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quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

A DEFESA DO MEXILHÃO - Aparte alguns empecilhos no transporte, tudo se faz com o aparato dos novos tempos. As naus portuguesas chegaram à Índia e ao Brasil, hoje, os modernos submarinos de Portas raramente saem à barra do Tejo,

HERMENEGILDO GALANTE

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A defesa do mexilhão

Vem desde os idos do Século XV e da “Empresa dos Descobrimentos” aquela mania dos nossos historiadores considerarem os portugueses como comerciantes. A tese, apesar de pouco abonatória às sérias e religiosas intensões do Infante Dom Henrique, tem fundamento na nossa secular habilidade para explorar mercados. De facto negociamos tudo: escravos, ouro, prata, pedras preciosas, pimenta, canela, tecidos e o mais que se aprouvesse.

Nas caravelas de quinhentos levamos aos confins do mundo esta nossa arte, religiosamente preservada ainda hoje como verdadeira identidade lusa. É verdade que um tanto adulterada pelos efeitos do progresso, mas o jeito mantêm-se, com maior especialidade na venda internacional. Exportamos a juventude e importamos vistos gold, vendemos energia aos chineses, a banca aos angolanos, aeroportos aos franceses, comunicações aos brasileiros e aviões a quem por eles der mais, por hélice ou por asa, pouco importa.

Aparte alguns empecilhos no transporte, tudo se faz com o aparato dos novos tempos. As naus portuguesas chegaram à Índia e ao Brasil, hoje, os modernos submarinos de Portas raramente saem à barra do Tejo, mas isso são pormenores. Com a pendão da Cruz de Cristo soubemos impor os nossos interesses no Médio Oriente, na Ásia, na África e nas Américas, agora, nem com a bandeira nacional e uma estátua do Ronaldo a República consegue uma reclamação em Bruxelas, mas isso são, outra vez, detalhes.

Nesta cruzada interessa é manter o sangue na veia para o negócio e substituir os governos por especuladores, já que as possibilidades na venda do Portugal de hoje estão longe do fim, saindo mais em conta a venda do país à peça. E no caso de falha de outras alternativas, ao português desenrascado ainda sobram três boas e inovadores hipóteses: a emigração, a venda de pastéis e de mensagens a dois de Belém.

É por aqui que o nosso regente Passos afirma o crescimento da economia e do emprego, contra a bárbara pesca de arrasto ao mexilhão…Que ele até agora lixou.

Estejamos tranquilos. 2015 está garantido e o mexilhão também.

BOM ANO.


IN "AÇORIANO ORIENTAL"
30/12/14

apeidaumregalodonarizagentetrata.blogspot.pt

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