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domingo, 31 de março de 2013


A cantadeira, Mia Couto

Acabei a minha sessão de canto, estou triste, flor depois das pétalas. Reponho sobre meu corpo suado o vestido de que me tinha libertado. Canto sempre assim, despida. Os homens, se calhar, só me vêm ver por causa disso: sempre me dispo quando canto. Estranha-se? Eu pergunto: a gente não se despe para amar? Porque não ficar nua para outros amores? A canção é só isso: um amor que se consome em chama entre o instante da voz e a eternidade do silêncio.
Outros cantadores, quando actuam em público, se trajam de enfeites e reluzências. Mas, em meu caso, cantar é coisa tão maior que me entrego assim pequenitinha, destamanhada. Dessa maneira, menos que mínima, me torno sombra, desenhável segundo tonalidades da música.
Cantar, dizem, é um afastamento da morte. A voz suspende o passo da morte e, em volta, tudo se torna pegada da vida. Dizem mas, para mim, a voz serve-me para outras finalidades: cantando eu convoco um certo homem. Era um apanhador de pérolas, um vasculhador de maresias. Esse homem acendeu a minha vida e ainda hoje eu sigo por iluminação desse sentimento. O amor, agora sei, é a terra e o mar se inundando mutuamente.
Amei esse peroleiro tanto até dele perder memória. Lembro apenas de quanto estive viva. Minha vida se tornava tão densa que o tempo sofria enfarte, coagulando de felicidade. Só esse homem servia para meu litoral, todas vivências que eu tivera eram ondas que nele desmaiavam. Contudo, estou fadada apenas para instantes. Nunca provei felicidade que não fosse uma taça que, logo após o lábio, se estilhaça. Sempre aspirei ser árvore. Da árvore serei apenas luar, a breve crença de claridade.

Em certo momento, me extraviei de sua presença, perdi o búzio e o mar que ecoava dentro. Ele embarcou para as ilhas de Bazaruto, destinado a arrancar riquezas das conchas. Apanhador de pérolas, certeiro a capturar, entre as rochas, os brilhos delas. Só falhou me apanhar a mim, rasteirinha que vivi, encrostada entre rochas.
Na despedida, ele me pediu que cantasse. Não houve choradeiras. Lágrima era prova gasta. Vejam-se as aves quando migram. Choram? O que elas não prescindem é do canto.
– E porquê? – perguntou o peroleiro.
O gorjeio, explicou ele, é a âncora que os pássaros lançam para prenderem o tempo, para que as estações vão e regressem como marés.
– Você cante para chamar meu regresso.
Minha vida foi um esperadouro. Estive assim, inclinada como praia, mar desaguando em rio, Índico exilado, mar naufragado. Estive na sombra mas não fiquei sombria. Pelo menos, nas primeiras esperas. Valia-me cantar. Espraiei minha voz por mais lugares que tem o mundo.
– Esse homem me lançou um bom-olhado?
Demorasse assim sua ausência, a espera não se sujava com desespero. Me socorria a lembrança de seus braços como se fossem a parte do meu próprio corpo que me faltasse resgatar.

Para sempre me ficou esse abraço. Por via desse cingir de corpo minha vida se mudou. Depois desse abraço trocou-se, no mundo, o fora pelo dentro. Agora, é dentro que tenho pele. Agora, meus olhos se abrem apenas para as funduras da alma. Nesse reverso, a poeira da rua me suja é o coração. Vou perdendo noção de mim, vou desbri-lhando. E se eu peço que ele regresse é para sua mão peroleira me descobrir ainda cintilosa por dentro. Todo este tempo me madrepero-lei, em enfeitei de lembrança.
Mas o homem de minha paixão se foi demorando tanto que receio me acontecer como à ostra que vai engrossando tanto a casca que morre dentro de sua própria prisão. Certamente, ele passará por mim e não me reconhecerá. Minha única salvação será, então, cantar, cantar como ele me pediu. Entoarei a mesma canção da despedida. Para que ele me confirme entre as demais conchas e se debruce em mim para me levar.
Mas, na barraca do mercado, eu canto e não encanto ninguém. Ao inviés, todos se riem de mim, toquinhando o dedo indicador nas res-pectivas cabeças. Sugerem assim que esteja louca, incapazes que são de me explicar.
Esta noite, como todas as noites antes desta, apanho minhas roupas enquanto escuto os comentários jocosos da assistência. Afinal, a mesma humilhação de todas as exibições anteriores. Desta vez, porém, aquela gozação me magoa como ferroada em minha alma.

Nas traseiras do palco, uma mulher me aborda, amiga, admirada do meu estado. Me estende uma folha de papel, pedindo que escrevesse o que sentia. Fico com a caneta gaguejando em meus dedos, incapaz de uma única letra. Pela primeira vez, me dói ser muda, me aleija ter perdido a voz na sucessiva convocação de meu amado. Me castigam não as gargalhadas dos que me fingiam escutar mas um estranho presságio. É então que, das traseiras do escuro, chega um pescador que me faz sinal, em respeitoso chamamento. Sabendo que não falo, ele também pouco fala.
– Lhe trago isto.
Suas mãos se abrem na concha das minhas. Deixa tombar uma pequena luminosidade que rola entre os meus dedos. É uma pérola, luzinhando como gota de uma estrela. Lhe mostro o papel onde rabisquei a angustiosa pergunta:
– Foi quando?
Ele apenas abana a cabeça. Interessava o quando? Aquela era a maneira de o mensageiro me dizer que o meu antigo amor se tinha desacontecido, exilado do tempo, emigrado do corpo.
– Enterraram-no?
Mas a interrogação, rabiscada na folha, não cumpre seu destino. Silencioso, o pescador se afunda nas trevas com a educação de ave nocturna. Fico eu, enfrentando sozinha o todo firmamento, monteplicado em pequenas pérolas. E escuto, como se fosse vinda de dentro, a voz desse peroleiro:
– Cante! Cante aquela canção em que eu parti.
E lanço, primeiro sem força, os acordes dessa antiga melodia. E me inespero quando noto que o mensageiro regressa, arrepiado do caminho que tomara. No seu rosto se acendia o espanto de me escutar, como se, em mim, voz e peito se houvessem reencontrado.

Mia Couto, In Na Berma de Nenhuma Estrada

BLOG  - O QUE É O JANTAR

Esta chanfana de cabrito Hallal estava tão boa...

Isto é um dos previlégios de um país que tem no seu seio várias comunidades de imigrantes. Comendo-se cá em casa o habitual cabrito pela Páscoa, este ano foi uma chanfana de cabrito Hallal. 



O problema era arranjar tão bom pitéu pois raramente se encontra cabrito e por isso se faz habitualmente chanfana de cabra velha, muitas vezes vinda da Nova Zelandia. Mas desta vez, após incansáveis buscas nos jornais que cá vêm ter a casa, além das circulares, até havia cabrito do Quebec e o mais em conta era o Hallal. Isto não se trata do nome deste simpático bichinho mas sim de sêr um cabrito abatido segundo os princípios Mulçulmanos, como eram nas nossas aldeias há bastantes anos atrás, faltando-nos só fazer a respectiva reza no momento de o matar. Também não utilizam o sangue dos diversos animais como nós. Assim, numa visão mundialista, vamos-lhes falando dos chouriços e das nosssas receitas com sangue dos animais como o bom arroz de cabidela, etc, que os deixa muito admirados. Que o seu Deus nos perdoe por esta propaganda mas sendo católico e não tendo carta do partido, o cabrito e as mãos das minhas joínhas fizeram uma chanfana que estava uma delícia.
Para adoçar a bôca, produtos portugueses e made in maison, que são os mais salutares.



Fotos: Joana
Encontro de Gerações - Centro Norton Matos

O terrorismo de estado da administração Obama

O terrorismo de estado da administração Obama
por Miguel Urbano Rodrigues

"Crimes abjectos foram cometidos no Iraque, no Afeganistão, na Líbia. Tribos da Somália e do Iémen são bombardeadas com frequência em guerras não declaradas. A Intervenção militar no Uganda inseriu-se nos planos do Africa Comand que se propõe instalar naquele Continente um exército permanente de 100 000 homens. No Iraque, na Síria e no Afeganistão, os EUA criaram «esquadrões da morte» inspirados no modelo salvadorenho para assassinar «inimigos» cujos nomes constam de listas elaboradas pela inteligência militar (Chossudovsky, Global Research,4.1.13)"


A crise que a Humanidade enfrenta não tem precedente. Pelas suas características, por ser global e universal, difere das anteriores.


A maioria da Humanidade tem dificuldade em compreender a sua gravidade e dar-lhe combate porque uma monstruosa engrenagem de desinformação transforma a mentira em verdade e o crime em virtude. Utilizando-a como instrumento de uma estratégia de dominação planetária, o sistema de poder dos Estados Unidos tenta – com a cumplicidade dos governos da União Europeia e do Japão - criar sociedades de senhores e escravos de novo tipo, povos robotizados, um mundo que responda aos interesses do grande capital, erigido num valor supremo, quase divinizado.

Para atingir esse objectivo, o imperialismo evoluiu numa metamorfose complexa. As guerras interimperialistas pertencem ao passado. Contradições entre grandes potências e gigantes transnacionais não desapareceram, mas não são já antagónicas.

Um imperialismo colectivo hegemonizado pelos EUA substituiu o imperialismo, responsável pelas guerras mundiais do seculo XX.

O pólo (e motor) desse novo imperialismo situa-se nos EUA e é ele que, pela sua agressividade e irracionalidade, configura uma ameaça à humanidade.

Hoje são os intelectuais progressistas dos EUA os primeiros a denunciar esse perigo que, pelo funcionamento do sistema e a sua tendência exterminista, pode conduzir à extinção da vida na Terra.

Cito entre outros Noam Chomsky, James Petras, Ramsey Clark e o falecido Howard Zinn.

Em entrevista recente à emissora de televisão Russia Today, de Moscovo, o cineasta Oliver Stone e o historiador Peter Kuznik definiram Barack Obama como «lobo disfarçado de cordeiro».

Para Oliver Stone, os EUA são actualmente um Estado Orwelliano. Obama «pegou em todas as mudanças de Bush, introduziu-as no sistema e codificou-as».

Perante uma crise estrutural para a qual não encontra soluções no âmbito da lógica do capital, o imperialismo estado-unidense optou por uma política externa neofascista, promovendo guerras ditas “preventivas” contra povos do Terceiro Mundo para saquear os seus recursos naturais.

Crimes abjectos foram cometidos no Iraque, no Afeganistão, na Líbia. Tribos da Somália e do Iémen são bombardeadas com frequência em guerras não declaradas. A Intervenção militar no Uganda inseriu-se nos planos do Africa Comand que se propõe instalar naquele Continente um exército permanente de 100 000 homens.

No Iraque, na Síria e no Afeganistão, os EUA criaram «esquadrões da morte» inspirados no modelo salvadorenho para assassinar «inimigos» cujos nomes constam de listas elaboradas pela inteligência militar (Chossudovsky, Global Research,4.1.13)

A operação terrorista que visa impor à Síria um governo fantoche está em marcha. O objectivo seguinte será o Irão, único país muçulmano cujo governo não se submete aos ultimatos de Washington. Mas a China é já apresentada como o grande obstáculo à dominação planetária dos EUA. Dois terços do poder aeronaval dos EUA foram concentrados no Extremo Oriente e aquele país está cercado por uma rede de bases militares norte-americanas.

Na reformulação da estratégia do Pentágono, os drones - aviões sem piloto- substituíram os bombardeiros tradicionais. Os melhores pilotos da USAF, instalados diante de maquinas sofisticadas em bases dos EUA, comandam os ataques criminosos desses engenhos contra aldeias do Paquistão e do Afeganistão o próprio presidente Obama quem seleciona em listas que lhe são entregues os inimigos a serem abatidos, supostamente da Al Qaeda ou Talibans. Milhares de camponeses têm sido assassinados pelos drones nessas acções criminosas. O Pentágono lamenta, mas conclui que se trata de «danos colaterais inevitáveis».

Centenas de bases militares dos EUA, instaladas em mais de quinze países, são prova indesmentível da estratégia exterminista do Pentágono.

Um número record de suicídios nas Forças Armadas no ano passado foi interpretado por influentes media como manifestação do mal-estar crescente nelas implantado.

No plano interno os EUA atuam já – a expressão é de Michel Chossudovsky- como um Estado totalitário e policial de fachada democrática.

A Base Militar de Guantánamo permanece aberta como centro de tortura de presos.

Invocando o Espionage Act, a Administração Obama encarcerou sem as levar a tribunal mais cidadãos do que qualquer das anteriores.

O actual governo, segundo Peter Kuznick, intercepta diariamente 1.700.000 mensagens privadas entre emails e chamadas telefónicas. Aproximadamente um milhão de pessoas «com habilitação de segurança máxima» garantem o funcionamento desse aparelho secreto de espionagem.

Em 1946,as quatro potências ocidentais que haviam destruído o III Reich de Hitler julgaram em Nuremberga 22 dos grandes criminosos de guerra nazis e enforcaram onze deles.

Hoje, transcorridos 66 anos, o presidente dos EUA, responsável pelo cargo que exerce por uma estratégia exterminista e repugnantes crimes contra a Humanidade, é premiado com o Nobel da Paz.

A Historia ensina-nos que os povos oprimidos e agredidos tardam quase sempre a levantar-se contra a tirania. Mas acabam por se insurgir e destruir os sistemas que a impõem.

Essa lei histórica permanece válida.

O capitalismo ainda poderoso, mas ferido de morte, hegemonizado pelo sistema de poder desumanizado do imperialismo estadunidense, será destruído e erradicado da Terra, pátria do homem.




Cidade do México, Março de 2013

*Comunicação ao Seminário Internacional «Os Partidos e uma Nova Sociedade» do Partido do Trabalho, Cidade do México, Março de 2013



Fonte: O Diário em www.odiario.info



Mafarrico Vermelho

REGRESSO DE SÓCRATES... os embustes (video SIC 28 Março 2013)



Um passado que existiu

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aula de canto coral estado novoAs agruras, as desilusões e as incertezas do presente levam muitos de nós a olhar de uma forma nostálgica para o passado salazarista da nação. Alguns certamente por opção ideológica, mas muitos, a maioria, transtornados por uma visão obnubilada que purgou a violência, a miséria e a pobreza que residiram nesse mesmo passado. Uma visão nostálgica… mas mal informada e ignorante.
Pela actualidade do tema “branqueamento” do passado, respigo, com o devido registo e agradecimento, uma passagem da entrevista de Mário de Carvalho, 68 anos, escritor, resistente anti-fascista e antigo militante do PCP, a Clara Ferreira Alves no Expresso (Revista, 29 de Março de 2013):
“MdC – Suavização. A ideia de que era uma ditadura paternal, com os seus excessos. Esquecem-se as marcas fascistas, inspiradas do fascismo e do nazismo, dos primeiros tempos da revolução nacional. Ainda ontem ouvi uma miúda dizer na televisão que eram precisos dez Salazares para pôr isto na ordem. As pessoas não têm ideia de que no tempo de Salazar iam para a Mitra ao chegar aos 50 anos. Ou pedir esmola. E que o ensino estava confiado a regentes escolares. As crianças e os pobres andavam descalços e rotos. Era um país de profunda miséria. Quando eu chegava a Alvalade do Sado, só havia o carro do médico e o do meu pai, e vinham os moços todos correr atrás. Os brinquedos eram de coisas de arames, plataformas de lata com rodas. Começa a aparecer gente que além de não ter memória do fascismo se conformaria com uma situação semelhante a partir do momento em que os seus interesses fossem assegurados. O Fascismo era um mundo de mentira. De resignação das classes baixas. A poesia era a do António Correia de Oliveira, das avés-marias, a tranquilidade do campo. O fascismo é natural, as pessoas gostam de mandar umas nas outras. O que implica esforço é o progressismo, ir mais além, fixar normas e construir instituições que afastem os homens da sua animalidade. E recuperem a sua humanidade. A gravidade puxa-nos para baixo.
CFA – A recuperação popular da figura de Salazar como um homem austero, quase purificado, faz dele uma figura histórica que funciona como símbolo nacional.
MdC – E há quem esteja convencido que no tempo de Salazar se vivia melhor. Isto vindo de pessoas que sofreriam na pele as consequências do regime. Ter todos os gestos vigiados. Todo o tempo. Um país de censura

Praça do Bocage

PARAÍSOS FISCAIS
SEUS USOS LEGAIS E PERIGOS
O que são os Paraísos Fiscais
Os paraísos fiscais são geralmente vistos com preconceito pelas pessoas e até mesmo pelos governos de outros países que lhes aplicam rigorosos controles e repressão.
A verdade é que a maioria das pessoas simplesmente desconhece o conceito, o funcionamento e a utilidade dos paraísos fiscais e acredita que todos eles sejam usados exclusivamente para finalidades ilícitas. Isso não é verdade, e acaba por prejudicar o progresso e a expansão desses países (que normalmente não tem outras fontes de recursos), assim como o planeamento tributário, financeiro e comercial mundial.
Segundo algumas teorias, parcialmente compartilháveis, os verdadeiros responsáveis pelo surgimento dos paraísos fiscais são o desenvolvimento económico mundial, a globalização dos mercados e a formação dos grandes blocos económicos.
Os ordenamentos fiscais que isentam certos factos que deveriam normalmente tributar, de harmonia com os princípios gerais comumente aceites, ou os tributam a taxa anormalmente baixa, via de regra para atrair capitais estrangeiros, são considerados refúgios, oásis ou paraísos fiscais.
A qualificação de paraíso fiscal pode hoje atribuir-se a um número vasto de países e territórios: na Europa, as Ilhas Anglo-Normandas (Man, Jersey...), Andorra, Gibraltar, Luxemburgo, Liechtenstein, Mónaco, Suíça, Chipre, Malta etc ...; na América Central, Antilhas Holandesas, Bermudas, Ilhas Cayman, Ilhas Virgens Britânicas, Panamá, Belize, Turks and Caicos etc...; na América do Sul, Uruguai; na África, Libéria; na Ásia e Oceania, Hong- Kong, Novas Hébridas, Nauru etc....
Todos estes territórios têm ainda, em comum, legislação para constituição de sociedades e financeira flexíveis, sigílo bancário e profissional quase sempre muito rígido, liberdade câmbial absoluta, além de eficientes sistemas financeiros e de comunicações e estabilidade política e social.
A verdade, porém, é que boa parte dos Estados são, de certo modo, paraísos fiscais no que tange a sectores ou vantagens específicas que oferecem: recorre-se ao Panamá e à Libéria para o desenvolvimento da marinha mercante; ao Luxemburgo e à Holanda, em razão do regime especialmente favorável das sociedades holding e da colocação de empréstimos externos; ao Liechtenstein, pelas vantagens que oferecem as suas sociedades, fundações e "Anstalten" à organização das fortunas privadas; à Suíça, pelos níveis moderados de tributação e pelo sigílo bancário; ao Uruguai, pela liberdade cambial irrestrita, abrangendo moedas inconvertíveis, pelo sigílo bancário etc...
As vantagens proporcionadas pelos territórios de regime fiscal privilegiado multiplicam-se (ou reduzem-se, dependendo das finalidades), às vezes, quando estes se encontram abrangidos por convenções contra a dupla tributação. Pode, assim, cumular-se o benefício da isenção de imposto sobre o rendimento relativo ao lucro das sociedades e ao lucro distribuído aos sócios, com o benefício da redução das taxas quanto aos rendimentos que lhes forem pagos por residentes em países signatários dos tratados em causa.
Detalhes sobre os vários Paraísos Fiscais
Para aprendizagem detalhada das características e funcionamento de cada paraíso fiscal aconselho uma visita a seguinte pagina:
Os usos Legais
Existem uma serie de usos "legítimos" dos paraísos fiscais. Entre eles podemos lembrar:
  • Protecção de patrimónios.
  • Trading e operações comerciais.
  • Investimentos offshore.
  • Holding societárias.
  • Estruturas com finalidades de planeamento tributário.
  • Holdings para direitos autoriais, patentes e royalties.
  • Estruturas para planeamento de heranças.
  • ... e outros.

Os Perigos e usos Ilegais

Entretanto, pelas suas características, os paraísos fiscais são muitas vezes usados também com finalidades criminais. Entre os casos mais comuns podemos lembrar:
  • Lavagem de dinheiro. Existe, em muitos paraísos fiscais, um sigílo bancário e profissional absoluto, acções ao portador de sociedades que impedem saber quem está por trás, e outros meios para disfarçar o dinheiro de origem ilícita. Tem que se ter muito cuidado sobre a origem do dinheiro quando se negoceia com financiadores ou investidores ou parceiros (inclusivé comerciais) desconhecidos e que vem de paraísos fiscais deste tipo.
  • Fraudes financeiras e comerciais variadas. Pelas mesmas razões é quase impossível saber quem fez alguma coisa e onde acabou o dinheiro enviado para uma sociedade de um paraíso fiscal. Estas características são aproveitadas por golpistas. Cuidado quando alguém, por qualquer razão, pede que você deposite algum dinheiro num paraíso fiscal ou a favor de uma sociedade off-shore ... verifique bem de quem se trata porque existem negócios legais mas também muitos ilegais.
  • Instituições fantasmas. Pode ser considerada na categoria das fraudes. Cuidado porque existem países onde existem bancos com nomes parecidos com os de grandes instituições internacionais mas que nada te a ver como estas instituições. Abrir contas nestes bancos e depositar dinheiro lá é um grande risco. O mesmo vale para as seguradoras. Contudo existem muitas sérias e confiáveis instituições (tanto internacionais como nacionais) que operam também off-shore ... é só saber seleccionar e pesquisar muito bem, sem confiar na primeira impressão.
  • Abrigo para capitais usados com finalidades criminais. É o caso do dinheiro usado por terroristas ou outros criminosos que se aproveitam das vantagens, do sigílo e da facilidade de movimentação de dinheiro oferecidos por alguns paraísos fiscais para financiar as suas atividades criminosas.

MANUAL DAS FRAUDES


Em defesa da “punheta de bacalhau”…


Que ninguém ouse   pensar em certificar a “punheta de bacalhau”
Vejam  o que aconteceu em Monção:  José Emílio Moreira, presidente da Câmara  quis, à viva força, que o prato típico da terra, a “foda”, fosse certificada tal e qual é conhecido o cabrito assado no forno da terra. O processo começou há mais de dois anos e foi difícil convencer o autarca de que a lei não é suscetível a tradições e que, como tal, a "foda"teria de cair caso quisesse continuar com o processo.
Segundo o que li no JN, venceu o braço mais forte da lei!
Se  “uma foda já não pode ser uma foda”, também não podemos correr o risco de ver de transformar uma“punheta”,  numa “masturbação” de bacalhau.
Cuidado com a lei. 
Lei é lei. Pode ser idiota, mas é a lei!..

Outra margem
GIRO DO HORIZONTE – ÁLVARO CUNHAL – por Pedro de Pezarat Correia



No passado sábado, 23 de Março, numa Aula Magna da Reitoria da Universidade de Lisboa completamente lotada, teve lugar uma sessão cultural evocativa da figura de Álvaro Cunhal, que inicia um ano dedicado às comemorações do centenário do seu nascimento. Não pertencendo nem nunca tendo pertencido ao Partido Comunista Português (PCP) situo-me, porém, no grupo daqueles que consideram que o PCP se inscreve na área política que gostariam de ver o povo português escolher para liderar os destinos do país. Aqui fica o meu registo de interesses para que não haja equívocos com esta nota no GDH.

Com muito gosto aceitei o convite que me dirigiram para integrar a Comissão Promotora e estive presente na Aula Magna onde, entre muitas vantagens, beneficiei da oportunidade de ouvir mais um magnífico discurso do reitor da Universidade, professor Sampaio da Nóvoa. Guardo de Álvaro Cunhal, do cidadão, do resistente e precursor do 25 de Abril, do político, do estadista, do intelectual multifacetado, um profundo respeito. Particularmente agora, quando as figuras menores que têm passado pelo poder sem honra e sem dignidade vêm aviltrando a imagem dos políticos e da democracia – e este é dos pecados maiores que lhes devem ser cobrados –, é justo e é pedagógico, evocar alguém que se empenhou profundamente na política sem mácula, sem cedências susceptíveis de violarem os princípios, os valores, os compromissos. Álvaro Cunhal era uma referência para quantos, independentemente dos sectores ideológicos e partidários em que se situassem, cultivavam o rigor na gestão da polis, na política, porque era de uma enorme exigência. Mas começava por ser exigente consigo próprio. Concordasse-se ou discordasse-se dele, confiava-se nele.

Recordo que, quando partilhei algumas responsabilidades no país e, com os meus camaradas, discutíamos ou analisávamos a situação política, o sentimento generalizado em relação a Álvaro Cunhal era o de que se tratava de um homem de carácter, credível no que dizia,fiável naquilo com que se comprometia. Aí pela década de 90, quando eu já estava reformado da vida militar e Álvaro Cunhal já deixara a liderança do PCP, encontravamo-nos, não com muita frequência mas com alguma regularidade, por vezes com mais dois ou três amigos. Eram conversas privadas, interessantíssimas, trocas de impressões passando em revista as conjunturas nacional e internacional. E Álvaro Cunhal gostava de frisar o que mais o marcara quando teve de lidar com os militares na política no período revolucionário e nos anos em que perdurou o Conselho da Revolução e um militar na presidência da República: eram homens de palavra. E isso fora decisivo na manutenção de relações de respeito mútuo.

Há um aspecto que não posso deixar de registar. Hoje, quando a União Europeia navega em águas agitadas sem rumo perceptível e em que os chamados países periféricos sofrem as consequências de decisões que parecem tudo menos inocentes, é oportuno recordara voz lúcida de Álvaro Cunhal que na altura muitos acusaram de “velho do Restelo”. Quando os responsáveis políticos embandeiravam em arco com a adesão à Comunidade Económica Europeia e a entrada no “clube dos ricos”, quando a maioria do povo português embarcava na euforia da festa das remessas dos fundos estruturais e se empanturrava em betão a troco do abandono da agricultura, da extinção da frota pesqueira, do esvaziamento da marinha mercante, do encerramento de indústrias de base, Álvaro Cunhal alertava e repetia: os portugueses irão pagar isto. Era ouvido com cepticismo. Não me excluo, a palavra de Álvaro Cunhal levava-me a reflectir, mas deixava-me dúvidas.

Álvaro Cunhal tinha razão. Os portugueses estão a pagar isso.



25 de Março de 2013

sábado, 30 de março de 2013


A chegada dos Drones

drones
Mais de 200 drones – veículos aéreos não tripulados (vant, na sigla em português) – estão em operação no Brasil sem que exista regulamentação para o uso civil e comercial destas aeronaves. O número foi obtido a partir de levantamento realizado pelo G1 com fabricantes, importadores, empresas e órgãos de governos estaduais.
Os drones – zangão ou zumbido, em inglês – desempenham funções que antes dependiam de aviões e helicópteros tripulados, buscando maior eficiência e alcance, redução de custo e mais segurança (veja nos vídeos ao lado drones em ação no Brasil e voos dos dois tipos mais comuns).
A nova tecnologia virou polêmica nos Estados Unidos e em todo o mundo depois que o país desenvolveu avançados modelos armados e passou a usar regularmente os “aviões-robôs” para destruir alvos no Oriente Médio.
Milhares de pessoas já foram mortas em ataques de drones, muitas delas inocentes, todas sem julgamento ou chance de defesa. A revista “Time”, na edição da última semana de março de 2013, publicou a reportagem intitulada “Então, quem nós podemos matar?” (So, Who Can We Kill?), com um debate sobre a moralidade do uso bélico dos drones. O tema é recorrente nas principais revistas e jornais americanos. Entre membros da Organização das Nações Unidas (ONU), a preocupação é de que mais países passem a utilizar os drones como arma, numa escalada das mortes à distância.
Apesar de popularizado pela controversa utilização militar, é o uso civil dos drones que pode transformar inúmeros serviços. Com formatos e tamanhos variados, o número de máquinas voadoras controladas remotamente deve crescer em ritmo acelerado nos próximos anos no país e no mundo, devido à facilidade de voo, ao baixo custo e às inovações tecnológicas preparadas para cada modelo, como uso de câmeras, filmadores, sensores de raio-x, dentre outros.
drones
Entusiastas falam em “revolução dos drones” e projetam milhares de aparelhos nos céus, em breve, seja a serviço do governo e de empresas ou para realizar tarefas cotidianas como entregar produtos, regar o gramado, acompanhar crianças até a escola ou guiar turistas pela cidade.
Hoje, distantes das indústrias, estudantes e apaixonados por tecnologia desenvolvem drones artesanais, aproveitando processadores, baterias e componentes retirados de smartphones e outros equipamentos eletrônicos.
Em alguns países, vants são usados para inspeção de linhas de transmissão, de rodovias ou grandes obras por transmitirem imagens em tempo real. Neste caso, são utilizados modelos pequenos, de até 2 kg, que sobrevoam centenas de quilômetros diariamente, bem próximos aos cabos da rede, identificando fios rompidos, ocupações irregulares e outros problemas.
As informações enviadas para a central são precisas, e o serviço de manutenção é acelerado. No Brasil, algumas empresas já estão começando a testá-lo no lugar de helicópteros.
Outro trabalho realizado por drones é o levantamento aéreo de terrenos, para cartografia, geografia e topografia, bem como serviços de filmagem para engenharia, mineração e indústria cinematográfica. Governos fazem uso da novidade principalmente nas áreas de segurança e de prevenção de desastres.
Só a AGX Tecnologia, uma das 15 indústrias que produzem esse tipo de aeronave no Brasil, diz ter vendido mais de 100 vants desde 2005, de acordo com o diretor Adriano Kancelkis. Entre os clientes estão órgãos públicos, consultorias ligadas ao ramo ambiental e fazendeiros que usam os drones para monitorar lavouras.
Outra empresa, a BRVant, já vendeu ao menos 35 para militares, agricultores e órgãos públicos, e também exportou outros para a América Latina. Segundo o proprietário, o engenheiro formado pelo Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA) Rodrigo Kuntz, a falta de entendimento entre Aeronáutica e Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) sobre as regras necessárias para que esses aviões possam operar e serem certificados impede que as vendas sejam maiores.
‘Assassinato sem julgamento
Os Estados Unidos perceberam o potencial militar e passaram a usar drones para atacar alvos suspeitos de terrorismo no Afeganistão, Paquistão, Iêmen, Somália, além de monitorar outros países. A eficácia das missões é contestada por organizações de direitos humanos, que apontam um grande número de inocentes entre as vítimas e contestam a legalidade do recurso. Críticos falam em “assassinatos sem julgamento”, “guerra suja” e “violação das leis internacionais”.
A Fundação Nova América, baseada em Washington, contabiliza 350 ataques desde 2004, a maioria durante o governo de Barack Obama, com número de mortos entre 1.963 e 3.293, incluindo entre 261 e 305 civis. Segundo o Escritório de Jornalismo Investigativo, em Londres, o número de vítimas fatais em ataques americanos com drones é maior, entre 2.627 e 3.457, sendo entre 475 e 900 civis. No dia 20 de fevereiro, o senador republicano Lindsey Graham, defensor do uso de drones em ataques militares, disse que o número de mortos soma cerca de 4.700 pessoas, incluindo inocentes.
A Organização das Nações Unidas (ONU) lançou em janeiro uma investigação sobre as vítimas civis de disparos de drones e pretende identificar possíveis casos de “execuções extrajudiciais”. Segundo o relator especial Ben Emmerson, “o aumento exponencial do uso da tecnologia dos drones em diversas situações representa um verdadeiro desafio para o direito internacional atual”.
Na sociedade americana, houve manifestações por maior transparência nas regras usadas para os ataques. Segundo a ONU, 51 países já possuem essa tecnologia e há preocupação de que outros países resolvam usar o drone como arma além das fronteiras, como fazem os EUA, sem um inimigo claro. Em meio à pressão, Obama reconheceu que os americanos “merecem saber mais sobre os ataques” e prometeu trabalhar junto ao Congresso.
Os Estados Unidos possuem mais de 7.800 drones ao redor do mundo. Um terço do total de aeronaves da força aérea do país não é tripulado, e quase metade dos pilotos em formação vai comandar esse tipo de equipamento futuramente.
Avião-robô é realidade no Brasil
drones no brasil
O uso militar e principalmente as aplicações civis dos veículos aéreos não tripulados fizeram o Brasil investir na nova tecnologia, transformando-se em um centro emergente de pesquisa, fabricação e utilização de drones.
O Brasil conta com 15 das 44 indústrias de drones na América Latina e reúne ao menos outras 5 empresas desenvolvendo sistemas, segundo a Associação Internacional de Veículos Não Tripulados (AUVSI) e a Associação Brasileira das Indústrias de Materiais de Defesa e Segurança (Abimde).
Apesar de pouco conhecidos e discutidos, os drones são realidade em vários setores do país, sendo usados nas áreas de energia, mineração, agricultura, rodovias e construção civil, além de ajudar no trabalho de órgãos policiais, ambientais e de defesa civil. Centros de pesquisa e desenvolvimento de projetos, montados em universidades com financiamentos do governo e da iniciativa privada, trabalham na construção de vants dos mais variados tamanhos, formas e serventias. Outros modelos são importados de países que já usam drones há mais tempo.

AS 5 MAIORES MÁQUINAS DE TRABALHO DO MUNDO
1 - Krupp Bagger 288: Maior Escavadeira do mundo
Bagger 288 é umtipo de balde com rodasPesa 13.500 toneladas e é decriação alemã tendo 721 metros de comprimento, 315 pés de altura, e podendo limpar uma área do tamanho de um campo de futebol com trêsandares de profundidade em apenas um dia.








2 - Armored Caterpillar D9R

Seu apelido é Doobi (hebraico para urso de pelúcia), mas esse bulldozer(Trator de esteiras) é fortemente blindado e nada macio e fofinho. Com 15toneladas de engenharia e armadura protegendo seu máquinario, e janelasà prova de balas na cabine, esta máquina monstro está equipada para a construção, recuperação, demolição, e até mesmo defender-se com lançadores de granada e metralhadoras.





3 - Liebherr LTM 11200-9.1

Chamar o  Liebherr LTM 11200-9.1 de guindaste telescópico chega a serridículo. Ele pode levantar até 1.200 toneladas. É pode estender-se a 100 metros de comprimento com até 126 metros de rede adicional. Rolandosobre uma suspensão de nove eixos, este menino mau pode lidar comqualquer trabalho. Freios a disco vêm de fábrica.




 4 - LeTourneau carregador L-2350 Frente

Maior Trator do mundo com pneus de borracha e carregamento frontal de seu tipo, o L-2350 tem a caçamba aproximadamente o tamanho de uma salaTem um motor com potência capaz de levantar 2.300 até  160.000. KgO operador fica a dois andares do chão, e a caçamba desse mamute se ergue a uma altura máxima de cerca de 44 pés até o chão.




5 - Rusch Triple 34-25 with Genesis 2500 Demolition Shear

Muito possivelmente, a maior maquina de demolição por cisalhamento do mundo, o Genesis 2500 exerce seu poder devastador, especialmentequando montado em uma escavadeira RuschÉ uma máquina dedestruição com a força do Godzilla em suas pinças.

RETROCHIC

OS 3 MINUTOS MAIS ASSOMBROSOS SOBRE RELIGIÃO



OLHÃO: CAMPANHA ELEITORAL PARA AS LEGISLATIVAS

Na passada quinta-feira, Olhão foi visitada por dois ministros do CDS, rodeados de grande secretismo e protecção, com as costas quentes pelo Corpo de Intervenção dos sempre verdosos GNR.
Diga-se em abono da verdade que os partidos do arco do Poder, PS, PSD e CDS sabiam da visita mas mantiveram uma teia cúmplice de silencio para que a população da cidade não se manifestasse, num claro indicio do pavor que têm em relação às pessoas pelas politicas anti sociais desencadeadas por um governo de transição.
A que se deveu a visita? O IPIMAR entendeu que se tinha de desfazer do peixe produzido em laboratório para que o espaço fosse reocupado com nova experiência. Mas se o IPIMAR, que tanto se queixa da falta de dinheiro, tivesse anunciado a sua venda em leilão, ninguém levaria a mal por isso e sempre permitia arrecadar uns trocados para aliviar a tesouraria da instituição. A opção foi ofertar o peixe a IPSS da região, contra o qual nada temos a dizer, mas para isso não seria necessário estabelecer um protocolo entre os ministros, bastando uma autorização do ministério que tutela o organismo, para a doação.
Porquê, então este espalhafato? O ministro da lambreta tem familiares em Moncarapacho e não é por acaso que o primeiro peixe foi entregue à Misericordia daquela vila, cuja presidência pertence a um militante do principal partido da coligação governamental, sendo que as restantes IPSS do concelho estão subjugadas pelo outro partido que alterna no Poder. Enfim, hábitos velhos enraizados numa certa maneira de fazer politica, cada vez mais deplorável.
E, como não podia deixar de ser, o excelso presidente da junta de freguesia, que conseguiu que autorizassem a construção de uma casa para o filho onde não podia nem devia, abordou o problema da barra da Fuzeta com a ministra da crista, num claro namoro ao voto dos fuzetenses, dando como adquirido a extinção da freguesia daquela vila, apesar dos anti corpos entre as duas populações.
A FUZETA É FREGUESIA E CONTINUARÁ A SÊ-LO, DURE A LUTA O QUE DURAR! E é bom que os fuzetenses vão pensando no boicote às eleições, marcando uma posição muito dura contra quem determinou a extinção da sua junta.
Porque vieram, então os dois ministros a Olhão?
É, depois dos dados vindos a lume, a convicção de que o governo vai cair dentro de dias e o CDS prepara-se para retirar o tapete antes mesmo do Coelho o anunciar, sacudindo a agua do capote como se nada tivesse a ver com a austeridade que tem esmagado o Povo. Mas, e como dissemos atrás, os governos nesta fase, são apenas de transição uma vez que a classe dominante, enfeudada nos partidos da alternância governativa, precisa de mais e mais austeridade, substituindo os governos à medida que se esgota a paciência dos portugueses, e como por eles vai ser necessário um segundo resgate, a substituição assume um carácter urgente. Ora, a substituição é feita através de eleições, para que seja o Povo a avalizar quem vai ser o seu próximo assassino. Assim, os partidos preparam-se para mais um acto eleitoral, começando desde logo, a pré campanha, utilizando os cargos, bens e dinheiro públicos. É a contabilidade das espingardas de cada um deles.
Esse é o real significado da visita ministerial. O governo vai cair e a campanha eleitoral já começou!
REVOLTEM-SE, PORRA!

Olhão Livre

A CORRUPÇÃO CRESCENTE, SÓ É POSSÍVEL PORQUE A OPOSIÇÃO PACTUA.


Um governo corrupto não o conseguiria ser, se os partidos, com poder e na 
oposição não o permitissem. Um governo corrupto de um partido corrupto, jamais 
conseguiria voltar ao poder, se o partido que o sucede, fosse contra a corrupção e 
desejasse trava-la. Todas as falcatruas seriam desvendadas e expostas em praça 
pública, e nos tribunais... e os cidadãos jamais votariam neles de novo.
Um governo corrupto que corrompe e lesa o país, jamais ficaria impune se o 
governo que o sucede fosse contra a corrupção e não a quisesse perpetuar, 
para beneficio de todos eles. Pois se um governo que sucede outro, encontra 
documentos que provam onde o anterior lesou o estado e o povo, porque não prende, 
julga e desmascara os traidores? Talvez porque também quer beneficiar do jogo e jamais 
revela-lo?
A corrupção a rapinagem e a incompetência  não duram 2 ou 4 anos de mandato do PS 
ou do PSD... a corrupção a rapinagem e a incompetência perduram em todos os 
mandatos há 3 décadas, ininterruptamente.
Só pessoas que beneficiam deste estado caótico, pessoas que não querem saber 
a verdade, pessoas que optaram por seguir cegamente seitas partidárias, que perderam 
o rumo e a lealdade ao país, é que ainda podem acreditar nisso.

Eis mais um exemplo, onde um politico se viu forçado a soltar algumas 
pontas, discretamente. À semelhança de Rui Rio... Isto dava um escândalo 
em qualquer país civilizado. Em Portugal, nada... 
"Os contratos das parcerias público-privadas (PPP) assinados pelo Governo Sócrates 
permanecem um enorme mistério.
Há poucas semanas, o Presidente do Tribunal de Contas anunciava que os contratos 
teriam cláusulas secretas e que alguns documentos tinham sido sonegados àquele 
Tribunal. Agora, há dias, veio o ex-secretário de Estado das Obras Públicas, Paulo 
Campos, assegurar que todos os documentos foram afinal visados pelo mesmo Tribunal 
de Contas.
Tudo isto é muito contraditório e obscuro. O único aspecto que fica claro é que alguém 
está a mentir.
Mas Paulo Campos não se ficou por aí. Veio ainda afirmar, em voz bem alta, que os 
contratos não foram despachados apenas por si, nas Obras Públicas, mas também pelo 
Ministério das Finanças de Teixeira dos Santos. Além de que passaram 
ainda pelo crivo do Conselho de Ministros e até pelo do Presidente da 
República.
O que Paulo Campos nos quis dizer foi que, se ele próprio roubou nas PPP, não roubou 
sozinho. Veio lembrar, como diz o ditado, que “é tão ladrão quem vai à horta como 
quem fica à porta”.

Não votem mais neles, pensem !