Sábado, 28 de Maio de 2011
Meu país
Meu país turístico de doce clima tão frio
De negras neves a caiar os montes
E os prados cansados
Tenho uma capa de degredo larvas de água triste
Nos cabelos húmidos
E pés descalços pelos sapatos do desengano
Meu país de água com o mar à beira
Meteste-me no fogo do ventre um coração parado
Pelas águas geladas de poluídos rios e gastos mares
E sou(fui) a emigrada presente que nem parte nem partiu
Não partirá
Arbusto mal plantado no suicídio do vento
Cobrindo o rosto com as folhas das mãos
De negras neves a caiar os montes
E os prados cansados
Tenho uma capa de degredo larvas de água triste
Nos cabelos húmidos
E pés descalços pelos sapatos do desengano
Meu país de água com o mar à beira
Meteste-me no fogo do ventre um coração parado
Pelas águas geladas de poluídos rios e gastos mares
E sou(fui) a emigrada presente que nem parte nem partiu
Não partirá
Arbusto mal plantado no suicídio do vento
Cobrindo o rosto com as folhas das mãos
Matilde Rosa Araújo nasceu em Lisboa, em 1921, tendo tirado a sua licenciatura em Faculdade de Letras, da Universidade Clássica de Lisboa, em 1945. Foi professora do Ensino Técnico-Profissional, e formadora de professores na Escola do Magistério Primário de Lisboa.
Foi autora de mais de 40 livros (contos e de poesia para adultos) e de mais de duas dezenas de livros de contos e poesia para crianças. Dedicou-se à defesa dos direitos das crianças através da publicação de livros e de intervenções em organismos com actividade nesta área, como a UNICEF em Portugal.
Em 1980, recebeu o Grande Prémio de Literatura para Crianças, da Fundação Calouste Gulbenkian, e o prémio para para o melhor livro infantil, pela mesma fundação, em 1996, pelo seu trabalho Fadas Verdes (livro de poesias de 1994).
Matilde Rosa Araújo recebeu o grau de Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique e, em Maio de 2004, foi distinguida com o Prémio Carreira, da Sociedade Portuguesa de Autores.
Faleceu serenamente, em 6 de julho de 2010 na sua casa em Lisboa[1].
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