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terça-feira, 28 de novembro de 2017

DELFT UMA CIDADE PENSADA PARA AS PESSOAS





A cidade de Delft é das mais antigas da Holanda, tendo sido o local da residência oficial do primeiro regente da Holanda, o Príncipe Guilherme de Orange. Fica localizada na província da Holanda do Sul, a 9 km da Haia e 18 km de Roterdão. É um dos centros mais antigos do país, tendo já sido mencionada em 1062. Delft foi palco, em 1584, do assassinato do governador Guilherme I o Taciturno, por um fanático católico. O belo mausoléu de Taciturno encontra-se na Igreja Nova, a qual é várias vezes fotografada nesta reportagem, hoje transformada em templo protestante, onde se ergueu também o túmulo de Hugo Grócio, e os túmulos dos monarcas holandeses. Hugo Grócio foi um jurista ao serviço da República dos Países Baixos, sendo considerado o fundador, junto com Francisco de Vitória e Alberico Gentili, do Direito internacional, baseando-se no Direito natural. Foi também filósofo, dramaturgo, poeta e um grande nome da apologética cristã.
Delft é também a cidade natal do pintor Jan Vermeer, cuja obra mais conhecida é a "menina do brinco de pérola". A cidade também ficou famosa devido às suas fábricas de faiança, que datam de meados do século XVII. O apogeu dessa indústria, que se inspirou, inicialmente, em modelos chineses, situa-se entre 1680 e 1740, tendo sido Abraham de Coog seu mestre principal. Toda a cerâmica europeia sofreu influências da de Delft. Delft hospeda ainda uma das universidades técnicas mais renomeadas da Europa, a Universidade Técnica de Delft.
Embora a Holanda, de facto seja na maioria da sua superfície plana, o urbanismo de Delft, na medida que as ruas são estreitas e os edificado é antigo, não é muito diferente neste aspeto, do de Lisboa ou do Porto, excluindo obviamente a topografia. Todavia toda a zona do centro da cidade, é interdita ao trânsito automóvel, não havendo exceções para residentes. E não se trata apenas de uma praça ou de algumas ruas, mas toda uma série de quarteirões na zona central da cidade onde os carros estão proibidos de entrar. Há parques apenas na periferia, e em toda a zona do centro as pessoas deslocam-se essencialmente a pé, e de bicicleta. A atividade comercial fervilha, mesmo a dos grandes grupos económicos, mas também a dos pequenos comerciantes. As pessoas usam as praças e as ruas, para passear, conviver, fazer compras, ir ao café ou à padaria, e até se sentam no meio das praças a conviver. Veem-se imensos idosos na rua, crianças, carrinhos de bebés, pais e avós a passear os filhos e netos, e muitos animais domésticos que vagueiam livremente. O espaço público é das pessoas. E como conseguiu isto a autarquia de Delft? Para responder a esta pergunta, lançamos um desafio: tente procurar nas dezenas de fotografias abaixo, um único automóvel. 

Fotos de João Pimentel Ferreira

www.passeiolivre.org


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