. Os documentos falsos destes militantes comunistas foram elaborados nesta oficina de falsificação.
No livro "Memórias de uma Falsificadora", que acaba de ser editado pela Colibri, Margarida Tengarrinha recorda os disfarces de cada um dos fugitivos.
"Álvaro Cunhal estava muito louro, usava uns óculos com umas grossas armações, estava muito disfarçado", recorda.
Ela própria teve muitas vezes que usar uma identidade falsa para alugar diferentes casas. Neste livro, a autora faz uma homenagem a todos os que a ajudaram na clandestinidade. Muitos nem sequer pertenciam ao Partido Comunista. Uns acolheram-na nas suas casas, outros auxiliaram-na de alguma forma.
Margarida Tengarrinha, que vai fazer 90 anos no dia 7 de maio, ainda dá aulas na Universidade Sénior de Portimão.
Continua entusiasmada pela vida. "Foi uma vida plena", garante. Uma vida de luta por aquilo que considerava justo.
No livro essa vivência está expressa numa frase: "Éramos jovens e queríamos a liberdade".

www.tsf.pt


NAZI/SIONISMO



OS HERDEIROS DO NAZISMO CELEBRAM ASSIM AS SUAS CRENÇAS NA "TERRA SANTA"
Assassinadas 16 pessoas e perto de 1500 ficaram feridas. Foi o dia mais sangrento dos últimos quatro anos na Faixa de Gaza, vítimas do sionismo nazi.

VÍDEO - "MÁSCARAS" DE NOÉMIA DELGADO - DOCUMENTÁRIO COMPLETO

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VÍDEO - COMO SE VIVIA EM PORTUGAL ANTES DO 25 DE ABRIL

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VÍDEO - 32 MINUTOS COM CARLOS PAREDES E A GUITARRA PORTUGUESA

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VÍDEO - CENTENÁRIO DE VIRGÍNIA DE MOURA

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VÍDEO - FILME DO DESASSOSSEGO (COMPLETO)


Filme do Desassossego




A própria matéria dos sonhos torna-se física, palpável, visível...
Lisboa, hoje. Um quarto de uma casa na Rua dos Douradores. Um homem inventa sonhos e estabelece teorias sobre eles. A própria matéria dos sonhos torna-se física, palpável, visível.
O próprio texto torna-se matéria na sua sonoridade musical. E, diante dos nossos olhos, essa música sentida nos ouvidos, no cérebro e no coração, espalha-se pela rua onde vive, pela cidade que ele ama acima de tudo e pelo mundo inteiro. Filme desassossegado sobre fragmentos de um livro infinito e armadilhado, de uma fulgurância quase demente mas de genial claridade. O momento solar de criação de Fernando Pessoa. A solidão absoluta e perfeita do EU, sideral e sem remédio. Deus sou eu!, também escreveu Bernardo Soares.
Adaptado do Livro do Desassossego de Bernardo Soares/ Fernando Pessoa.


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VÍDEO - HISTÓRIA DO PARLAMENTO PORTUGUÊS

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O JUDAS TRADIÇÃO CATÓLICO/PAGÃ








HOJE UM POUCO POR TODO O PAÍS E ATÉ A NÍVEL INTERNACIONAL CELEBRA-SE A QUEIMA DO JUDAS.

A TRADIÇÃO POPULAR MOSTRA E CONDENA A TRAIÇÃO DAQUELA PERSONAGEM BÍBLICA QUE TERIA TRAÍDO JESUS.

EM SANTA BÁRBARA DE NEXE TAMBÉM ESSE COSTUME PERDUROU POR MUITOS ANOS ATÉ DESAPARECER.

ERA ARMADO UM BONECO FEITO DE ERVA (POMPILHOS, CANGORÇAS ETC) QUE MONTADO EM CIMA DE UM BURRO PASSEAVA PELO LARGO DO ROSSIO E DEPOIS ERA DESFEITO PELOS POPULARES QUE ARREMESSAVAM UNS AOS OUTROS PEDAÇOS DO CONTEÚDO DO BONECO ATÉ O DESFAZER POR COMPLETO.

MORRIA ASSIM O TRAIDOR.

TALVEZ O POVO FACE A TANTOS "JUDAS" TANTOS TRAIDORES, TANTOS VIGARISTAS, TANTOS QUE SE VENDEM PELOS "TRINTA DINHEIROS" SE TENHA DE ALGUM MODO CANSADO DESTA COMEMORAÇÃO.

NÃO HÁ ESQUINA NESTE PAÍS ONDE NÃO SE ENCONTREM ALDRABÕES, VÍGAROS E GATUNOS QUE CONTINUAM DE BOA SAÚDE PROTEGIDOS PELA DEMOCRACIA DOS GOVERNOS E DA JUSTIÇA QUE NOS (DES)GOVERNADO.


António Garrochinho


Dividendos da Sonae pagavam aumentos de 130 euros em todo o grupo


O grupo Sonae teve lucros de 174 milhões de euros em 2017 e quer distribuir quase metade em dividendos, o que permitiria aumentar em 130 euros por mês todos os 46 155 trabalhadores.
https://www.abrilabril.pt/sites/default/files/styles/jumbo1200x630/public/assets/img/sonae.jpg?itok=CUctMdEn
Paulo Azevedo, presidente da Sonae e da sua principal accionista, a Efanor, que congrega os investimentos do seu pai, Belmiro de Azevedo. Na foto, durante a apresentação dos lucros de 2015 da Sonae, no Porto, 17 de Março de 2016.
Paulo Azevedo, presidente da Sonae e da sua principal accionista, a Efanor, que congrega os investimentos do seu pai, Belmiro de Azevedo. Na foto, durante a apresentação dos lucros de 2015 da Sonae, no Porto, 17 de Março de 2016. 
A Sonae revelou, na passada quinta-feira, os resultados consolidados do grupo, que espelham lucros de 174 milhões de euros em 2017, ligeiramente abaixo dos 220 milhões de 2016.
Ainda assim, os lucros registados no ano passado permitiram um aumento de 269 euros mensais a cada um dos 46 155 trabalhadores do grupo, caso fossem integralmente distribuídos. Considerando apenas aquilo que o conselho de administração propõe que seja distribuído pelos accionistas – 84 milhões – o aumento para cada trabalhadores seria de 130 euros, uma subida de 14% face ao salário médio no grupo.
O principal accionista do grupo Sonae é a Efanor, empresa detida pelos herdeiros de Belmiro de Azevedo, com 52,69% do grupo. Com a distribuição de lucros proposta, a família Azevedo vai receber mais de 44 milhões de euros.
De acordo com a folha sindical do Sindicato dos Trabalhadores do Comércios, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP/CGTP-IN) aos trabalhadores do grupo, de Fevereiro passado, a Sonae decidiu colocar nas mãos das chefias a decisão sobre aumentos salarias. O sindicato reivindica aumentos a começar nos 40 euros para todos, assim como subidas noutras componentes remuneratórias, como de um euro por dia no subsídio de refeição.


www.abrilabril.pt

Maria Machado, Professora e activista política, “hóspede forçada da PIDE” que, por causa disso viveu quase como uma indigente


MARIA dos Santos MACHADO, Professora, Educadora e Política, nasceu na Vila da Calheta (São Jorge, Açores), a 25-02-1890, e faleceu na Amadora, a 04-10-1958. Filha de Bartolomeu Silveira Lucas e de Maria dos Santos Teixeira. Maria Machado foi Professora Primária Oficial na Ilha de São Jorge, Açores, onde abriu uma Biblioteca dirigida tanto a alunos como a adultos, de forma a estimular o contacto com a literatura.
Uma notável figura feminina da Resistência antifascista. Professora e activista política, uma mulher verdadeiramente progressista na sua prática profissional e cívica, militou na clandestinidade, foi afastada do ensino e presa. Militante do Partido Comunista foi presa várias vezes, a última das quais no próprio ano em que faleceu.
Inconformada com o ambiente limitado do Arquipélago, Professora, cedo se transferiu para o Continente, sendo colocada em Lisboa, na Escola primária nº 97. Militou no Socorro Vermelho Internacional, tendo sido uma das fundadoras da Comissão Feminina Portuguesa para a Paz, em 1936. Assinalada pela polícia política sofreu as habituais perseguições da PVDE/PIDE e foi expulsa do ensino e impedida de ensinar (mesmo gratuitamente, aos mais necessitados).
Já no Continente, continuou a orientar as suas aulas, segundo o “Método Activo”, dirigiu uma escola destinada aos filhos dos ferroviários, que foi encerrada pelas autoridades do Estado Novo, fundou uma Biblioteca em Algés e leccionou português na sede da Liga dos Esperantistas Ocidentais.
Foi dirigente da Escola Primária nº 97 quando, em 1 de Agosto de 1936, foi detida pela primeira vez. Afastada do ensino público, por motivos políticos, tornou-se governanta e continuou a ensinar gratuitamente adultos.
Maria Machado foi uma das fundadoras da Associação Feminina Portuguesa para a Paz (1936) e foi uma importante activista do Partido Comunista Português nas décadas de trinta e quarenta, tendo, inclusivamente, desempenhado tarefas em Paris (1937-1938).
Em finais de Dezembro de 1937/ princípios de Janeiro de 1938, partiu para França. Em Paris, integra a Federação Portuguesa dos Emigrados neste país, uma organização frentista criada pelo PCP. Exerceu funções de relevo junto da Internacional Comunista e colabora também com membros do Partido Comunista Espanhol e do Partido Comunista Francês. Regressou a Portugal em 1942, passou à clandestinidade e tornou-se numa das primeiras mulheres a viver nesta condição. Trabalhou nas tipografias clandestinas do PCP até 7 de Novembro de 1945, dia em que é presa no lugar de Barqueiro, freguesia de Maçãs de D. Maria, Concelho de Alvaiázere. Restituída à liberdade a 31 de Agosto de 1947, voltou a Caxias a 20 de Dezembro de 1953 e, pela última vez, a 14 de Abril de 1954.
Por razões de saúde teve de deixar a clandestinidade, mas continuou sempre activa no apoio, a todos os níveis, aos presos políticos e suas famílias. Maria dos Santos Machado foi também uma das fundadoras da Liga Portuguesa para a Paz. Foi presa por quatro vezes, entre 1936 e 1956, ficando na Cadeia das Mónicas e em Caxias.
Já sexagenária é proibida de ensinar. Para sobreviver trabalhou como governanta numa casa particular, bordou tapetes de Arraiolos e deu explicações. De forma gratuita e clandestina, continuou a alfabetizar adultos.
Morreu, subitamente, aos 66 anos, a 4 de Outubro de 1958, em plena rua da Amadora, quando procurava alojamento, após ter sido despejada, por pressão policial, do quarto em que vivia.
O seu nome faz parte da Toponímia de: Almada; Amadora, Barreiro (Freguesia de Santo António da Charneca), Cascais (Freguesia de São Domingos de Rana), Loures (Freguesia de São João da Talha).
Fonte: “silenciosememorias.blogspot.pt” (por João Esteves)
Fonte: “Antifascistas da Resistência”

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Recordamos hoje, Severiano Falcão, Operário, Político e Escritor, que foi “hóspede” da PIDE, no Forte de Peniche.


Severiano FalcãoSEVERIANO Pedro FALCÃO, Operário, Político e Escritor, natural da Freguesia de Alhandra (Vila Franca de Xira), nasceu a 01-03-1923 e faleceu a 05-05-2004. Tinha a alcunha de “Espanhol”, era filho de um “trabalhador sem profissão”, e de uma “operária têxtil”. Seus irmãos, também tinham interesse pela política.
Frequentou a Escola Primária e começou a trabalhar muito cedo numa oficina, cujo patrão era simpatizante dos republicanos espanhóis. Foi mudando de oficina e ofício em função das dificuldades. A sua profissão oficial era de Carpinteiro, mas sempre se considerou Mmarceneiro.
Jovem nos meios operários de Alhandra foi desportista e músico amador,– tocava clarinete na Sociedade Euterpe – , participou em actividades animadas por Soeiro Pereira Gomes. Foi recrutado para as Juventudes Comunistas em 1942 e permaneceu nessa situação até 1944, altura em que entrou para um organismo partidário.
Depois das greves de 8 e 9 de Maio de 1944, foi chamado ao CL de Alhandra, para substituir elementos que tinham sido presos. Participou em actividades sindicais mas o seu nome era vetado pela PIDE para cargos nos Sindicatos. Em 1947, passou a ser membro do CR do Ribatejo e, nessa qualidade, participou, no ano seguinte, na agitação legal e semi-legal, em apoio à candidatura do General Norton de Matos para a Presidência da República.
Foi preso pela mais eficaz e brutal brigada da PIDE na perseguição ao PCP, que incluía José Gonçalves e Fernando Gouveia, e que stava envolvida na investigação do assassinato de Manuel Vital. Fernando Gouveia acusou-o imediatamente de ser o responsável pelo assassinato de Manuel Vital.
Após um período inicial em que Severiano Falcão não foi maltratado, a PIDE iria torturá-locom mais violência do que era habitual. Foi espancado e colocado várias vezes de cabeça para baixo, provocando desmaios. Estas violências tem certamnete a ver com a convicção da polícia de que Severiano Falcão, tendo substiutído Manuel Vital, deveria conhecer as circunstâncias em que este fora morto. Severiano Falcão não prestou quaisquer declarações.
Condenado, foi enviado para Peniche de onse saiu em 1956. Voltou a trabalhar, agora na construção civil, passando a dirigir obras em Lisboa. Retoma o contacto com o PCP e participa na campanha de Humberto Delgado. É preso de novo a 21 de Agosto de 1958, julgado e condenado como militante do PCP. Volta à cadeia de onde só sai em 1966.
Regressa a Alhandra e vai trabalhar para uma empresa de Lisboa. Severinao Falcão era agora medidor e orçamentista e estudara na cadeia o método PERT, de que era considerado especialista.
Participou profissionalmente em obras da TAP no Aeroporto e; à data do 25 de Abril de 1974, trabalhava na grande empresa de construção civil Joaquim Francisco dos Santos.
Operário-Escritor, integra-se no nível de intelectuais não tradicionais que, entre as décadas de 1930 e 1950, deram prática ao conceito defendido por Bento de Jesus Caraça de cultura integral do indivíduo. Trabalhador desde muito moço, atingiu o curso médio industrial como autodidacta, enraizado nos movimentos de cultura e solidariedade que se desenvolveram nos meios populares do Ribatejo e ciaram muitos outros portas-trabalhadores quase incógnitos na literatura portuguesa deste século. Severiano Falcão iniciou a sua actividade política na Federação das Juventudes Comunistas tendo aderido ao Partido Comunista em 1942.
Lutou sempre pelos direitos dos trabalhadores e do Povo em geral, tendo estado preso durante quinze anos e vivido na clandestinidade.
Foi presidente da Câmara Municipal de Loures de 1979 até 1991. Sempre se dedicou à prosa, mesmo nos quase quinze anos de prisão política a que o votou o regime fascista, e chegou a abalançar-se num longo romance de fundo autobiográfico, ainda inédito, cuja conclusão ainda cultiva. Foi um trecho deste que editou, sob a aparência de conto e com o título de “Sonho e Realidade”, numa antologia de ficção organizada por António Borga.
Obras principais: Histórias Breves de Escritores Ribatejanos, (1968).
O seu nome faz parte da Toponímia de: Amadora, Loures (Freguesias de Bucelas, Prior Velho e Santo Antão do Tojal), Odivelas (Freguesias de Odivelas e Ramada).
Fonte: “Dicionário Cronológico de Autores Portugueses”, (Vol. V , Organizado pelo Instituto Português do Livro e das Bibliotecas, Coordenação de Ilídio Rocha, Publicações Europa América, Edição de Julho de 2000, Pág. 273 e 274)


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"TRÊS MARIAS" O FIM DE UM ESCÂNDALO






www1.ci.uc.pt

Lagostim mutante que se clona a si mesmo e está a invadir a Europa



Uma nova espécie de lagostim, fruto de uma mutação genética natural, está a crescer muito rapidamente e a expandir-se por vários ecossistemas europeus. Um grupo de cientistas teme que o nascer desta espécie possa significar o fim de outras

O lagostim-mármore surgiu há cerca de 25 anos, estima-se, na Alemanha. Ficou com este nome dada a sua aparência semelhante à pedra homónima, resultado da mutação que sofreu. E não fui uma mutação qualquer. Este novo lagostim desenvolveu uma capacidade muito rara no mundo animal: a capacidade de se clonar a si mesmo.

Bastou a mutação de um único espécime de lagostim comum para que, de um momento para o outro a nova espécie fosse criada.

Esta capacidade de auto-clonagem permitiu-lhe uma rápida expansão por vários ecossistemas, na Europa e fora dela.

Nos últimos cinco anos, Frank Lyko, biólogo do German Cancer Research Center, e a sua equipa, têm estudado o lagostim mármore. Lyko conta que a espécie ganhou popularidade na década de 90 entre criadores de lagostins amadores alemães, e que os primeiros relatos da sua existência tenham partido de um destes criadores.

Certo dia, um criador não identificado terá comprado um lagostim-mármore e reparado que este punha mais ovos do que o normal – sem nunca sequer ter acasalado com um parceiro. E mais do que isso, os ovos aparentavam estar fecundados e deles nasciam novos lagostins, todos fêmeas.

Este padrão de comportamento era repetido pela nova geração, e assim sucessivamente. "As pessoas começavam com um só animal e, passado um ano, tinham várias centenas", explica Lyko.

Muitos donos acabaram por abandonar grande parte dos animais em lagos, onde estes acabavam por se multiplicar e criar pequenas populações selvagens, capazes inclusive de se deslocar vários quilómetros para chegar a novos lagos e novas zonas para popular.

A espécie expandiu-se para a República Checa, a Hungria, a Croácia e a Ucrânia, tendo com o tempo chegado ao Japão e a Madagáscar. Estima-se que a espécie tenha chegado a Madagáscar em 2007 e que se tenha multiplicado de tal forma que, hoje em dia, ameaça as espécies de lagostins nativas, relata o New York Times.

Em 2003, um grupo de cientistas concluiu que o lagostim-mármore estaria, de facto, a clonar-se. E com base neste estudo, Lyko e a sua equipa sequenciaram o ADN de vários espécimes, na tentativa de entender melhor o processo.

Concluíram que o lagostim-mármore terá evoluído de uma outra espécie de lagostim, de nome científico Procambarus fallax, natural do rio Satilla na Georgia, EUA.

Os dois espécimes de Procambarus fallax acasalaram, sendo que um deles – o macho ou a fêmea - tinha uma mutação nas células sexuais. Cada célula sexual possui uma cópia de cada cromossoma (X e Y), mas a célula mutante teria duas cópias.

De alguma forma não compreendida ainda pelos cientistas, as células sexuais juntaram-se e produziram um lagostim fêmea com três cópias de cada cromossoma, mas sem nenhuma deficiência associada a este excesso de ADN.

Em vez de se reproduzir sexualmente, este lagostim desenvolveu a capacidade de induzir os próprios ovos a formar embriões - tudo a partir do seu próprio material genético.

Desta forma, os embriões resultantes tinham um ADN idêntico à progenitora, ou seja, eram clones desta: todos fêmea, férteis e com a mesma capacidade de se clonar.

Vários estudos defendem que as espécies de reprodução assexuada crescem rapidamente, mas nãoduram muito tempo:

Ter o mesmo código genético significa ser afetado pelas mesmas doenças da mesma forma. Por outras palavras, se surgisse uma doença que se revelasse fatal para um lagostim-mármore, seria fatal para todos e a espécie acabaria por se extinguir.

Em Dezembro do ano passado, Lyko declarou o lagostim mármore como uma espécie própria, de nome científico Procambarus virginalis. Ele e a sua equipa estimam que a espécie tenha tido origem na Alemanha, de onde vieram os seus primeiros relatos, visto não existirem populações de lagostim mármore nos EUA.

O estudo publicado na revista científica Nature Ecology and Evolution demonstra a rapidez com que o lagostim mármore se expandiu para Madagáscar em menos de uma década. Os cientistas temem que a nova espécie se torne uma praga em vários ecossistemas e que possa levar ao declínio da fauna natural dos habitats.

fonte: Visão

Concordata e Acordo Missionário de 1940 entre Portugal e o Vaticano




“A República Portuguesa reconhece a personalidade jurídica da Igreja Católica. As relações amigáveis com a Santa Sé serão asseguradas na forma tradicional por que historicamente se exprimiam, mediante um Núncio Apostólico junto da República Portuguesa e um Embaixador da República junto da Santa Sé” – Artigo 1º da Concordata de 1940. ”.
As medidas anticlericais, nomeadamente a Lei da Separação do Estado e da Igreja, tomadas pelo governo da República Portuguesa em 1911 levaram a um declínio das relações diplomáticas e políticas entre Portugal e o Vaticano. Durante o período da Ditadura Militar foram no entanto feitas algumas tentativas, ainda que não tenham tido carácter formal, com o objectivo de atenuar algumas das contendas entre os dois Estados. Em 1937, o Presidente do Conselho de Ministros e à época Ministro dos Negócios Estrangeiros, António de Oliveira Salazar dava início a uma série de negociações com o Vaticano, que culminariam 3 anos depois com a assinatura da Concordata. Da autoria do Cardeal Cerejeira surgiu o primeiro esboço de 12 artigos, aos quais viriam a ser acrescentados outros que passariam por uma série reformulações até que as duas partes chegassem a um mútuo acordo. Mário de Figueiredo, Teixeira de Sampaio e Manuel Fezas Vital foram os principais nomes que em consonância com Salazar se envolveram nas negociações preliminares e que garantiram que os interesses portugueses não ficavam de parte. Em 1938, apresentou-se ainda uma adenda à Concordata a qual previa a forma de actuação da Igreja Católica no ultramar português, como o estatuto das missões católicas e que ficaria conhecida como Acordo Missionário.
Através da Concordata, a Igreja Católica passava a ser então reconhecida pelo Estado português e voltaria a beneficiar de um estatuto privilegiado nas mais diversas áreas, recuperando ainda diversas prerrogativas e privilégios respeitantes à sua jurisdição e actuação no país. No Vaticano, a 7 de Maio de 1940 a Concordata era assinada pela delegação portuguesa, composta pelo General Eduardo Marques, antigo Ministro das Colónias e presidente da Câmara Corporativa, Mário Figueiredo, antigo Ministro da Justiça, e Vasco Francisco Quevedo, Enviado Extraordinário e Ministro Plenipotenciário, e pelo representante apostólico o Cardeal Luigi Maglione, Secretário de Estado do Papa Pio XII.
Prenúncio de novos tempos, as circunstâncias políticas alteraram-se da conjuntura de 1940 e por isso a 18 de Maio de 2004 sentiu-se a necessidade de elaborar uma nova Concordata, que revia os termos relativos à liberdade religiosa e adaptava o novo código de direito canónico, assim como os actuais direitos e deveres incluídos na Constituição portuguesa.  
O Arquivo Histórico do Ministério dos Negócios Estrangeiros dispõe, para além da Concordata, de um espólio documental vastíssimo relativo às negociações, secretas e oficiais, que antecederam a sua assinatura.

















ahd.mne.pt