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terça-feira, 31 de maio de 2011

Vês tu este gigante corpulento






 DESENGANADO DA APARÊNCIA EXTERIOR COM O EXAME INTERIOR E VERDADEIRO

    Vês tu este gigante corpulento
que solene e soberbo se reclina?
Pois por dentro é farrapos e faxina,
e é um carregador seu fundamento.
    Com sua alma vive e é movimento,
e onde ele quer sua grandeza inclina;
mas quem seu modo rígido examina
despreza tal figura e ornamento.
    São assim as grandezas aparentes
da presunção vazia dos tiranos:
fantásticas escórias eminentes.
    Vês que, em púrpura ardendo, são humanos?
As mãos com pedrarias são diferentes?
Pois dentro nojo são, terra e gusanos.

Francisco Quevedo

O PODER E A INDECISÃO - BAPTISTA BASTOS - OPINIÃO

Diz-se e escreve-se, por aí, que quarenta por cento de portugueses estão indecisos sobre quem votar. Creio, no entanto, que nesta análise (chamemos-lhe assim) reside algo de equívoco e de ambíguo. Na verdade, não há indecisos: há, isso sim, decisões voláteis. Cada um de nós, por orientação própria ou alheia, foi educado, "formatado" desta ou daquela maneira. Foucault, em Dits et Écrits, esclareceu muito bem essas relações de poder e de submissão, que talvez se possam sintetizar na existência das dinastias de operários, de economistas, de "gestores", de arquitectos.
As famílias de tipógrafos, de advogados, de médicos que se continuaram, são quase como as famílias de benfiquistas, de portuenses, de sportinguistas, de belenenses, que reelaboram os conceitos de pura vontade racional. O português "indeciso" não deixa de saber o que quer. Pode, por ira, desgosto, vingança ou desdém momentâneos, ausentar-se dos seus gostos e preferências. O absentismo é uma forma superior de protesto. Perante as combinações, os arranjos políticos vis, a mentira organizada e proliferante, o português compreendeu que o voto já não é a arma do povo.
As técnicas e as tecnologias que asseguram a coerção e os processos através dos quais as nossas vontades podem ser modificadas e alteradas desestabilizam o modo de ser e o comportamento de cada qual. Só assim se explica a manutenção no poder de grupos, clubes e partidos que têm conduzido as sociedades ao naufrágio. Portugal é um dos exemplos típicos.
Como em tudo o que se chama, agora, "identidades modernas", a verdade é um imbróglio, um enredo difícil de desembaraçar, e um modo de viver que se tornou aceitável e quase indiscutível. O diz que disse e não disse envolve práticas concretas, nas quais os mecanismos do poder foram, há muito, removidos da moral e da ética.
Temos de aceder (mas não aceitar) o torto princípio de que em nada existe independência, imparcialidade e objectividade. O carácter transversal e imediato desta anomalia invadiu, endemicamente, a nossa sociedade. O caso Sócrates pode ser "de estudo"; porém, Pedro Passos Coelho é um assunto de Estado: não possui ideias de seu, apenas ocorrências, escoradas em minúsculos incidentes. E está dito.
O poder, entre estes dois homens, é uma questão de relação subjectiva, um jogo comum de pequenas teimosias e de declaradas ambições. A tal "indecisão" dos portugueses é a imagem devolvida das pessoais indecisões daqueloutros. As fragilidades e os medos, os receios e as tibiezas são-lhes semelhantes. Sócrates, sem o suporte do aparelho e o fanatismo dos apaniguados pouco mais é do que um ser comum. Passos Coelho procura, entre os seus, que o execram ou desdenham, os sentimentos efusivos que fizeram de Sócrates o que foi. E já não é. Eles não criaram a "indecisão". Eles são a "indecisão".

Jerónimo de Sousa defendeu esta segunda-feira o início de um amplo debate nacional sobre a saída do euro. Não quis, para já, adiantar qual seria a posição dos comunistas nessa discussão, mas alertou que os grandes países europeus «podem ser tentados a expulsar-nos» da moeda única.

Jerónimo de Sousa defendeu esta segunda-feira o início de um amplo debate nacional sobre a saída do euro. Não quis, para já, adiantar qual seria a posição dos comunistas nessa discussão, mas alertou que os grandes países europeus «podem ser tentados a expulsar-nos» da moeda única.

«Tendo em conta a pouca solidariedade, tendo em conta que não é credível aquele principio da coesão económica e social, como vimos aliás com o nível das taxas de juro deste empréstimo, podem crer, eles podem ser tentados a expulsar-nos do euro», disse aos jornalistas, no final de uma acção de campanha em Santiago do Cacém.

Jerónimo de Sousa recordou que quando Portugal aderiu ao euro o seu partido alertou para a possibilidade da perda de competitividade das empresas nacionais num contexto de uma moeda única. O discurso do PCP também é conhecido pela sua oposição à adesão. Mas esta tarde fez um novo alerta para as «movimentações dos que ganharam com o euro, mas que agora, num quadro de crise, podem ser tentados a expulsar-nos».

«Nós consideramos que isso não pode ser. Portugal não pode ser pisado, não pode ser expulso sem condições, sem negociações, para a defesa do interesse nacional», apontou.

Jerónimo de Sousa não quis contudo dizer se o seu partido irá defender a saída da moeda única, caso seja aberto um debate sobre o tema. «É a tal conclusão que eu não quero antecipar. Porque nós sabemos que quem tem de decidir tem de ser o povo português. Não é o PCP ou este ou aquele. Tem de ser o povo português.»

Recusando tabus, disse o que pretende para já: «Primeiro fazer esse debate nacional e encontrar no plano constitucional uma resposta a esse mesmo debate e à conclusão que deverá ser tirada».

«Não devemos recear o debate», apelou Jerónimo de Sousa, frisando que este deve ser amplo, abrangendo os mais diversos sectores.

Confrontado pelos jornalistas com a possibilidade da eventual saída do euro poder vir a ser prejudicial para a economia, Jerónimo de Sousa preferiu sublinhar que essa será uma realidade negativa no caso de Portugal ser obrigado a isso pelos restantes países da UE: «Oxalá não sejamos é confrontados com uma outra questão, que é, depois de nos terem roído a carne não nos queiram roer os ossos e procurem expulsar-nos».

«Esse talvez seja um dos perigos mais eminentes, como já se discute em relação à Grécia», anotou, introduzindo aqui o tema da renegociação da dívida.

«Consideramos que essa questão da renegociação deve ser feita enquanto temos condições para o fazer, não é depois de isto ter ido tudo ao charco, quando apresentarem uma proposta de reestruturação com condições leoninas para o nosso país», concluiu.

HISTÓRIA - O PARTIDO COMUNISTA PORTUGUES E O PAPEL DAS MULHERES NA LUTA GLANDESTINA

O PCP e o papel das mulheres
na luta clandestina




Ao comemorarmos os 80 anos do nosso glorioso Partido não estamos apenas a assinalar a data da sua fundação em 6 de Março de 1921. Estamos, fundamentalmente, a relembrar o seu grande e valioso património de luta consequente e abnegada ao longo dos seus 80 anos. Sempre na vanguarda da defesa dos trabalhadores, do povo, das liberdades democráticas, da paz e da justiça social.
Destes 80 anos, 48 foram de luta na clandestinidade contra o regime fascista, que se implantou com o golpe de 28 de Maio de 1926. A partir daqui, qualquer partido, movimento ou associação de carácter progressista ou reivindicativo, foi proibido, considerado ilegal e sujeito à repressão. O PCP foi o único partido político que não abdicou do seu direito a existir e a lutar pela defesa do povo e de um Portugal democrático, livre e independente. Foi, então, forçado a reorganizar-se na clandestinidade para prosseguir a sua luta e poder, assim, orientar, esclarecer e organizar os portugueses na luta em defesa dos seus interesses.
Foi muito dura esta batalha. Implicou grande determinação e muitos sacrifícios. O PCP ficou debilitado, as organizações foram reduzidas, a sua sede foi encerrada. Mas, e como a História o provou, vencendo ao longo dos anos todo o tipo de dificuldades, alargou-se, reforçou a sua organização, ganhou a confiança dos trabalhadores dos vários sectores sociais, do campo e da cidade. Isto foi possível, por um lado, porque os seus objectivos e projectos iam ao encontro dos anseios e aspirações dos trabalhadores, mulheres, homens e jovens e do povo português em geral e, por outro, porque contou com largo apoio e solidariedade, não só de comunistas mas de numerosos antifascistas e democratas. Muitos deles abriam as portas das suas casas a funcionários do Partido que, perseguidos pela PIDE, eram forçados a fugir para não serem presos, alojando-os por largo tempo como se fossem seus familiares ou “hóspedes” e transportando os funcionários clandestinos nos seus carros por longos percursos. Estes antifascistas e suas casas, conhecidos como pontos de apoio, apesar de legais, corriam o mesmo risco de verem as suas casas assaltadas pela PIDE e de serem presos e condenados, como aconteceu com alguns.
Outras formas de solidariedade consistia nas ofertas de roupas, calçado, medicamentos, assistência médica e as valiosas contribuições financeiras.
Igualmente importante foi a solidariedade aos presos políticos e suas famílias, prestada por milhares de antifascistas que enfrentaram a repressão e as represálias da PIDE e do fascismo. De referir ainda a solidariedade internacional, quer na ajuda aos presos políticos e suas famílias, quer na denúncia e condenação do fascismo em Portugal. É evidente que sem esta solidariedade, que se inseria na luta contra a ditadura fascista, não teria sido possível vencer a dureza da luta clandestina e a repressão.
Qualquer participação na luta contra o regime fascista revelou dedicação, coragem e combatividade, que foram decisivas para o derrube do fascismo e, consequentemente, para a Revolução dos Cravos em Abril de 74.
Para lutar na clandestinidade, o PCP teve de criar condições especiais de trabalho e de defesa. A começar por ganhar militantes de confiança e dispostos a lutar na clandestinidade, em situação muito difícil e perigosa. E a história provou que o Partido forjou na luta quadros e militantes capacitados, firmes e de grande dedicação.
Para as casas clandestinas, não só para habitação mas também como postos de trabalho com condições de segurança e de defesa, era fundamental a participação militante de mulheres. As mulheres, que tiveram um destacado papel em todas as frentes de luta, tiveram também um papel relevante no aparelho clandestino do PCP. Sem a sua participação, corajosa e dedicada, não haveria condições de um bom funcionamento e de defesa nas casas clandestinas. Para oferecer segurança, a casa precisava de ter a aparência normal de uma família, pelo que a presença de uma mulher era indispensável para não levantar suspeitas. Sendo a sua tarefa principal a defesa da casa, o que exigia um cuidadoso relacionamento e comportamento face aos vizinhos, não podia cair em contradição nas justificações avançadas para a vida que tinham, para o suposto emprego do camarada que andava no trabalho de organização e político. Tudo impunha muita atenção, disciplina e rigoroso cumprimento de regras conspirativas. O “simples” acto de ir colocar o sinal para dar entrada ao camarada quando este ficava fora para reuniões, ou a ida às compras, que tinham de ser feitas em locais mais recatados, obrigavam a uma vigilância permanente. Qualquer falha poderia pôr em risco a segurança da casa e dos camaradas.
Mas, para além destas responsabilidades, geralmente todas as camaradas das casas do Partido tinham parte activa noutras tarefas. As que estavam em tipografias participavam nos trabalhos de composição e impressão da imprensa clandestina: Avante!, O Militante e outros jornais e documentos. As que estavam noutras casas do Partido, organizavam os arquivos, escreviam à máquina (metida em caixa almofadada para abafar o som) longos relatórios, informações, etc.. As que tinham maiores habilitações redigiam artigos, utilizavam os copiógrafos, donde retiravam, a stencil, especialmente nos primeiros anos: “O Camponês”, “O Corticeiro”, “O Têxtil”, “A Terra”, “As 3 páginas”, “A Voz das Camaradas”, entre outros.
Há que considerar que grande parte das militantes das casas clandestinas eram modestas trabalhadoras, com pouca preparação política e ideológica e algumas tiveram mesmo de aprender a ler e a escrever. No entanto tinham bastante experiência da vida e da luta como operárias, camponesas, trabalhadoras. Tinham, por isso mesmo, uma forte consciência de classe, espírito solidário e de elevado sacrifício, uma grande confiança no Partido e nos seus ideais.
As mulheres comunistas, algumas muito jovens, que mergulharam na clandestinidade com 15, 16, 17 anos, assumiram grandes responsabilidades e provaram as suas capacidades na luta muito difícil, no isolamento clandestino e separadas de toda a família. Outras houve que estiveram separadas dos maridos longos anos pelo facto de estes terem sido presos e condenados.
Também muitas delas enfrentaram a PIDE, os interrogatórios, os anos de prisão, com firmeza e dignidade, honrando o seu Partido e os seus ideais. Tudo enfrentaram com coragem e dedicação revolucionária, demonstrando a sua determinação de lutar por um futuro melhor, lado a lado com os seus camaradas.
Mas sabiam que não estavam sozinhas. Sentiam-se integradas no amplo conjunto de portugueses, mulheres, homens e jovens, que lutavam em todo o país.Tinham consciência de que os seus problemas específicos de mulher, mãe e trabalhadora só seriam resolvidos numa sociedade liberta da exploração, da desigualdade e das injustiças. E sabiam que o PCP era o único partido consequente na luta pelos seus direitos.
As mulheres comunistas encontraram no seu Partido uma escola de formação política e ideológica. E a dureza e a prática da luta uniu e apetrechou os comunistas de princípios e valores importantes para a vida. Princípios como a amizade fraterna, a solidariedade, o respeito, a fidelidade ao Partido e à causa da luta que se travou ao longo dos anos difíceis. Valores que, no essencial, se mantiveram entre camaradas, como uma ampla família unida pelo Partido, e que se vêm transmitindo e alargado a novas gerações.
Creio não ser errado afirmar que as mulheres nas casas do Partido foram as que mais aprenderam politicamente e se prepararam para tarefas de maior responsabilidade.
Isto mesmo é afirmado pelo camarada Álvaro Cunhal no encerramento da Conferência do PCP - Pela Emancipação da Mulher no Portugal de Abril - 1986: “No meio século de terror fascista, nas duras condições de clandestinidade em que o Partido actuou, as mulheres comunistas, educadas pelo Partido, mostraram o seu alto valor revolucionário, no trabalho de organização, na acção política, nas tarefas técnicas mais duras e perigosas, como tipografias, aparelhos e casas clandestinas. Centenas de mulheres comunistas foram perseguidas, presas e torturadas. Muitas destacadas camaradas foram presas, julgadas e condenadas a largos anos de prisão. Libertadas, muitas voltaram logo à luta clandestina”.
Também as nossas crianças, quando habitavam nas casas clandestinas, privadas da escola e do convívio com as outras crianças, revelavam comportamentos notáveis de elevada consciência e noção de responsabilidade. Na história do Partido há muitos exemplos disso mesmo. Apenas cito dois: o da camarada Ivone Dias Lourenço que, com 5 anos, se sentou sobre um Avante que estava em cima do divã para o esconder de uma vizinha que entrou inesperadamente. Os pais não tinham reparado e insistiam para a filha se levantar e beijar a vizinha, mas a menina de 5 anos não se moveu... Outro exemplo é o da filha do camarada Agostinho Saboga que aos 8/9 anos ajudava os pais numa tipografia clandestina. Muitas das nossas crianças tinham verdadeira noção dos perigos e guardavam segredos conspirativos para defender a casa e os pais.
Hoje é motivo de grande satisfação encontrar jovens militantes comunistas, dedicados e activos, que nasceram ou viveram nas casas clandestinas. Alguns deles assistiram mesmos aos assaltos da sua casa pela PIDE e foram presos com os pais.
O PCP, como grande força política revolucionária e organizada, ao longo dos seus 80 anos de luta acumulou experiências, conhecimentos que não se podem subestimar. Serviram para a Revolução dos Cravos de Abril, são valores que continuam a ser guias da nossa luta no presente e no futuro.
Após o derrube do regime fascista, o PCP e os comunistas passaram a lutar, em liberdade, pela concretização e defesa das conquistas de Abril e pela construção de uma sociedade democrática, livre e independente, rumo ao socialismo. Deixaram de ser perseguidos pela PIDE e pelo regime fascista mas continuaram a enfrentar a ofensiva, a violência e as calúnias das forças reacionárias da direita, que atacaram e incendiaram os Centros de Trabalho do Partido.
A direita reacionária e os seus aliados tudo tentaram para impedir o processo democrático e a luta do PCP e do povo para instaurar uma sociedade sem exploradores nem explorados. E aqui, mais uma vez, a luta do PCP, dos traba lhadores e das forças democráticas foi determinante para travar a reacção.
No ano de 2001, em que o nosso Partido completa 80 anos de vida e de luta ao serviço do povo e de Portugal, é com muito orgulho que continuamos a afirmar que temos um Partido da classe operária e de todos os trabalhadores, com a sua identidade própria, com direcção e orientação únicas, partido com centralismo democrático, com princípios básicos do marxismo-leninismo. Princípios confirmados e aprovados no seu XVI Congresso em Dezembro último.
Os comunistas unidos, firmes e combativos, mulheres, homens e jovens, continuarão a defender, em torno destes princípios, um PCP interveniente e in fluente na política portuguesa, ao serviço dos interesses dos trabalhadores, de Portugal, da democracia. Um PCP para “construir o futuro”.
«O Militante» - N.º 254 - Setembro/Outubro 2001

Fala a Experiência

Fala a Experiência

… e depois, se te portares bem, até podes ter uma fundação para te entreteres, uma biografia a sério escrita por aquela jornalista que tu conheces, polícias e seguranças à porta, 24 sobre 24 horas, teres telemóveis em barda para escavacares, a oportunidade de abraçar uma causa como seja a protecção dos animais ferozes, ires à pesca de robalos com o Vara ou à caça das codornizes com o Alegre, frequentares um curso de artes marciais na China, integrares o conselho de administração da empresa que faz os “magalhães”, seres proprietário de um ginásio com spa no Freeport, jantares no Chez Dominique, considerado um dos melhores restaurantes do mundo, andares sempre com um teleponto na bagagem, porque podes ser convidado para discursar na Internacional Socialista ou nas campanhas eleitorais que vão aparecendo por aí, dares, uma vez por outra, aulas de inglês técnico na escola EB+S da tua área de residência, bem como beneficiares das mordomias que apenas estão reservadas aos grandes e excelentes estadistas como nós. É uma experiência alucinante, e tu tens estofo, podes crer!

TEORIA DA CONSPIRAÇÃO OU NÃO RESISTIU AO DESEJO

Terça-feira, 31 de Maio de 2011


TEORIA DA CONSPIRAÇÃO OU NÃO RESISTIU AO DESEJO

Apanhado na malha? Ou não resistiu ao desejo?‏


CLUBE BILDERBERG EM ACÇÃO ! É fácil destruir quem se opõe às suas tácticas financeiras.


Dominique Strauss Kahn foi eliminado por ameaçar a elite financeira mundial


Dominique Strauss Kahn foi vítima de uma conspiração construída ao mais alto nível por se ter tornado uma ameaça crescente aos grandes grupos financeiros mundiais. As suas recentes declarações como a necessidade de regular os mercados e as taxas de transacções financeiras, assim como uma distribuição mais equitativa da riqueza, assustaram os que manipulam, especulam e mandam
na economia mundial.

Não vale a pena pronunciar-nos sobre a culpa ou inocência pelo crime sexual de que Dominique Strauss Kahn é acusado, os media já o lincharam. De qualquer maneira este caso criminal parece demasiado bem orquestrado para ser verdadeiro, as incongruências são muitas e é difícil acreditar nesta
história.

O que interessa aqui salientar é: quem beneficia com a saída de cena de Strauss Kahn?

Convém lembrar que quando em 2007 ele foi designado para ser o patrão do FMI, foi eleito pelo o grupo do clube Bilderberg, do qual faz parte. Na altura, ele não representava qualquer "perigo" para as elites económicas e financeiras mundiais com as quais partilhava as mesmas ideias.

Em 2008, surge a crise financeira mundial e com ela, passados alguns meses, as vozes criticas quanto à culpa da banca mundial e à ao papel permissivo e até colaborante do governo norte-americano. Pouco a pouco, o director do FMI começou a demarcar-se da política seguida pelos seus antecessores e do
domínio que os Estados Unidos sempre tiveram no seio da organização.

Ainda no início deste mês, passou despercebido nos media o discurso de Dominique Strauss Kahn. Ele estava agora bem longe do que sempre foi a orientação do FMI. Progressivamente o FMI estava a abandonar parte das suas grandes linhas de orientação: o controlo dos capitais e a flexibilização do
emprego. A liberalização das finanças, dos capitais e dos mercados era cada vez mais, aos olhos de Strauss Kahn, a responsável pela proliferação da crise "made in America".

O patrão do FMI mostrava agora nos seus discursos uma via mais "suave" de "ajuda" financeira aos países que dela necessitavam, permitia um desemprego menor e um consumo sustentado, e que portanto não seria necessário recorrer às privatizações desenfreadas que só atrasavam a retoma económica. Claro que os banqueiros mundiais não viam com bons olhos esta mudança, achavam que
esta tudo bem como sempre tinha estado, a saber: que a política seguida até então pelo FMI tinha tido os resultados esperados, isto é os lucros dos grandes grupos financeiros estavam garantidos.

Esta reviravolta era bem-vinda para economistas progressistas como Joseph Stiglitz que num recente discurso no Brooklings Institution, poderá ter dado a sentença de morte ao elogiar o trabalho do seu amigo Dominique Strauss Kahn. Nessa reunião Strauss Kahn concluiu dizendo: "Afinal, o emprego e a
justiça são as bases da estabilidade e da prosperidade económica, de uma política de estabilidade e da paz. Isto são as bases do mandato do FMI. Esta é a base do nosso programa".

Era impensável o poder financeiro mundial aceitarum tal discurso, o FMI não podia transformar-se numa organização distribuidora de riqueza. Dominique Strauss Kahn tinha-se tornado num problema.

Recentemente tinha declarado: "Ainda só fizemos metade do caminho. temos que reforçar o controlo dos mercados pelos Estados, as políticas globais devem produzir uma melhor distribuição dos rendimentos, os bancos centrais devem limitar a expansão demasiado rápida dos créditos e dos preços imobiliários Progressivamente deve existir um regresso dos mercados ao estado".

A semana passada, Dominique Strauss Kahn, na George Washington University, foi mais longe nas suas declarações: "A mundialização conseguiu muitos resultados...mas ela também um lado sombrio: o fosso cavado entre os ricos e os pobres. Parece evidente que temos que criar uma nova forma de
mundialização para impedir que a "mão invisível" dos mercados se torne num "punho invisível"".

Dominique Strauss Kahn assinou aqui a sua sentença de morte, pisou a alinha vermelha, por isso foi armadilhado e esmagado.

pub por  Elixir
A especiaria

A ÉTICA DO PSD NA MADEIRA - ATÉ O JOGADOR DO FCP RUBEN MICAEL, À CHEGADA A CIDADE DO PORTO, COLOCOU A BANDEIRA DA MADEIRA NAS COSTAS

Terça-feira, 31 de Maio de 2011

A ÉTICA DO PSD DA MADEIRA

ATÉ O JOGADOR DO FCP RUBEN MICAEL, À CHEGADA A CIDADE DO PORTO, COLOCOU A BANDEIRA DA MADEIRA NAS COSTAS

Na Ilha da Ma(ma)deira

(território que reivindica [?] o direito à independência
MAS QUE NUNCA MAIS RESOLVE EXERCÊ-LO:
seria um descanso para quem o sustenta!)
... curioso como na Ilha da Madeira não existem incompatibilidades ... tudo é permitido..... a promiscuidade na função pública é mais nojenta que nos bordeis..... enfim, para eles tudo é tão natural...


E são estes artistas, sem os mais elementares princípios de ética e moral que se arrogam, sempre que podem, a criticar os outros...


Eles são bem piores que os outros!!! Ainda têm dúvidas?

... Como alterar isto ? ...... que entidade superior pode acabar com o compadrio? ....... Quem estará a votar nesta gente? ..... Só pode ser a clientela, arregimentada pelos caciques locais!!!

Veja a lista VIP DO PSD, o verdadeiro motor do enriquecimento da Madeira, e tire as suas conclusões...

Alberto João Jardim - Presidente do Governo Regional (37 anos no Governo)
Andreia Jardim - (filha) - Chefe de gabinete do vice-presidente do Governo Regional
João Cunha e Silva - vice-presidente do governo Regional
Filipa Cunha e Silva - (mulher) - é assessora na Secretaria Regional do Plano e Finanças
Maurício Pereira (filho de Carlos Pereira, presidente do Marítimo) assessor da assessora
Nuno Teixeira (filho de Gilberto Teixeira, ex. conselheiro da Secretaria Regional) é assessor do assessor da assessora
Brazão de Castro - Secretário regional dos Recursos Humanos
Patrícia - (filha 1) - Serviços de Segurança Social
Raquel - (filha 2) - Serviços de Turismo
Conceição Estudante - Secretária regional do Turismo e Transportes
Carlos Estudante - (marido) - Presidente do Instituto de Gestão de Fundos Comunitários
Sara Relvas - (filha) - Directora Regional da Formação Profissional
Francisco Fernandes - Secretário regional da Educação
Sidónio Fernandes - (irmão) - Presidente do Conselho de administração do Instituto do Emprego
Mulher - Directora do pavilhão de Basket do qual o marido é dirigente
Jaime Ramos - Líder parlamentar do PSD/Madeira
Jaime Filipe Ramos - (filho) - vice-presidente do pai
Vergílio Pereira - Ex. Presidente da C.M.Funchal
Bruno Pereira - (filho) - vice-presidente da C.M.Funchal, depois de ter sido director-geral do Governo Regional.
Cláudia Pereira - (nora) - Trabalha na ANAM empresa que gere os aeroportos da Madeira
Carlos Catanho José - Presidente do Instituto do Desporto da Região Autónoma da Madeira
Leonardo Catanho - (irmão) - Director Regional de Informática (não sabia que havia este cargo)
João Dantas - Presidente da Assembleia Municipal do Funchal, administrador da Electricidade da Madeira e ex. presidente da C.M.Funchal
Patrícia Dantas de Caires - (filha) - presidente do Centro de Empresas e Inovação da Madeira.
Raul Caires - (genro e marido da Patrícia) - presidente da Madeira Tecnopólo
Luís Dantas - (irmão) - chefe de Gabinete de Alberto João Jardim
Cristina Dantas - (filha de Luís Dantas) - Directora dos serviços Jurídicos da Electricidade da Madeira (em que o tio João Dantas é administrador)
João Freitas, (marido de Cristina Dantas) - director da Loja do Cidadão

Enfim,tudo filhos família...


Refrão da canção de Sérgio Godinho

Arranja-me um emprego
Arranja-me um emprego, pode ser na tua empresa, com certeza
Que eu dava conta do recado e pra ti era um sossego

COMO PODEREMOS ACREDITAR NO PSD DE PASSOS COELHOS SE ESTE NÃO CONSEGUE CORRIGIR OS DESMANDOS DO PSD DA MADEIRA?
POR ISSO, COM ESTE EXEMPLO TENHO UMA ÚNICA CERTEZA:
OS BOYS DO PS DE SÓCRATES SERÃO DE IMEDIATO SUBSTITUIDOS PELOS BOYS DO PSD DE PASSOS COELHO, CASO ESTE GANHE O PODER.
SÓ COM UMA VERDADEIRA REVOLUÇÃO ELEITORAL PORTUGAL PODERIA VER LUZ AO FUNDO DO TÚNEL.
COMO ISSO NÃO VAI ACONTECER OS VATICÍNIOS PARA PORTUGAL SÃO MAUS, MUITO MAUS!

PAULINHO DAS FEIRAS E A AUSTERIDADE DO PS E PSD NA CAMPANHA ELEITORAL

segunda-feira, 30 de maio de 2011

menino e roda

menino e roda brincando
correndo, montes galgando
roda a vida
roda o mundo
e leva um desgosto profundo
por bicicleta não ter
como outros lá na aldeia
roda, pula, serpenteia
que a vida é sempre a correr
cai e logo se levanta
que a roda do mundo é tanta
como roda a sua ideia
como roda o seu sofrer
corre o menino e a roda
na lama do mundo que é tanta
que quanto o chapeu de chuva levanta
nos seus olhos vê-se  chover

António Garrochinho

depois

é contigo que eu quero viver
depois da tropa resolver
juntamos os nossos trapinhos
nem aneis nem anelinhos
nem cerimónias com colarinhos
só assinamos os papéis
depois é construir a vida
e tu como boa rapariga
dás uma ajudinha ao rapaz
que eu sou homem capaz
com o meu trabalho e razão
de arranjar nova geração
e vivermos em amor e paz !

António Garrochinho

Eram muitos !

Eram muitos

eram muitos, os filhos nove
o meu homem tá aqui, que o prove
seis rapazes três raparigas
coisas de familias antigas
que hoje isso já não se usa
hoje até só um se recusa
plas dificuldades que a vida tem
assim como a gente, veja bem
desses nove só nos restam cinco
no estrangeiro lutam com afinco
e nós para aqui sózinhos
todo o ano sem ninguém
só plo natal os vemos
a eles e os netos pequenos
donos dos nossos carinhos
bisnetos também já temos
que são a nossa alegria
vê-los correr á manadia
aí por esses campos fora
até a minha alma chora
enquanto não nos formos embora
eu e o meu Joaquim
pois a vida é mesmo assim
que a morte em todos mora !

António Garrochinho

EXCERTOS HISTÓRICOS - A TENEBROSA PIDE

DIAS COELHO MILITANTE DO PARTIDO COMUNISTA PORTUGUES, ASSASSINADO PELA PIDE



CAÇA AO PIDE EM ABRIL DE 1974

RUA ANTÓNIO MARIA CARDOSO LISBOA - SEDE DA PIDE/DGS

A Polícia Política - Segundo a História de Portugal de A. H. de Oliveira Marques
A polícia política, cujas origens remontam  a 1926, foi reorganizada na década de 1930. Primeiro chamada Polícia de Vigilância e Defesa do Estado (P. V. D. E.), passou a ser conhecida por Polícia Internacional e de Defesa do Estado (P. I. D. E.) a partir de 1945, data em que viu as suas atribuições consideravelmente ampliadas. Na época Marcelista foi a D.G.S - Direcção Geral de Segurança.
A Polícia Secreta portuguesa alcançou, sob regime de Salazar, em todas as esferas da vida nacional, tais limites de poder e penetração que desafiaram a autoridade do próprio Estado - incluindo a das Forças Armadas - e a converteram gradualmente num estado dentro dele.
Da mesma forma que a lnquisição, teve de justificar a sua própria existência e os seus amplos poderes pela «invenção» ou o exagero de ameaças à segurança do regime e pela «fabricação» de comunistas e de outros  perigosos opositores ao Estado Novo.

Movimento quer roteiro da ditadura de Salazar
Fernando Madaíl
Vocês podem imaginar isto tudo, amigos?” A interrogação da ex-presa Maria Fernanda Leitão foi publicada na revista Notícia, a 25 de Maio de 1974, sendo reproduzida no livro PIDE – A História da Repressão (coordenação de Alexandre Manuel, Rogério Carapinha e Dias Neves).
Sem a fama de Cunhal ou Soares, Jaime Cortesão ou Torga, Emídio Santana ou Palma Inácio, descrevia a repressão fascista. “O que era, em prisões destas, ser torturado, espancado, apodrecer nos curros, adoecer, tuberculizar, ter cancro, ter dores, vomitar, ter período menstrual, não tomar banho, tremer de frio, passar fome? Ninguém pode imaginar. Só vendo.”
“Vocês poderão imaginar, amigos”, prosseguia, “o que eram os interrogatórios, os insultos, a vida inteira devassada, avacalhada, o silêncio das noites, o isolamento, os anos passados, as cartas abertas, os parlatórios com microfones minúsculos debaixo dos mosaicos das paredes, as visitas com guardas ao lado? Ninguém pode imaginar. Só tendo passado por isto.”
Manuela Cruzeiro, na apresentação do livro Silêncio – Prisões Políticas Portuguesas, do fotógrafo Pedro Medeiros, invoca o título provocatório de Eduardo Lourenço, O Fascismo Nunca Existiu (1976). A investigadora do Centro de Documentação 25 de Abril da Universidade de Coimbra escreveu antes de surgir o movimento Não Apaguem a Memória!, uma vez que a missão fotográfica de reconstituir o universo concentracionário e repressivo do Estado Novo decorreu entre 1999 e 2005 e os autores da petição ao Parlamento só se organizaram em Dezembro de 2005.
O roteiro essencial do fascismo português que este movimento cívico, sem direcção formal, pretende que seja criado passa por locais emblemáticos da brutalidade da polícia política, nomeadamente a sede central da PIDE/DGS em Lisboa, as cadeias do Aljube, Caxias e Peniche, o Tribunal Plenário. Mas um dos ícones do que Salazar designava por uns “safanões a tempo” – da tortura do sono e da estátua (o comunista Francisco Miguel esteve 51 dias de pé) até à morte -, o mais temível de todos, que era o campo de concentração do Tarrafal, não está em território português.
Edmundo Pedro, um dos cinco sobreviventes que estrearam o “campo da morte lenta”, onde estiveram desde o treinador de futebol Cândido de Oliveira ao escritor Luandino Vieira, lembra que o Tarrafal integra simultaneamente a memória do combate contra o nazi-fascismo (inaugurado em 1936, era cópia dos campos hitlerianos) e da luta anticolonial: encerrado em 1954, seria reaberto para os presos dos movimentos de libertação.
E, no entanto, o projecto também deve servir para enaltecer os “semeadores de liberdade”, como definiu os lutadores contra a ditadura o ministro Santos Silva. Afinal, só as fugas mais rocambolescas davam filmes: Nuno Cruz e outros reviralhistas foram brutalmente espancados por cúmplices que se fizeram passar por polícias que os iriam transferir de cadeia; José Magro e outros comunistas saíram de Caxias no carro blindado de Salazar; Palma Inácio serrou as grades da prisão da PIDE no Porto com limas que guardava nos frascos do chocolate e do leite em pó. Vocês podem imaginar?
(http://dn.sapo.pt/2006/08/20/tema/movimento_quer_roteiro_ditadura_sala.html)
Quantas foram as vítimas da PIDE?
Fernando Madaíl
Desde o tempo em que Raul Proença editou um panfleto a denunciar a ditadura, logo em Dezembro de 1926, até Palma Inácio sair de Caxias de braços abertos a saudar a liberdade reconquistada em Abril de 1974, houve “não se sabe quantos” presos políticos durante o fascismo.
Um dos grupos de trabalho do movimento Não Apaguem a Memória! vai dedicar-se a fazer um levantamento, na Torre do Tombo, de todas as vítimas da ditadura militar e dos governos chefiados por Salazar e Marcelo Caetano.
Ao longo de 48 anos, passaram pelos calabouços do regime antigos ministros e militares do reviralho, anarquistas e comunistas, operários e camponeses, intelectuais de renome e funcionários públicos, maçons e sacerdotes, velhos republicanos e monárquicos anti-salazaristas, comunistas fiéis a Moscovo ou cisionistas pró-Pequim, africanos anticolonialistas e estudantes universitários, todas as correntes de opinião.
Na sede da PIDE/DGS, na António Maria Cardoso – nome da rua lisboeta que, a exemplo do que sucedia com a portuense Rua do Heroísmo, só de se pronunciar metia medo -, foi encontrado quase um milhão de nomes nos ficheiros, embora fossem incomparavelmente menos aqueles que tinham direito a fichas idênticas às que se publicam no topo destas páginas (de Álvaro Cunhal, Mário Soares, Palma Inácio, Dias Lourenço, Pires Jorge e Jaime Serra).
A designação PIDE (Polícia Internacional e de Defesa do Estado) só foi usada entre 1945 e 1969, mas os métodos dos agentes de Agostinho Lourenço e de Silva Pais tornaram a sigla terrível. Antes, chamou-se Polícia Especial, Polícia de Informação Pública, Polícia de Defesa Política e Social, Polícia de Vigilância e Defesa do Estado. Depois da “Primavera Marcelista”, Direcção-Geral de Segurança (DGS).
SEDE DA PIDE NO PORTO


CARTEIRA DE FÓSFOROS USADA EXCLUSIVAMENTE PELA PIDE

SILVA PAIS CHEFE DA PIDE/DGS





DIRIGENTES COMUNISTAS PRESOS PELA PIDE

ALVARO CUNHAL PRISIONEIRO DA TENEBROSA PIDE
PRISÃO DE PIDE EM ABRIL DE 1974



As origens da PIDE
As origens da PIDE começaram em 1933, ano da criação oficial do Estado Novo.  É criada a Polícia de Vvigilância e de Defesa do Estado  (PVDE), com duas secções principais:

Secção Defesa e da Política Social, a fim de reprimir a oposição política actividades, impor censura, etc
Secção internacional, utilizadas para controlar a imigração, a deportação e os serviços secretos e de inteligência.

Em 1936  a PVDE criou o presídio do  Tarrafal em Cabo Verde, sob o seu controlo directo, como um destino para os presos políticos, que o regime considerava mais perigosos. Durante 40 anos de ditadura, 32 pessoas morreram no Tarrafal, devido aos rigorosos regimes de internamento.

Com a Guerra Civil Espanhola, e depois de um atentado contra Salazar por militantes anarquistas, aumenta a repressão, em especial contra o Partido Comunista Português. A PVDE, recebeu instrutores alemães e italianos, que tentaram adaptá-la à estrutura e os métodos da Gestapo.

Durante a Segunda Guerra Mundial, Portugal tornou-se um país de espiões, local de exílio para importantes personalidades estrangeiras, e aumentou a cooperação entre a PVDE e Gestapo.
De PVDE a PIDE Em 1945, a PVDE, que tinha sido criada e instruída pelo modelo GESTAPO nazista, muito BRUTA e pouco TÉCNICA, é dissolvida e substituída pela PIDE, que modifica o seu estilo e orientação profissional pelo modelo Scotland Yard. Mais TÉCNICA e menos BRUTALIDADE ! Torna-se uma secção da Polícia Judiciária , e continua a manter o seu estatuto de aparelho de repressão do regime de Salazar.



Como a PVDE, foi dividida em duas secções principais:

Funções administrativas (incluindo os serviços de imigração)
Características penal (aplicação da lei ea segurança do Estado)

A PIDE é considerada por muitos analistas como um dos serviços secretos mais eficaz e funcionais da  História.  Com células secretas em todo o território Português, conseguiu infiltrar-se em  todos os movimentos da oposição, como o Partido Comunista ou movimentos independência em Angola e Moçambique. Tinha também parceria, com centenas de civis, chamados "bufos", que actuaram como espiões entre a população. Isso deu-lhe a possibilidade de controlar todos os  aspectos da vida quotidiana em Portugal. Como resultado, milhares de portugueses foram presos e muitos torturados nas prisões da PIDE.

Desde a guerra nas colónias da África, a PIDE intensificou a sua actividade, principalmente no Ultramar. Depois do 25 de Abril de 974, foi criada uma comissão para dissolução da PIDE, e toda a sua documentação arquivada no Arquivo Nacional da Torre do Tombo. As suas páginas podem ser visualizadas, excepto o acesso aos nomes dos seus agentes e altos cargo directivos.



As Vítimas da PIDE
Foi responsável por alguns crimes sangrentos, como o assassinato do militante do Partido Comunista Português (PCP) José Dias Coelho e do General Humberto Delgado. Este último foi atraído para uma emboscada, só possível pela introdução de informadores nas organizações que o general liderava ou na sua teia mais íntima de relações pessoais, ultrapassando mesmo as fronteiras nacionais (não só o crime foi cometido em território espanhol como os informadores se encontravam instalados no Brasil, na França e na Itália).
As principais vítimas da PVDE - PIDE foram sempre os comunistas ou seus simpatizantes, cujos mártires ultrapassaram, de longe, quaisquer outros oposicionistas. Parece também averiguado que os elementos das classes «inferiores» recebiam em geral pior tratamento do que os das classes média e superior. 
Seria, no entanto, errado, considerar a polícia Secreta como um organismo de classe visando reprimir apenas actividades de outra classe. Todas as correntes de opinião, incluindo os Católicos e os Integralistas e representantes de todas as classes e grupos sociais contaram inúmeras vítimas das perseguições policiais.
Num país pequeno como Portugal, altamente centralizado, as pressões políticas iam também afectar muitas profissões «independentes», para lá do funcionalismo público, como frequentemente se verificou. Por vezes, ao perseguir-se alguém, omitiam-se cuidadosamente os motivos políticos reais, invocando-se, antes, razões de ordem profissional ou moral. 
Também se verificaram pressões sobre empresas ou sobre particulares para demitirem ou para recusarem admissão a indivíduos politicamente suspeitos ou de menos confiança. Pôde assim ser estabelecido todo um clima geral de dependência do Estado e dos seus objectivos políticos

REPURCUSSÕES DO MAIO DE 68 - A PASSEATA DOS 100 MIL E A CANÇÃO DE XICO BUARQUE - CÁLICE - CENSURADA

Foto de Evandro Teixeira   
O ano de 1968 foi marcado por manifestações populares em diversos países, como França, EUA, Alemanha, Itália, Bélgica, Holanda, Suíça, Dinamarca, Espanha, Reino Unido, Polônia, México, Argentina, Chile e Brasil. 
Jovens e trabalhadores protestam contra a situação social do pós-guerra, as guerras e as ocupações imperialistas. Nos Estados Unidos, os jovens opõem-se à Guerra do Vietnã e o movimento hippie cresce.
Em Paris, estudantes e operários promovem greves e passeatas. Em 6 de maio ocorre o histórico confronto entre 13 mil jovens e a polícia. Os policiais lançam bombas de gás lacrimogêneo, respondidas com pedras pelos jovens - cenário semelhante ao dos protestos contra a ditadura militar que ocorrem no Brasil.
Enquanto isso, apesar da repressão - ou justamente para reagir a ela - a contracultura fica mais produtiva, criativa e combativa do que nunca, com representações em todas as artes. O site da Revista de História da Biblioteca Nacional vasculhou o You Tube em busca de registros sobre o ano de 1968 no Brasil e no mundo.
Canção-hino em francês
Ouça "Nous sommes les nouveaux partisans" (formato MP3), canção-hino utilizada pelos participantes do Maio de 1968, em Paris, que consiste numa derivação do tema da Resistência durante a  II Guerra Mundial.

Chico Buarque e Gilberto Gil - Cálice censurado



CÁLICE CENSURADO - FOI CORTADO O SOM DO MICROFONE QUANDO CHICO CANTAVA !
ELE PERGUNTA - TEM SOM ? E O POVO ASSOBIA

1968 - Passeata dos Cem Mil


PASSEATA DOS CEM MIL APÓS A MORTE DO ESTUDANTE EDSON.

Duas em cada cinco crianças portuguesasvive em situação de pobreza. É uma das conclusões de um estudo do Instituto Superior de Economia e Gestão que será divulgado na quarta-feira, ao qual o jornal Público teve acesso.


O estudo, encomendado pelo Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social, revela uma nova dimensão da pobreza - não são apenas as crianças com rendimentos abaixo do limiar da pobreza que são pobres, mas também aquelas cujas condições de vida se reflectem do seu bem estar.
De acordo com o estudo, citado pelo jornal Público, as crianças até aos 17 anos ultrapassaram os idosos como o grupo mais vulnerável à pobreza. Não há crianças sem acesso à televisão por questões esconómicas, mas há quem não faça uma refeição de carne ou peixe pelo menos de dois em dois dias.
Mais de uma em cada quatro crianças não tem actividades extracurriculares por falta de dinheiro dos progenitores, enquanto quatro por cento não come fruta nel legumes diariamente.
O estudo deixa algumas preocupações no ar, mais concretamente em relação aos apoios sociais, cujos cortes recentes "não permitem antever um futuro promissor para estas crianças".

amante de todos os poemas de amor

amante de todos os poemas de amor


Como se abrissem janelas
e respirassem vento
ousam os olhos
a calma de um amante
de todos os poemas de amor

Deixem que me embale por eles
(os teus olhos)
Sabendo que na próxima aurora
Serão os meus
Clamando poemas de amor


Tão belos como castelos
onde moram as trovas
de um amor sem trono
amor plebeu…
que se entrega sem permuta
a um poema de amor

Sinto-te tango, arguto,
da dor e da raiva rasgada
sabor cidra que invejo
no suar das folhas
que te escrevem
poemas de amor!


(imagem: Olga Sotto)

Galp deve aumentar administradores de 17 para 21 - ESTE É O EXEMPLO DA GALP !

Galp deve aumentar administradores de 17 para 21
29 de Maio, 2011
Os accionistas da Galp reúnem-se segunda-feira numa assembleia-geral em que deverá ser aprovado um aumento do número de administradores de 17 para 21, mas em que ficará de fora a escolha de um novo presidente-executivo. A Amorim Energia e a Eni, que no conjunto detêm 66,68 por cento do capital da petrolífera, propuseram a 11 de Maio "fixar em 21 o número de membros do Conselho de Administração para o triénio 2011-2013".
Os dois principais accionistas da Galp têm surgido recentemente nas notícias devido ao alegado desentendimento quanto à continuidade (ou não) de Manuel Ferreira de Oliveira como presidente-executivo da empresa.
Ferreira de Oliveira, que terminou mandato no final do ano passado (mantendo-se em funções até à AG), já manifestou disponibilidade para continuar, mas parece não reunir consenso entre os principais accionistas.
No início do mês, o Diário Económico noticiou que os italianos da ENI apresentaram formalmente uma proposta para que fosse o alemão Jochen Weise a presidir à Galp. O jornal escreveu que "o nome do gestor foi formalmente proposto à Amorim Energia [...], por carta, com data de 18 de Abril".
Já Américo Amorim, que controla a holding Amorim Energia, apoiará a recondução de Ferreira de Oliveira.
A falta de consenso nesta matéria levou mesmo à anulação do ponto de agenda da convocatória da AG que falava em "eleição dos Órgãos Sociais para o mandato 2011-2013". De acordo com uma adenda à convocatória divulgada pela CMVM, o ponto 6 foi considerado "prejudicado" e como tal "retirado".
Este ponto foi substituído por deliberações sobre a eleição da mesa da assembleia geral, da comissão de remunerações, do conselho fiscal, do Revisor Oficial de Contas e sobre o número de administradores.
Segundo as propostas dos acionistas divulgadas na CMVM, Daniel Proença de Carvalho continuará a ser o presidente da Mesa da Assembleia Geral, a Caixa Geral de Depósitos presidirá à Comissão de Remunerações (com Amorim Energia e ENI a designarem vogais) e Daniel Bessa presidirá ao Conselho Fiscal.
Esta reunião surge num momento em que já não está em vigor na Galp Energia uma cláusula do acordo parassocial que mantinha o equilíbrio de poderes na petrolífera. A cláusula impedia a Eni, a Amorim Energia e o Estado (7 por cento da Parpública e 1 por cento da CGD) de alterarem as respectivas participações.
Ainda antes do fim da cláusula, e já depois, foram várias as notícias de movimentações dos accionistas no sentido de comprarem a participação da ENI. A Petrobras negociou a compra até ao início de Fevereiro, quando anunciou oficialmente ter desistido do negócio.
No outro lado da mesa estão os angolanos da Sonangol, cujo presidente, Manuel Vicente, já afirmou que pretende ter uma participação directa na Galp, contrariando informações sobre a intenção de um aumento da sua participação indirecta através da Amorim Energia.
A Sonangol detém uma participação indirecta de cerca de 15 por cento no capital da Galp Energia, por via dos 45 por cento que detém na Amorim Energia (através da offshore Esperanza).
Lusa/SOL

Freitas do Amaral – Mais rápido do que a própria sombra *

Segunda-feira, 30 de Maio de 2011

Freitas do Amaral – Mais rápido do que a própria sombra *


O professor Diogo Freitas do Amaral tem um percurso de vida notável. Uma espécie de viagem fascinante... que só não vai bem com pessoas que tenham tendência para enjoar com as curvas acentuadas e lombas vertiginosas.
Assim num simples esboço de resumo:
Desde «devoto de Salazar», como afirmava Marcelo Caetano, passando pela fundação do CDS, com um programa que ia “rumo ao socialismo” (na época rumavam todos!); passando por uma candidatura presidencial de direita, contra Soares... e depois passando a sentir-se muito bem ao lado do mesmo Soares; passando depois pela descoberta de Sócrates, com tal agrado que aceitou ser seu ministro... tendo agora passado a achar que Sócrates, afinal, tem «pouca cultura democrática» e acabar a achar que «Pedro Passos Coelho é que é a solução»... Freitas do Amaral já disse de tudo, já provou de tudo, já esteve com (quase) tudo, desde que isso lhe cheire a lugar ou sinecura.
Estou aqui a ver se me lembro de nos últimos tempos ter visto uma coisa assim triste, patética, graxista, oportunista, invertebrada, direi mesmo... langanhosa... mas apesar do esforço, não estou a ver!
* Que me perdoe o Lucky Luke... que é uma figura divertidíssima, mesmo que apenas de ficção.

Jerónimo de Sousa recordou ! A Bem do Betão e do Alcatrão

Segunda-feira, Maio 30, 2011


A Bem do Betão e do Alcatrão

A ASSUNTO já era do conhecimento público, mas Jerónimo de Sousa, secretário-geral do PCP, e muito a propósito, voltou a recordá-lo com o respectivo sublinhado. O senhor Almerindo Marques antecipou em dois anos a sua saída da presidência das Estradas de Portugal, para ir assumir a liderança da Opway, empresa construtora do Grupo Espírito Santo. Isso aconteceu porque o dito senhor tem muita influência, sabe mexer os cordelinhos e faz muita falta noutros círculos, como foi o caso de Jorge Coelho, quando há uns anos atrás, depois ter passado pelos tablados da governação, acabou à frente dos destinos da Mota-Engil (Abril 2008), considerada uma das construtoras do regime. Não é preciso grande esforço para se perceber que estas transferências ilustram as cumplicidades e “uniões de facto” que se continuam a estabelecer entre as construtoras dos grupos económicos e financeiros, e a constelação de interesses que giram à volta do aparelho de Estado, traficando influências, chorudos negócios - como as Parcerias Público-Privadas - e outras coisas mais, que muito têm contribuído, não para o progresso do país e da sua recuperação económica, mas sim para o seu colapso e falência.
Tudo isto acontece, quase em simultâneo, com a decisão de o Tribunal de Contas de recusar o visto prévio a cinco concessões lançadas pela Estradas de Portugal (Douro Interior, Baixo Alentejo, Algarve Litoral, Litoral Oeste e Auto-Estrada Transmontana), na qual a Estradas de Portugal se comprometia a fazer pagamentos extraordinários, que carecem de fundamentação jurídica, por ter havido, diz ela, entre outras razões, uma degradação das condições financeiras entre a proposta inicial, com que os concorrentes foram seleccionados, e a final, com que assinaram os contratos. Habituados como estão a que os bolsos dos portugueses não tenham fundo, os governos (mesmo os de gestão) já nem sequer se esforçam por dissimular as suas negociatas, sobretudo aquelas que mexem com o rico e inesgotável filão do betão e do alcatrão.