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domingo, 24 de março de 2013

II Guerra Mundial: Inglês quer homenagear portugueses com monumento em Faro




Um britânico residente no Algarve está a reunir doações para edificar em Faro um “memorial internacional” de homenagem aos portugueses, sobretudo pescadores, que salvaram centenas de pessoas durante a II Guerra Mundial.

“Portugal desempenhou um grande papel durante a II Guerra Mundial e não deve ser esquecido. As pessoas em Portugal não se lembram disso e devem saber o que aconteceu. Nunca em nenhuma circunstância devemos esquecer a História”, disse à Lusa Michael Pease promotor da ideia do “memorial internacional” de homenagem aos portugueses pelos atos cometidos entre 1939 e 1945, que terão salvo 1500 pessoas.

“Vai ser uma escultura, tenho já duas propostas e uma outra proposta de um português que vou ver no final do mês. A decisão final sobre a escolha da escultura vai pertencer à Câmara de Faro”, afirmou.

Michael Pease, 82 anos, vive no Algarve, e já conseguiu o apoio da Câmara Municipal de Faro para colocar o monumento junto à marina da cidade.

“Contactei o presidente da Câmara Municipal de Faro, a vereadora da Cultura de Faro e o Turismo do Algarve e disse-lhes que não queria dinheiro mas sim o apoio deles por escrito - o que já tenho - para me apoiarem no projeto e também para me disponibilizarem um local na marina de Faro para colocar o monumento. Eles disseram que sim. É o local de onde saíram os portugueses que salvaram os americanos que se despenharam em 1943”, disse Michael Pease.

De acordo com a investigação de Carlos Guerreiro, documentada com fotografias no blogue Aterrem em Portugal (http://aterrememportugal.blogspot.pt/2012/08/bombardeiro-vai-ter-roteiro-submarino.html), um bombardeiro norte-americano B 24 despenhou-se ao largo de Faro, sendo que seis dos onze tripulantes foram salvos por três pescadores.

Este facto que despertou a curiosidade de Michael Pease sobre os atos de salvamento ao largo da costa em território continental, assim como nos arquipélagos da Madeira e dos Açores.

O inglês que passou ao largo de Portugal a bordo de um navio em 1939 explicou que começou a investigar os incidentes ocorridos durante a II Guerra Mundial no sul de Portugal após a leitura do livro «Aterrem em Portugal», de Carlos Guerreiro, mas que depois quis saber mais sobre o papel dos portugueses durante o conflito.

O monumento vai custar "cerca de 60 mil euros" que Michael Pease está a tentar conseguir apoios sobretudo através de contactos com descendentes de portugueses nos Estados Unidos e no Canadá.

“Mandei fazer umas brochuras sobre o assunto que mandei para os Estados Unidos e para o Canadá onde vivem milhares de pessoas que são descendentes de portugueses. Trabalhei muito para conseguir os nomes e os endereços dos canadianos e norte-americanos que têm origens portuguesas e alguns deles são grandes nomes como o ator Tom Hanks que é neto de portugueses. Há portugueses e descendentes de portugueses muito bem posicionados e espero que me ajudem a conseguir dinheiro para o monumento”, sublinha o promotor do projeto, que mantém na internet a página http://www.portuguese-fishermens-memorial.org/index.php/pt.

“Portugal, apesar da neutralidade, desempenhou de facto um papel muito importante”, afirmou.

Para Michael Pease, não se trata de um “memorial nacional mas sim internacional” porque o que aconteceu ao largo de Portugal afetou muitas pessoas e não apenas os americanos que foram salvos em Faro mas também há outros casos que envolveram britânicos e cidadãos da Commonwealth.

“Não eram apenas marinheiros e aviadores mas também civis, porque muitos dos navios afundados pelos alemães transportavam civis e nestes casos os pescadores portugueses desempenharam um papel muito importante”, recorda Pease.


região Sul.

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