AVISO

OS COMENTÁRIOS, E AS PUBLICAÇÕES DE OUTROS
NÃO REFLETEM NECESSARIAMENTE A OPINIÃO DO ADMINISTRADOR DO "Pó do tempo"

Este blogue está aberto à participação de todos.


Não haverá censura aos textos mas carecerá
obviamente, da minha aprovação que depende
da actualidade do artigo, do tema abordado, da minha disponibilidade, e desde que não
contrarie a matriz do blogue.

Os comentários são inseridos automaticamente
com a excepção dos que o sistema considere como
SPAM, sem moderação e sem censura.

Serão excluídos os comentários que façam
a apologia do racismo, xenofobia, homofobia
ou do fascismo/nazismo.

domingo, 29 de maio de 2011

DISCUTIR O ACESSÓRIO

A versão final do memorando da troika, conhecida sexta-feira, prevê uma redução de prazos para a definição e a aplicação de algumas das medidas mais polémicas, entre elas a taxa social única (a já famosa TSU). Esta taxa, o contributo das empresas para a Segurança Social, é vista como prioritária para fazer face aos nossos problemas financeiros, mas pode também comprometer o futuro equilíbrio do sector que suporta, entre outras coisas, as pensões e os subsídios de desemprego. Daí que para que as perdas sejam compensadas seja necessário aumentar impostos.
Na versão preliminar do memorando, o futuro governo tinha até Outubro, antes do Orçamento, para apresentar a sua proposta para a TSU. Agora, na versão final, o prazo é reduzido em dois meses e meio. Ou seja, ainda em Julho, quando seguramente estaremos a discutir coligações e a formação do novo executivo, a troika exige saber o que se fará nessa matéria.
Perante este cenário, seria normal que os partidos, sobretudo os que assinaram o acordo, esclarecessem sem margem para dúvidas quais as suas propostas. Mas como o tema "chamuscou" o início da campanha, continuamos sem saber como cada um pensa reduzir a TSU e, ao mesmo tempo, compensar os efeitos dessa redução. No PSD conhece-se a intenção de baixar quatro pontos já numa primeira legislatura (oito a mais longo prazo, segundo Eduardo Catroga), mas não se conhece como, nem em que prazos. No CDS ouviu-se Portas dizer que a redução só terá efeito se for feita de uma só vez, mas não se percebeu quando tenciona aplicar a medida sobre a qual levantou reservas. E no PS Sócrates disse apenas que o assunto estava a ser estudado.
Ou seja, os partidos preferiram, uma vez mais, trocar acusações sobre o desconhecimento das duas versões do memorando e apontar culpas, em vez de serem esclarecedores. Os portugueses vão votar sem conhecerem nenhuma das propostas sobre uma medida fundamental. Será seguramente por este tipo de indefinições que muitos continuam indecisos.
DN

Sem comentários: