Mais de dois mil jovens trabalhadores participaram esta tarde, em Lisboa, na manifestação nacional da Interjovem. O fim do «flagelo da precariedade e dos baixos salários» estiveram entre as principais reivindicações.
«O Governo tem de optar! Precariedade é para acabar!» ou «É justo e necessário, o aumento do salário» foram algumas das palavras de ordem entoadas pelos manifestantes durante o percurso de hoje à tarde.
Do Cais do Sodré até à Assembleia da República, milhares de jovens de diversos sectores e empresas estiveram nas ruas para exigir o aumento dos salários, a defesa da contratação colectiva e medidas adequadas de combate à precariedade.
«Um flagelo social» com consequências profundas
Declarando que «não há volta a dar, os baixos salários e a precariedade são para acabar», João Ribeiro, dirigente da Interjovem, no fim da manifestação, abriu as intervenções, dirigindo-se à concentração de pessoas junto à Assembleia da República.
Frisando que a precariedade é actualmente «um flagelo social», acrescida por salários estagnados há imenso tempo, o dirigente apontou que são cada vez mais os jovens afectados, sendo necessária uma solução imediata e efectiva
«Com menos de 30% de salário no fim do mês, rodeados por uma instabilidade constante de contratos temporários e horários desregulados», afirmou, os trabalhadores ficam com a vida pessoal e familiar amarrada. Um problema com consequências sociais profundas, como na saúde ou na natalidade, tendo acrescentado que a estabilidade laboral é fundamental e que, portanto, «a cada posto de trabalho permanente, tem de haver um vínculo de trabalho efectivo».
«É o tempo de acabar com a precariedade»
Já o secretário-geral da CGTP-IN frisou que já podiam haver soluções nesse sentido, caso tivessem sido «ali, na Assembleia», aprovadas as propostas do PCP, BE e PEV relativas à legislação laboral. Porém, a falta de apoio do PS ditou o seu chumbo.
Sobre as propostas do Governo sobre a precariedade, apesar de algumas serem bem-vindas, afirmou que o documento «está longe de corresponder àquilo que é necessário, é uma proposta que minimiza os problemas para fazer perdurar a precariedade e o modelo dos baixos salários», frisou.
Para Arménio Carlos, não será a introdução de uma «taxinha» ou a redução do limite dos contratos a termo para dois anos que vão resolver o problema de fundo. «O mesmo patrão que hoje, quando termina o contrato, os dispensa porque não renova, é o mesmo patrão que vai contratar o mesmo trabalhador no dia seguinte, com as mesmas condições. E isto ocorre sucessivamente durante 5, 10 ou 15 anos», acrescentou.
Durante a sua intervenção, Arménio Carlos disse ainda que a petição lançada recentemente pela CGTP-IN contra a precariedade já recebeu «mais de 50 mil assinaturas» e que, em Abril, será apresentada na Assembleia da República.
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