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quinta-feira, 30 de novembro de 2017

a idade do éçe


Morreu Zé Pedro dos Xutos & Pontapés


30 nov, 2017 
Morreu Zé Pedro, guitarrista dos Xutos & Pontapés e figura lendária do rock português, avança a revista "Blitz".
Zé Pedro tinha 61 anos e faleceu em casa, vítima de doença prolongada.
Além de ser um dos co-fundadores dos Xutos, em 1978, o músico fez parte de projectos como Maduros, Ladrões do Tempo e Palma's Gangs, este último com Jorge Palma.
Foi também um dos sócios do Johnny Guitar, emblemático bar e sala de espectáculos de Lisboa.
O último concerto de Zé Pedro com a sua banda de sempre aconteceu no início do mês, no Coliseu dos Recreios. No final, o guitarrista recebeu uma onda de carinho do público.
O estado de saúde de Zé Pedro deteriorou-se nos últimos meses depois de, há alguns anos, o guitarristas ter sido submetido a um transplante de fígado.
"Foi em 2001. Parei os consumos todos: de álcool, drogas e tabaco. Foi um ano terrível de confusão, de consumos, de não ter saída. Às vezes lembro-me de um turbilhão de coisas que me passava pela cabeça. Tem de ter um fim. Não vou aguentar muito mais. Houve uma hemorragia enorme e eles quase me deram como morto. Mas eu tive a certeza que ia sobreviver. O Eduardo Barroso disse que o fígado nem para um patê dava", contou em entrevista ao jornal "Expresso".
Noutra conversa com o portal Sapo, Zé Pedro admite que passou muitas linhas vermelhas. "Abusei muito. Foi a fase do sexo, droga e rock n’ roll. Aproveitei bem este lema e acabei por pagar a factura da pior maneira. Não sinto rancor com o meu passado. Vivi o que vivi. Claro que temos de assumir as consequências dos nossos atos, assumir as responsabilidades".
O guitarrista fá de Rolling Stones deixou também conselhos às novas gerações: "Os jovens devem ter uma personalidade cada vez mais forte para dizer não às tentações e não se deixarem levar pelo princípio de que se tem de experimentar tudo na vida. Isso não é verdade. Há que saber selecionar os amigos e as atividades que nos fazem bem".
O homem do leme dos Xutos & Pontapés, que passou parte da infância em Timor, era uma das figuras mais carismáticas da música portuguesa das últimas décadas.


rr.sapo.pt

30 de Novembro de 1935: Morre, em Lisboa, o poeta português Fernando Pessoa

Poeta, ficcionista, dramaturgo, filósofo, prosador, Fernando Pessoa é, inequivocamente, a mais complexa personalidade literária portuguesa e europeia do século XX. Após a morte do pai, partiu com sete anos para a África do Sul onde o seu padrasto ocupava o cargo de cônsul interino. Durante os dez anos que aí viveu, realizou com distinção os estudos liceais e redigiu alguns dos seus primeiros textos poéticos, atribuídos a pseudónimos,entre os quais se salienta o de Alexander Search. Com dezassete anos, abandona a família e regressa a Portugal,com a intenção de ingressar no Curso Superior de Letras. Em Lisboa, acaba por abandonar os estudos, sobrevive como correspondente comercial de inglês e dedica-se a uma vida literária intensa. Desenvolve colaboração com publicações (algumas delas dirigidas por si) como A República, Teatro, A Águia, A Renascença, Eh Real, O Jornal,A Capital, Exílio, Centauro, Portugal Futurista, Athena, Contemporânea, Revista Portuguesa, Presença, O Imparcial, O Mundo Português, Sudoeste, Momento. Com Mário de Sá-Carneiro e Almada Negreiros, entre outros,leva, em 1915, a cabo o projeto de Orpheu, revista que assinala a afirmação do modernismo português e cujo impacto cultural e literário só pôde cabalmente ser avaliado por gerações posteriores. Tendo publicado em vida,em volume, apenas os seus poemas ingleses e o poema épico Mensagem, a bibliografia que legou à contemporaneidade é de tal forma extensa que o conhecimento da sua obra se encontra em curso, sendo alargado ou aprofundado à medida que vão saindo para o prelo os textos que integram um vastíssimo espólio. Mais do que a dimensão dessa obra, cujos contornos ainda não são completamente conhecidos, profícua em projetos literários,em esboços de planos, em versões de textos, em interpretações e reflexões sobre si mesma, impõe-se, porém, a complexidade filosófica e literária de que se reveste. Dificilmente se pode chegar a sínteses simplistas diante de um autor que, além da obra assinada com o seu próprio nome, criou vários autores aparentemente autónomos e quase com existência real, os heterónimos, de que se destacam - o seu número eleva-se às dezenas - Ricardo Reis, Álvaro de Campos e Alberto Caeiro, cada um deles portador de uma identidade própria; de uma arte poética distinta; de uma evolução literária pessoal e ainda capazes de comentar as relações literárias e pessoais que estabelecem entre si. A esta poderosa mistificação acresce ainda a obra multifacetada do seu criador, que recobre vários géneros (teatro, poesia lírica e épica, prosa doutrinária e filosófica, teorização literária, narrativa policial,etc.), vários interesses (ocultismo, nacionalismo, misticismo, etc.) e várias correntes literárias (todas por si criadas e teorizadas, como o paulismo, o intersecionismo ou o sensacionismo). Elevando-se aos milhares de milhares aspáginas já publicadas sobre a obra de Fernando Pessoa, e, muito particularmente, sobre o fenómeno da heteronímia, uma das premissas a ter em conta quando se aborda o universo pessoano é, como alerta Eduardo Lourenço, não cair no equívoco de "tomar Caeiro, Campos e Reis como fragmentos de uma totalidade que convenientemente interpretados e lidos permitiriam reconstituí-la ou pelo menos entrever o seu perfil global. A verdade é mais simples: os heterónimos são a Totalidade fragmentada [...]. Por isso mesmo e por essência não têm leitura individual, mas igualmente não têm dialéctica senão na luz dessa Totalidade de que não são partes,mas plurais e hierarquizadas maneiras de uma única e decisiva fragmentação. (p. 31) Avaliando a posteriori o significado global dessa aventura literária extraordinária revestem-se de particular relevo, como aspetos subjacentes a essas múltiplas realizações e a essa Totalidade entrevista, entre outros, o sentido de construtividade do poema (ou melhor, dos sistemas poéticos) e a capacidade de despersonalização obtida pela relação de reciprocidade estabelecida entre intelectualização e emoção. Nessa medida, a obra de Fernando Pessoa constitui uma referência incontornável no processo que conduz à afirmação da modernidade, nomeadamente pela subordinação da criação literária a um processo de fingimento que, segundo Fernando Guimarães, "representa o esbatimento da subjetividade que conduzirá à poesia dramática dos heterónimos, à procura da complexidade entendida como emocionalização de uma ideia e intelectualização de uma emoção, à admissão da essencialidade expressiva da arte" bem como à "valorização da própria estrutura das realizações literárias" (cf. O Modernismo Português e a sua Poética, Porto, Lello, 1999, p. 61). Deste modo, a poesia de Fernando Pessoa "Traçou pela sua própria existência o quadro dentro do qual se move a dialética mesma da nossa Modernidade", constituindo a matriz de uma filiação textual particularmente nítida à medida que a sua obra, e a dos heterónimos, ia, ao longo da década de 40, sendo descoberta e editada, a tal ponto que, a partir da sua aventura poética, se tornou impossível"escrever poesia como se a sua experiência não tivesse tido lugar." (LOURENÇO, Eduardo, cit. por MARTINHO,Fernando J. B. - Pessoa e a Moderna Poesia Portuguesa - do "Orpheu" a 1960, Lisboa, 1983, p. 157.)

Fernando Pessoa. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2012. 
wikipedia (Imagens)



Ficheiro:216 2310-Fernando-Pessoa.jpg


Fernando Pessoa em 1914
Ficheiro:Pessoacopo.jpg
"Fernando Pessoa em flagrante delitro": dedicatória na fotografia que ofereceu à namorada Ophélia Queiroz em 1929
Não sei quantas almas tenho

Não sei quantas almas tenho.
Cada momento mudei.
Continuamente me estranho.
Nunca me vi nem acabei.
De tanto ser, só tenho alma.
Quem tem alma não tem calma.
Quem vê é só o que vê,
Quem sente não é quem é,
Atento ao que sou e vejo,
Torno-me eles e não eu.
Cada meu sonho ou desejo
É do que nasce e não meu.
Sou minha própria paisagem;
Assisto à minha passagem,
Diverso, móbil e só,
Não sei sentir-me onde estou.


Por isso, alheio, vou lendo
Como páginas, meu ser.
O que segue não prevendo,
O que passou a esquecer.
Noto à margem do que li
O que julguei que senti.
Releio e digo: “Fui eu?”
Deus sabe, porque o escreveu.


VÍDEO

OLHÓAVANTE ! - DESLOCALIZAÇÕES





Há cerca de uma semana, a 21 de Novembro, o País soube pela comunicação social que o Infarmed ia ser deslocalizado para o Porto. Mas não foi apenas o País que o soube nessa altura, o próprio Infarmed também ficou informado na mesma ocasião, como garante a sua comissão de trabalhadores, os quais, esmagadoramente (97%) e em votação nominal, recusaram liminarmente ser «deslocalizados» para o Porto – o que se compreende à evidência, pois todos têm a vida estruturada em Lisboa.

Acontece que o Infarmed não é uma instituição qualquer, trata-se do organismo que controla e homologa todo e qualquer medicamento ou produto de Saúde que chegue ao País. A sua criação em Portugal ocorreu há 20 anos no quadro e por exigência da União Europeia, munindo o País de uma estrutura que passou a garantir a segurança terapêutica. As valências necessárias para cumprir a tarefa são especializadas, com calibres de eficácia de alta exigência, adestramento de procedimentos e competências específicas que exigem meios e tempo.

Foi assim que o Infarmed se afirmou nacional e internacionalmente como organismo de excelência na avaliação, controle e garantia dos medicamentos utilizados e a utilizar no País, impondo-se como referência nacional de serviço público rigoroso e transparente.

O Governo anunciou de repente a deslocalização do Infarmed e desencadeou uma tal tempestade, que tanto o primeiro-ministro como o ministro da Saúde se têm esforçado para garantir que se trata de uma «medida administrativa» tomada «a seu tempo», embora até à data não tenha surgido um único documento onde conste essa medida e o seu tempo. O próprio Presidente da República, em geral tão prolixo, arrumou o caso em «questão administrativa do Governo» e fechou-se em copas.

Obviamente que esta decisão vai bastante além do administrativo. O que se sabe sobre o Infarmed revela um investimento recente de cinco milhões de euros para um novo laboratório nas instalações de Lisboa, pelo que as putativas «razões administrativas» perdem sentido e o que sobra é uma instituição consolidada em eficácia, prestígio e investimento. Nada que justifique transferências inopinadas, onerosas e sem quaisquer vantagens operacionais.

Resta ser uma decisão meramente política, aliás alardeada pelo presidente da Câmara do Porto que, mostrando-se «agradecido» à «decisão do Governo», ultrapassou o «pormenor» de 97% dos 300 trabalhadores do Infarmed se recusarem a deslocalizar as suas vidas para o Porto (o que inviabiliza a transferência, diga-se) com a invocação de situações escandalosas que o edil acha «normais», como professores ou médicos serem colocados a centenas de quilómetros de casa.

Esperemos que o bom senso impere sobre o provincianismo de tudo isto e o Governo não se deixe resvalar para decisões erráticas e sem fundamento.


Henrique Custódio 

SEM PAPAS NA LÍNGUA


MARIO CENTENO NÃO SENDO PARA MIM INSUBSTITUÍVEL E NÃO ALINHANDO EU NAS TEORIAS DE HOMENS COM SUPERPODERES NA ECONOMIA PORTUGUESA POIS BASTA SER HONESTO, SABER APOIAR, SABER CORTAR ONDE É PRECISO, DIZIA: CENTENO TAL COMO A MAIORIA DOS POLÍTICOS DO PSD/PS QUANDO LHES BATE À PORTA UM MAIOR TACHO, LÁ ESTÃO ELES AFIANDO AS UNHAS NA ESPERANÇA DE SE LAMBUZAREM EM DINHEIRO, CADA VEZ MAIS DINHEIRO.

LOGO OS PORTEGUESÍSSIMOS PORTUGUESES SEMPRE INUNDADOS DE PATRIOTISMO E AMOR AO PAÍS, TROCAM AS SUAS JÁ BEM PAGAS CARREIRAS POR ALGO DE MAIOR MONTA E QUE LHES PERMITA VIVER EM LUXO E REPASTO SUPER BURGUÊS, ESQUECENDO O POVINHO QUE TANTO ENALTECEM, QUANDO ANDAM EM CAMPANHA ELEITORAL OU GOVERNAM.

CLARO QUE PARA A DIREITA PAFISTA E PARA OS ORFÃOS DE SALAZAR, SE CENTENO FOR ELEITO PARA O EUROGRUPO ISSO É BOM, POIS É SEMPRE UM DESGASTE NAS HOSTES DO PS XUXA.

NADA QUE ELES NÃO RESOLVAM !

LOGO APARECERÁ UM OUTRO QUE SERÁ ANUNCIADO COM EXCELENTES QUALIDADES ATÉ QUE NOVAMENTE SEJA REMETIDO PARA OUTRO LUGAR ONDE O SORVEDOURO LHE SEJA BENÉFICO PARA A CONTA BANCÁRIA.

CENTENO SE FOR ELEITO PARA O EUROGRUPO DEFENDERÁ A SUA CARTEIRA E OS INTERESSES DA EUROPA CAPITALISTA, TAL COMO GUTERRES DEFENDE OS MESMOS INTERESSES E OS DO IMPERIALISMO, TAL COMO BARROSO FEZ ENQUANTO PRESIDENTE DA UNIÃO EUROPEIA.

CHEGADOS LÁ PERDEM LOGO (SE ALGUMA VEZ O TIVERAM) O CUNHO DE CAMÕES E A PROSA DE FERNANDO PESSOA.

O DINHEIRO É O SEU HINO.

NESTE PROCESSO, RÁPIDA, A COMUNICAÇÃO SOCIAL, O JORNALIXO, FOI CONSULTAR A VIDENTE CRISTAS QUE É CONSULTADA À PRIORI POR TUDO E POR NADA E QUE DESENXABIDA AFIRMOU QUE NÃO É BOM QUE PORTUGAL PERDAS DE INTELIGÊNCIAS MAS ACHANDO QUE CENTENO NÃO TEM FEITO UM BOM TRABALHO CÁ NO BURGO.

LEMBRAM-SE DE GUTERRES

LEMBRAM-SE DE BARROSO ?
ENTÃO NADA DE SURPRISES !

ESTE É MAIS UM IGUAL A OUTROS QUE AINDA HÃO-DE VIR.

António Garrochinho

ADIVINHA O "SEGREDO" POR DE TRÁS DESTAS ESCULTURAS

Dizem que a imaginação humana não tem limites, e ainda que isto tenha um pouco se exagero auto-transcendente -o homem superiorizando o próprio homem-, por outro lado contém uma verdadeira dose de verdade. Abundam os exemplos em que a mente é capaz de propor cenários que não existem e inclusive que diríamos que são impossíveis. Essa capacidade de antecipar, projetar e planejar é, entre outras várias, o que chamamos imaginação.

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Adivinha o segredo por trás destas surprendentes esculturas? 01
Neste post compartilhamos uma série de esculturas que têm como característica comum, além de que todas são obra do mesmo artista, que são imaginadas. Isto é, por mais reais que nos pareçam, a verdade é que não existem mais que na liberdade fantástica da ilustração 3D.

Chad Knight é o artífice por trás destas surpreendentes figurações. Com 41 anos de idade, Chade trabalha atualmente como encarregado de desenho dos impressos da Nike, mas igualmente dedicou-se a gerar estas esculturas que sem dúvida, por sua originalidade e atrevimento, quereríamos ver feitas realidade.
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Fonte: Chad Knight via Bored Panda.


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Federação sindical considera «demasiado graves» as afirmações de Manuel Delgado



A Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais (FNSTFS/CGTP-IN) considera «uma afronta vergonhosa para os trabalhadores» as declarações proferidas pelo secretário de Estado da Saúde, que afirmou que as baixas por doença no SNS são uma «vergonha», insinuando que são duvidosas.
https://www.abrilabril.pt/sites/default/files/styles/jumbo1200x630/public/assets/img/hospital_0.jpg?itok=PPr08yDH
Federação sindical aponta vários problemas vividos pelos trabalhadores do sector da Saúde
Federação sindical aponta vários problemas vividos pelos trabalhadores do sector da Saúde Créditos
Manuel Delgado classificou como uma «vergonha a nível nacional e internacional» os dados do Portal da Saúde sobre o absentismo dos trabalhadores do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e pediu o apoio da Ordem dos Médicos para uma «sindicância para avaliar estas situações». Acrescentou que se tem «de combater e moralizar as ausências e os atestados médicos que não correspondem a reais necessidades de faltar», assumindo que tem que haver mais controlo para «apertar essa malha».
A FNSTFS, num comunicado enviado às redacções, afirma que as declarações do secretário de Estado de que «são demasiado graves», para além de representarem «uma afronta vergonhosa e inaceitável a quem trabalha no SNS» e demonstrarem o seu desconhecimento do sector.
O comunicado lembra que «o Ministério da Saúde tem recusado a negociação» com a estrutura sindical «há anos», permitindo «horários díspares para trabalho igual, a acumulação excessiva de trabalho suplementar não pago e a falta de mais de 6000 assistentes operacionais».
A federação recorda «o ataque» feito aos trabalhadores deste sector, dando como exemplo a falta de pessoal, a precariedade, os congelamentos salariais, o recurso ilegal a Contratos Emprego-Inserção, «as chamadas rescisões por mútuo acordo» ou «a imposição das 40 horas semanais».
É ainda afirmado na nota que «a maioria dos assistentes operacionais do sector da Saúde auferem salários de cerca de 600 euros e têm uma sobrecarga horária de trabalho, com a sua total desregulamentação, prestando serviços que são essenciais em condições que põem em causa a sua dignidade, a sua saúde e as suas vidas». Destaca ainda que «os assistentes técnicos estão sujeitos a ritmos brutais de trabalho enquanto os seus salários não param de diminuir».


www.abrilabril.pt

REGISTO


APESAR DO HISTERISMO, DA ENCOMENDA A CARPIDEIRAS PAGAS PARA CHORAR A MORTE DO VAMPIRO O POVO JÁ NÃO VAI EM CANTILENAS E MENTIRAS DE BRANQUEAMENTO AOS QUE O EXPLORAM.

É COM SATISFAÇÃO QUE VEJO NAS REDES SOCIAIS, NO UNIVERSO BLOGUER O DESMANTELAR DA PROPAGANDA FEITA PELO JORNALIXO AO BELMIRO.

OS LACAIOS ALGUNS DELES QUE ATÉ FORAM VÍTIMAS EXPLORADOS E DESPEDIDOS PELO "HOMEM BOM" DA SONAE NÃO SE CANSAM DE ELOGIAR O MORTO

QUEM CRIA POSTOS DE TRABALHO SÃO OS CONSUMIDORES, QUEM CRIA RIQUEZA SÃO OS QUE TRABALHAM E INFELIZMENTE AINDA HÁ QUEM NÃO CONSIGA DISCERNIR ESTA REALIDADE.

NÃO APRENDEM ESTES RASTEJANTES QUE GENTE COMO O BELMIRO, O SOARES, O SALGADO E A CORJA DA MESMA ESTIRPE, VIVE DO SANGUE DAQUELES QUE EXPLORAM E ROUBAM

NÃO COMPREENDEM ESTES RASTEJANTES QUE O CAPITALISMO NÃO SE CONDÓI DE NINGUÉM E RAPA A CARNE DOS ESCRAVOS ATÉ AO TUTANO.

SE OS AMAM TANTO ENTÃO QUE LHE VÃO FAZER COMPANHIA, LEVEM INCENSO E VENEREM NO OUTRO MUNDO OS QUE TANTO MAL FIZERAM CÁ NA TERRA.

SABENDO NÓS QUE NADA EXISTE PARA ALÉM DA MORTE O QUE IMPORTA FAZER É AGIR, LUTAR ENQUANTO VIDA PARA QUE ESTAS AVES DE RAPINA DESAPAREÇAM DA FACE DO PLANETA E ASSIM DE CERTEZA SE CONSEGUIRÁ MAIS DIGNIDADE E RESPEITO POR QUEM CONSTRÓI RIQUEZA E MERECE O DINHEIRO PARA TER PÃO NA MESA.


António Garrochinho

O DETALHE



Figura essencial do Portugal democrático. Génio. Implacável. Exigente. Visão de futuro. Estratega. Império. Riqueza. Começou do nada. Marcante. Determinação. Trabalho. Empenhamento social. Gerador de milhares de empregos. Têm sido estas as palavras ouvidas e lidas durante todo o dia sobre Belmiro de Azevedo. Uma pessoa maravilhosa, um dos 1.200 mais ricos do mundo. Independentemente de tudo, dizem, conseguiu criar uma enorme empresa.

Só que esse independentemente de tudo, é tudo o que importa, porque é a vida das pessoas e a sua sobrevivência. É esse detalhe. Vivemos num tempo estranho em que somos capazes de elogiar quem condena milhares à miséria, porque independentemente de. Lá fora é igual. O caso da Inditex, dona da Zara, e do seu administrador, um dos mais ricos ente os mais ricos, faz capas por isso. Mas utilizar mão de obra infantil passa a ser um detalhe. Esta reportagem da Visão sobre os trabalhadores dos supermercados, de Abril deste ano, diz quase tudo. Belmiro de Azevedo foi um explorador como outro qualquer:

Rui trabalha nos armazéns da Sonae há 17 anos. Leva para casa entre 540 e 560 euros, incluindo o subsídio de refeição. "Para viver com as condições mínimas, tenho de ter dois empregos: saio do armazém ao fim da tarde e ainda vou dar aulas de basquetebol noite adentro."

De facto, talvez tenha sido mais inteligente do que outros, até quando percebeu que investir num jornal que dá prejuízos trar-lhe-ia dividendos. E hoje, na sua morte, está a colher os dividendos disso mesmo, de ter quem ache que foi um benemérito, como se o tivesse aberto um jornal para dar alguma coisa às massas incultas. Pensemos: o que leva uma pessoa com tanto tacto para o negócio, tão bem sucedido, a manter uma negócio que dá prejuízo? Por absurdo, imaginamos Belmiro a segurar o Continente durante anos, caso desse prejuízo?

Fala-se, hoje, do principal responsável pela desregulação dos horários do comércio, pela sua abertura aos fins-de-semana e feriados, pela consequente desregulação da vida de milhares de pessoas, até à vida dos milhões de hoje.

E porque há-de a morte de um empresário merecer um voto de pesar do Parlamento? De alguém que disse que só há competitividade com baixos salários? Expliquem lá o que há para agradecer ao certo? Quantos votos de pesar mereceram a morte de trabalhadores?

Isto é o verdadeiro politicamente correcto. Esta coisa de que todos são muito bons depois da morte e quem não se associar ao carpir generalizado é um monstro. É isto o politicamente correcto. E gente que se diz de esquerda escrever artigos do nível – ou falta dele – de Rui Tavares sobre o dono do Público, demonstra bem aquilo que disse atrás. Belmiro defendia que não há almoços grátis. Pois não.


manifesto74.blogspot.pt

E DAQUI A ALGUNS DIAS É NATAL



http://foicebook.blogspot.pt

Belmiro e o olho vivo



Faleceu a enésima fortuna do mundo, a terceira de Portugal. Pondo de lado esta estória-para-consumo-do-empreendedorismo de um self-made man chegar à lista Forbes, registo (do falecido) quatro momentos expressivos: 
 «Jornalista - Na guerra entre Cavaco e Sócrates, o pano de fundo foi o seu jornal. O então director do Público tinha uma agenda escondida?

Belmiro (silêncio) – Não sei… Para nós, ter um jornal é serviço cívico. Não para influenciar, que fique claro. (…) Deveria haver directores mais fortes para que, de facto, se passasse uma imagem de independência.»



Não há milagres, no mundo global só ganham os melhores, não há lugar para coitadinhos (…) têm que procurar emprego fora do pais, mas não deve ver isso como um mal, é enriquecedor, sair de Portugal não é vergonha nenhuma, não é uma imposição, mas não podemos ficar fora do mercado concorrencial”.


“Diz-se que não se devem ter economias baseadas em mão-de-obra barata. Não sei por que não. Porque se não for a mão-de-obra barata, não há emprego para ninguém”.

“Já me retirei substancialmente. Fiz a transição e não há transição nos negócios sem deixar espaço para ser ocupado. Fiz isso paulatinamente e vou terminá-lo dentro de alguns meses mas demorou tempo, para ser bem feito (…)ficarei com um ‘olho vivo’,”

 Em 2016, o fundador da Sonae estava na 1121.ª posição na lista dos mais ricos do mundo, mas entre 2016 e 2017 "perdeu" cerca de 100 milhões de dólares.

conversavinagrada.blogspot.pt

A vida dura dos trabalhadores de supermercado


Muitos funcionários de supermercados sofrem problemas de saúde provocados pelo trabalho, surpreendentemente pesado. Veem os seus horários serem alterados de um dia para o outro. Chegam a ser obrigados a almoçar na rua, no carro, na casa de banho. Isto a troco de salários paupérrimos - o ordenado de um operador de caixa no topo da carreira é de 620 euros

ALICE - Quando a operadora de caixa do Dia Portugal/ Minipreço decidiu ter um filho, abriu uma guerra. Apesar de ter direito a horário fixo, e de segunda a sexta, porque o companheiro trabalhava por turnos e ela não tinha quem fosse levar e buscar a criança à escola, a chefia começou por tentar transferi-la. Depois, esteve mais de um ano em litígio com a funcionária, sem lhe atribuir o horário fixo. "Somos crucificadas por sermos mães", lamenta.
ALICE - Quando a operadora de caixa do Dia Portugal/ Minipreço decidiu ter um filho, abriu uma guerra. Apesar de ter direito a horário fixo, e de segunda a sexta, porque o companheiro trabalhava por turnos e ela não tinha quem fosse levar e buscar a criança à escola, a chefia começou por tentar transferi-la. Depois, esteve mais de um ano em litígio com a funcionária, sem lhe atribuir o horário fixo. "Somos crucificadas por sermos mães", lamenta.
"Sabe o que é arrumar 72 packs de seis litros de leite ao longo de um dia? Dizer 'boa tarde' ao cliente quatro vezes e não ter resposta, para no fim, depois de fazer a conta, me gritarem 'Então e saco? Acha que vou levar isto na mão?' Lidar com as pessoas que roubam, pedir para ver a mala quando o alarme apita, ouvir 'não', e não poder fazer nada, porque há só um segurança para seis lojas e ele está longe? Ser obrigada a fazer uma média de 50 segundos por cliente, durante uma jornada de trabalho? Ter de sorrir sempre, por mais esgotante e cansativo que esteja a ser o dia? E ao final do mês receber 618, 620 euros?"
Tudo isto é rotina, diz Alice. Mas é uma rotina que se aceita, ou que se aprende a aceitar, suspira. É o que é, e na verdade não há empregos fáceis. A vida da operadora de caixa de uma loja Dia Portugal/Minipreço do centro de Lisboa só se tornou realmente insuportável quando decidiu ser mãe.
Como o pai da criança era polícia e trabalhava por turnos, Alice tinha direito, por lei, a pedir horário fixo, para conseguir ir levar o filho à escola de manhã e ir buscá-lo ao fim da tarde, e ficar livre aos fins de semana. Ela assim fez: em 2010, entregou nos recursos humanos todos os documentos necessários: atestado de residência da Junta de Freguesia, declaração dos horários da escola e do ATL, declaração do emprego do companheiro. Trinta dias depois, foi-lhe atribuído o horário fixo (depois de tentarem, sem sucesso, transferi-la de loja). Mas as coisas não seriam assim tão simples. Teria de continuar a aparecer no supermercado aos sábados, domingos e feriados. Alice ficou perdida. O que faria ela ao filho nesses dias?
Só ao fim de um ano de uma batalha intensa pelos seus direitos, e com a intervenção da Comissão para a Igualdade no Trabalho e no Emprego, ficou a situação resolvida (e o acordo não inclui os feriados, apenas os fins de semana). "Somos crucificadas por sermos mães", lamenta Alice. O mundo não é a preto e branco, dividido exclusivamente entre oprimidos e opressores também não é fácil para uma cadeia de supermercados, que precisa de gente desde muito cedo até muito tarde, sete dias por semana, acomodar funcionários num horário de dias úteis das nove às seis. Alice compreende isso. O que não compreende é o assédio moral a que diz ter sido sujeita durante e depois do processo de obtenção de horário fixo. "O meu ordenado, entretanto, estagnou. Não fui aumentada durante cinco anos, enquanto via os colegas à minha volta terem aumentos, e quando finalmente aconteceu deram-me mais 3 euros por mês. Toda a gente que pede horário fixo fica marcada. A partir daí, até para sair, fechar a caixa ou fazer uma pausa tinha de tocar imensas vezes na campainha, para chamar a chefe. É uma pressão permanente, horrível."
As queixas de Alice (que prefere não ver divulgado o apelido, com medo de sofrer represálias) não são caso isolado. A VISÃO falou com vários trabalhadores de grandes superfícies, que descrevem um universo laboral inclemente, de trabalho precário (um em cada quatro funcionários não tem vínculo efetivo), mal pago, feito num ambiente de permanente coerção e medo. E a pisar os limites da lei: no ano passado, uma ação da Autoridade para as Condições de Trabalho que consistiu em 175 inspeções a grandes superfícies resultou em mais de cem procedimentos inspetivos decorrentes de "irregularidades", fundamentalmente "no âmbito da elaboração de horários de trabalho, registos do tempo de trabalho, intervalos de descanso e trabalho por turnos".

SEM AUTORIZAÇÃO PARA IR À CASA DE BANHO

O trabalho de uma operadora de caixa é muito mais árduo do que parece. "Imagine-se uma pessoa a passar 60 paletes de leite num dia, e ainda ter de fazer o ensacamento, como obrigam algumas cadeias. Em pé, até, porque há supermercados que retiram as cadeiras porque assim o funcionário é mais rápido. Oito horas a fazer o mesmo movimento com o corpo, na caixa. Ou a cortar queijo: eu, quando vou às compras, não tenho coragem de pedir queijo cortado de fresco, porque sei que é um serviço duro", diz Célia Lopes, dirigente do CESP - Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal. "Por causa de tarefas como essas, muitas vezes os trabalhadores ficam incapacitados, com tendinites, e não conseguem continuar no mesmo serviço." E a lei permite o despedimento, desde que a empresa prove que não tem alternativa para o funcionário, ainda que a lesão tenha sido feita no trabalho."Há vários casos de pessoas que trabalham a comprimidos para as dores", garante Luísa Alves, 48 anos, funcionária de um Pingo Doce nas Olaias, Lisboa. "Tenho uma colega da frutaria que tem 30 e tal anos e já anda de bengala. Uma caixa de sacos de batatas tem 15 quilos... E o ritmo de trabalho é tão intenso que andam literalmente a correr, e os acidentes acontecem." Segundo um estudo da Associação Portuguesa das Empresas de Distribuição, mais de quatro mil colaboradores - 4,7% de um setor com 86 700 funcionários - de grandes superfícies estiveram de baixa devido a acidentes de trabalho ou doença, em 2012 (últimos dados disponíveis).
LUÍSA ALVES - A funcionária do Pingo Doce queixa-se do trabalho duro e intenso, que tem levado colegas a trabalhar sob o efeito de comprimidos para as dores. Mas o problema maior são as mudanças constantes de horários. “Contra tudo o que está estipulado no Contrato Coletivo de Trabalho, que determina turnos planeados com pelo menos um mês de antecedência, acontece muito quererem que eu hoje entre às 7h, amanhã às 11h, depois às 7h, depois às 13h.”u
LUÍSA ALVES - A funcionária do Pingo Doce queixa-se do trabalho duro e intenso, que tem levado colegas a trabalhar sob o efeito de comprimidos para as dores. Mas o problema maior são as mudanças constantes de horários. “Contra tudo o que está estipulado no Contrato Coletivo de Trabalho, que determina turnos planeados com pelo menos um mês de antecedência, acontece muito quererem que eu hoje entre às 7h, amanhã às 11h, depois às 7h, depois às 13h.”u
O ofício é espinhoso, mas pode sempre ser pior. "Portas-te mal e vais para a peixaria ou para a cozinha, desfiar bacalhau ou pato durante umas horas." Esta é uma das ameaças mais comuns nos supermercados, acusa Luísa Alves, que descreve um ambiente de pressão permanente por parte de chefias intermédias, elas próprias pressionadas para apresentarem bons resultados com o menor número possível de trabalhadores.
Nas alturas de maior movimento, uma simples paragem para se ir à casa de banho pode ser um problema logístico tornou-se infame, no meio, o caso de uma mulher que se urinou na caixa, num Pingo Doce, incidente que o sindicato atribui a uma mesquinhez do chefe de serviço, por não ter dado autorização à funcionária para fazer uma pausa (o Pingo Doce, em resposta à VISÃO, garante que a situação foi alvo de um processo de averiguação "que concluiu pela não existência, em nenhum momento, de intenção por parte da chefia de impedir a pausa da colaboradora").

"PRISÃO DE ALTA SEGURANÇA"

"Guantánamo. É esse o nome que lhe damos." Rui Ferrage, 56 anos, fala da plataforma logística da Sonae (proprietária do Continente e da Worten), na Azambuja. A comparação com o centro de detenção americano em Cuba, justifica o empregado de armazém, deve-se às exigências de produtividade "desumanas e surreais" e às "cargas pesadíssimas", que podem incluir preparar 40 paletes diárias de frigoríficos ou máquinas de lavar roupa "Há muitas baixas de pessoas com lesões na coluna; algumas são operadas e, quando regressam, já não conseguem ter acesso a prémios e aumentos porque o problema de saúde lhes afeta a produtividade", diz.
Mas a alcunha nasceu sobretudo porque as pessoas se sentem presas, acrescenta Ferrage. "As zonas de eletrónica e têxteis são tipo prisão de alta segurança. Vivemos enclausurados. A área dos artigos topo de gama, como os smartphones, então, está mesmo protegida por grades. Para sair, temos de falar com a chefia, que por sua vez chama o segurança. Mas num turno há só dois para uma área equivalente a três campos de futebol, com 400 ou 500 funcionários. Se queremos ir à casa de banho, temos de esperar 10, 15, 20 minutos, porque o segurança pode estar na outra ponta do armazém. E depois fica à espera que a gente termine." À VISÃO, a Sonae explica que o controlo dos acessos na zona fechada da plataforma logística é imprescindível porque atua "numa área com elevados níveis de inovação tecnológica, existindo, por conseguinte, a necessidade (.) de proteger a propriedade física da empresa".
RUI FERRAGE - O trabalhador do armazém da Sonae na Azambuja diz que as instalações são conhecidas por “Guantánamo”, devido ao alegado ambiente repressivo e às grades na zona dos gadgets. “Para sair, temos de falar com a chefia, que por sua vez chama o segurança. Mas num turno há só dois para uma área equivalente a três campos de futebol, com 400 ou 500 funcionários. Se queremos ir à casa de banho, temos de esperar 10, 15, 20 minutos, porque o segurança pode estar na outra ponta. E depois fica à espera que a gente termine.”
RUI FERRAGE - O trabalhador do armazém da Sonae na Azambuja diz que as instalações são conhecidas por “Guantánamo”, devido ao alegado ambiente repressivo e às grades na zona dos gadgets. “Para sair, temos de falar com a chefia, que por sua vez chama o segurança. Mas num turno há só dois para uma área equivalente a três campos de futebol, com 400 ou 500 funcionários. Se queremos ir à casa de banho, temos de esperar 10, 15, 20 minutos, porque o segurança pode estar na outra ponta. E depois fica à espera que a gente termine.”
Rui trabalha nos armazéns da Sonae há 17 anos. Leva para casa entre 540 e 560 euros, incluindo o subsídio de refeição "Para viver com as condições mínimas, tenho de ter dois empregos: saio do armazém ao fim da tarde e ainda vou dar aulas de basquetebol noite adentro." Mas que os salários na base da grande distribuição são baixos é informação que não faz erguer sobrancelhas. Afinal, a função de operador de caixa ou de empregado de armazém é trabalho pouco especializado, não pede grandes qualificações, e os rendimentos refletem essa realidade. Tudo é relativo.
Mas a relatividade tem mais do que uma forma de ser aplicada: um estudo da Proteste Investe, publicado em maio do ano passado, coloca a Jerónimo Martins (Pingo Doce) e a Sonae em primeiro e terceiro lugar da desigualdade entre as grandes empresas nacionais, quando se compara as remunerações dos presidentes do conselho de administração com as dos seus trabalhadores. Pedro Soares dos Santos, CEO da Jerónimo Martins, ganhou, em 2015, 90 vezes mais do que o salário médio praticado na companhia; Paulo de Azevedo, da Sonae, auferiu 69 vezes mais.

HORÁRIOS-SURPRESA

Se já é angustiante viver com salários tão baixos, mais complicado se torna ter uma vida familiar quando não se consegue sequer organizar o dia seguinte consequência das mudanças constantes de horários, até de um dia para o outro, situação que, aliás, está na origem de grande parte dos processos levantados pela Autoridade para as Condições de Trabalho. "É um molho de horários. Contra tudo o que está estipulado no Contrato Coletivo de Trabalho, que determina turnos planeados com pelo menos um mês de antecedência, acontece muito quererem que eu hoje entre às 7h, amanhã às 11h, depois às 7h, depois às 13h", diz Luísa Alves.
Célia Lopes, do CESP, o sindicato, acrescenta ao problema das escalas as pressões sobre os trabalhadores para não tirarem folgas ao fim de semana e separarem os dias de descanso. "Assim uma pessoa não descansa. Quando temos dois dias, no primeiro limpamos a casa e no segundo descansamos. Se só temos um dia, limpamos a casa, vamos trabalhar e daí a 3 dias, quando chegar a folga seguinte, já está na hora de limpar a casa outra vez." Uma fonte oficial do Pingo Doce fundamenta as dificuldades de gestão de horários com as "taxas de absentismo elevadas" e as flutuações de movimento de clientes ao longo do dia, o que "aumenta a pressão sobre as equipas, resultando num desafio de gestão difícil para os responsáveis das lojas".
É essa dificuldade de gestão que leva muitas vezes as chefias a sugerirem às mães solteiras a mudança de loja, quando estas pedem o horário fixo. Mas essas alternativas são presentes envenenados, aponta Paulo Borba, responsável por uma loja do Dia Portugal/ Minipreço em Miratejo, junto a Almada, e dirigente sindical. "Acompanhei o caso de uma senhora, mãe de dois filhos, que trabalhava na Rua Morais Soares, em Lisboa, e morava ali ao lado, em Arroios, que pediu o horário fixo porque o marido foi trabalhar para Angola. Quiseram logo convencê-la a transferir-se para Sintra. Se ela aceitasse, estava desgraçada da vida. E como hoje há cada vez mais mães solteiras, isto está a agravar-se." No supermercado que gere, Paulo Borba diz esforçar-se por conquistar as melhores condições possíveis para os seus colegas. "A minha loja é das poucas que conheço que tem espaço de refeição. Nas outras? As pessoas comem na rua, no carro, no jardim, na casa de banho. Não ganham propriamente dinheiro suficiente para irem almoçar ao restaurante."Esse combate pelos direitos dos trabalhadores tem-lhe custado caro, assegura. "Estive 20 anos a trabalhar na empresa com a folha limpa. Imediatamente depois de assumir a função de dirigente sindical, e apesar de não ter feito nada diferente, levei quatro processos disciplinares. Quatro!"
PAULO BORBA - O chefe de loja do Dia Portugal/Minipreço diz ser perseguido desde que se tornou dirigente do sindicato. Mas isso, garante, não o impede de lutar pelos direitos dos colegas, a começar pelos do seu supermercado. "A minha loja é das poucas que conheço que tem espaço de refeição. Nas outras? As pessoas comem na rua, no carro, no jardim, na casa de banho. Não ganham propriamente dinheiro suficiente para irem almoçar ao restaurante."
PAULO BORBA - O chefe de loja do Dia Portugal/Minipreço diz ser perseguido desde que se tornou dirigente do sindicato. Mas isso, garante, não o impede de lutar pelos direitos dos colegas, a começar pelos do seu supermercado. "A minha loja é das poucas que conheço que tem espaço de refeição. Nas outras? As pessoas comem na rua, no carro, no jardim, na casa de banho. Não ganham propriamente dinheiro suficiente para irem almoçar ao restaurante."
Um dos primeiros litígios que Borba acompanhou foi precisamente o de Alice, a operadora de caixa que passou mais de um ano a lutar pelo direito a não trabalhar aos sábados e domingos. "Foi uma guerra difícil", recorda Alice, "e ainda assim não consegui os feriados: 15 dias antes de um, tenho de ir trabalhar todos os dias meia hora mais cedo, para compensar esses dias. Mas podia ser pior."
Pode sempre ser pior.

OS PROBLEMAS MAIS FREQUENTES

Os funcionários de supermercados e dirigentes sindicais ouvidos pela VISÃO fazem uma longa lista de queixas. Estas são algumas:
> Troca constante de horários
> Objetivos de produtividade "desumanos"
> Salários baixos
> Assédio moral
> Perseguição aos delegados sindicais
> Tentativas por parte das chefias de transferirem os funcionários quando estes reivindicam o direito de ter horário fixo
> Ausência de local para refeições
> Aumentos arbitrários

QUEM É O TRABALHADOR DE SUPERMERCADO?

Mulher, sub-40 anos, empregada a tempo inteiro. É este o perfil médio dos funcionários dos supermercados, segundo um estudo da Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição, referente a 2012 (últimos dados disponíveis)
> Há 86 700 trabalhadores nas grandes superfícies em Portugal
> 72,8% estão efetivos
> 68,6% são mulheres
> Apenas 10% trabalha em part-time (a média da UE é 23%)
> 73% tem menos de 40 anos
> 45% está há menos de 5 anos na empresa
> 8,4% de taxa de absentismo (55,4% por doença ou acidente de trabalho, 29,5% por maternidade/ paternidade)
Reportagem publicada na VISÃO 1253


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