AVISO

OS COMENTÁRIOS, E AS PUBLICAÇÕES DE OUTROS
NÃO REFLETEM NECESSARIAMENTE A OPINIÃO DO ADMINISTRADOR DO "Pó do tempo"

Este blogue está aberto à participação de todos.


Não haverá censura aos textos mas carecerá
obviamente, da minha aprovação que depende
da actualidade do artigo, do tema abordado, da minha disponibilidade, e desde que não
contrarie a matriz do blogue.

Os comentários são inseridos automaticamente
com a excepção dos que o sistema considere como
SPAM, sem moderação e sem censura.

Serão excluídos os comentários que façam
a apologia do racismo, xenofobia, homofobia
ou do fascismo/nazismo.

terça-feira, 27 de março de 2018

ENTREVISTA COM ANTÓNIO COSTA - Costa afasta possibilidade de bloco central após legislativas de 2019




Costa afasta possibilidade de bloco central após legislativas de 2019"Acho legítimo e natural que o PCP queira também, conforme se vai concluindo a legislatura e se vai aproximando das eleições, sinalizar quais são as suas marcas identitárias e diferenciadoras relativamente ao PS" 

António Costa considera viável uma reedição da plataforma de esquerda que apoia o atual Governo e vê a solução de um bloco central como "negativa" para a democracia. Em entrevista à revista Visão, o primeiro-ministro não descarta o apoio do Partido Socialista a uma eventual recandidatura de Marcelo Rebelo de Sousa à Presidência da República, ressalvando no entanto que primeiro é preciso saber se Marcelo será ou não recandidato.
Na entrevista que será publicada na íntegra esta quinta-feira, o primeiro-ministro e líder socialista vê como possível uma repetição do apoio parlamentar de esquerda que sustenta o atual Governo minoritário na Assembleia da República, apesar das críticas crescentes por parte de algumas forças partidárias, nomeadamente o PCP. 

"Acho legítimo e natural que o PCP queira também, conforme se vai concluindo a legislatura e se vai aproximando das eleições, sinalizar quais são as suas marcas identitárias e diferenciadoras relativamente ao PS", refere o chefe de Governo.

Em relação ao novo líder dos sociais democratas - Rui Rio - o secretário-geral socialista continua a afastar o cenário de bloco central (PS e PSD) na próxima legislatura, como já havia feito anteriormente. 

VÍDEO



"Temos de distinguir o que são soluções de Governo, (...) sempre achei que soluções tipo bloco central são negativas para a democracia, porque a empobrecem, diminuem a escolha que os eleitores têm para procurar caminhos alternativos. Num sistema partidário como o que temos em Portugal, necessariamente as soluções de Governo serão polarizadas ou pelo PS ou pelo PSD e, portanto, a junção dos dois diminuía a possibilidade de geração de alternativas", sustenta o primeiro-ministro. 

Sobre Rui Rio, que assumiu este ano a presidência do PSD, António Costa considera que "está manifestamente a incomodar grande parte do PSD e da chamada direita inorgânica, aquilo que alguns costumam designar a direita do Observador".
Apoio do PS a Marcelo?

A questão do apoio a uma recandidatura do atual Presidente da República por parte dos socialistas não é totalmente excluída pelo atual primeiro-ministro, ainda que prefira falar desse assunto só em 2020. 
VÍDEO


"Para já, para já é preciso saber se é candidato presidencial, visto que ele próprio já disse publicamente que ainda não tomou a decisão sobre essa matéria. O PS sempre teve como tradição apoiar candidatos e não propor candidatos. Portanto, aguardemos para ver quem são os candidatos em 2021 e, depois, o PS seguramente tomará a sua decisão", responde.

A questão dos incêndios foi tema incontornável nesta entrevista, em que António Costa recusou qualquer hipótese de demissão caso as tragédias ocorridas no último verão se repitam. 

"Demitir-me, se houver mais incêndios? Quando há um problema, a solução não é demitirmo-nos, é estarmos prontos para resolver o problema. É isso que temos feito e é misso que vamos continuar a fazer", responde.

Justiça, Angola, Economia

Nesta entrevista, António Costa demarca-se da ideia de que haja politização da justiça, advogando que não lhe parece que esse juízo seja partilhado pela sociedade portuguesa, "nem que haja motivos para o fundamentar".

Interrogado sobre as pressões para uma eventual recondução da Procuradora-Geral da República, Joana Marques Vidal, o líder do executivo desdramatiza e aponta que "é da tradição o Governo não fazer propostas, nessa matéria, que o Presidente da República não possa aprovar". 

“No que diz respeito ao Governo, no momento próprio falaremos com o senhor Presidente da República e concertaremos com ele a proposta que faremos”, acrescenta. 

Sobre os protestos das autoridades políticas angolanas contra a intenção de a justiça portuguesa julgar o seu ex-vice-presidente Manuel Vicente em Portugal, o primeiro-ministro afirma compreender a pressão diplomática e económica que está a ser exercida no sentido de transferir o processo para Angola.
VÍDEO



"Se num Estado estrangeiro fosse levantado um processo-crime contra o nosso Presidente da República, contra o primeiro-ministro ou contra deputados, muito provavelmente Portugal também diligenciaria no sentido de preservar as imunidades de que essas entidades gozam no nosso país", sublinha o primeiro-ministro. 

Ainda em matéria de justiça, António Costa demarca-se também dos casos que envolvem o Benfica, frisando que não é adepto do clube por causa dos seus dirigentes."Num Estado de Direito, ninguém está acima da lei", salienta.

Em matéria financeira e económica, o primeiro-ministro reconhece mudanças no Conselho de Finanças Públicas, organismo presidido por Teodora Cardoso. "O Conselho de Finanças Públicas ganhou nova confiança na estratégia que temos vindo a adotar. Significa que água mole em pedra dura tanto dá até que fura. Os factos impuseram-se aos preconceitos", frisa o primeiro-ministro

No que respeita à questão da eutanásia, o secretário-geral do PS defende que a legislação não deve limitar a liberdade de opção individual. Assume, no entanto, que o seu "arreigado otimismo" lhe coloca dificuldades em "aceitar a prática da eutanásia como uma boa solução".

c/ Lusa
www.rtp.pt



Sem comentários: