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sábado, 27 de dezembro de 2014

A Oeste, nada de povo - Os dados do sector do Comércio que o INE publicou ontem são uma boa fotografia do processo de concentração de riqueza que vem caracterizando estes anos em que a crise de uns é a prosperidade de outros, como atestam as imparáveis fortunas dos gigantes do retalho

A Oeste, nada de povo


Os dados do sector do Comércio que o INE publicou ontem são uma boa fotografia do processo de concentração de riqueza que vem caracterizando estes anos em que a crise de uns é  a prosperidade de outros, como atestam as imparáveis fortunas dos gigantes do retalho Belmiro de Azevedo e Alexandre Soares dos Santos. O volume de negócios em 2013 manteve-se estável e as margens até cresceram, embora muito  ligeiramente. Até aqui, nada a assinalar. O que todos nós enquanto comunidade temos vindo a perder neste trajecto encontramo-lo nas 4000 empresas que fecharam portas em apenas um ano, isto é, os atrás referidos  volume de negócios e margens no final do ano passado dividiram-se por menos 4000 do que um ano antes, ou seja, as empresas que sobreviveram a 2013, umas mais, outras menos, engoliram os proveitos dessas 4000 que não resistiram. Mas só os proveitos, porque houve 21 mil empregos que desapareceram. Más notícias para os próprios, más notícias para a receita fiscal originada pelos salários que deixaram de receber, que a sobrecarga que todos sentimos no bolso compensou, e más notícias para a Segurança Social, em cujos cofres deixaram de entrar os descontos que incidiam sobre esses 21 mil salários e de cujos cofres saíram os subsídios de desemprego respectivos. Mas a coisa não fica por aqui. Como é sabido, as grandes empresas do retalho, aquelas que mais beneficiaram com todo este processo de concentração,  ao contrário de muitas empresas sem dimensão para o fazerem que desapareceram, pagam impostos sobre lucros em paraísos fiscais como a Holanda e o Luxemburgo. Vá, não dramatizemos. Temos que ser positivos. Não foi nenhuma tragédia que mais uns milhares de milhão cortados à Saúde e à Educação em 2014 e a sobretaxa que complementou o brutal agravamento fiscal em IRS que todos sentimos no bolso não pudessem compensar. Agora que os resultados começam a aparecer, não podemos ser irresponsáveis ao ponto de deitar a perder o todo que conseguimos construir ao longo destes anos de sacrifícios. Somos o melhor povo do mundo. Continuam todos convidados a contribuir generosamente como até aqui.


opaisdoburro.blogspot.pt

1 comentário:

ct5ivm disse...

Dá perfeitamente para perceber como é.