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Esta é a única forma que Werner pode ter certeza que manterá o respeito do grupo. E isso funciona. Quando os lobos não estão se alimentando, eles brincam com ele e com alegria lambem seu rosto como um sinal de subserviência e reconhecimento. Estes gestos, às vezes machucam Warner, já que são grandes animais e uma focinhada violenta pode ferir o tratador. Parece meio assustador, mas é nada mais do que uma saudação áspera. Werner tem várias cicatrizes e às vezes até fica com um olho roxo após esses encontros, mas diz que a intimidade é necessária para se tornar um com a matilha.
- "Se eu não viver como um lobo real, eu nunca seria capaz de me conectar com os lobos", diz ele. Na verdade, ele está constantemente fazendo o papel. - "Percebi logo que os lobos dominantes se comportam arrogantemente com o resto. Como um ser humano, não sou arrogante, mas como um lobo eu sou. É a única maneira de manter a minha posição a frente do pelotão". Então fica de quatro, rosna para um lobo ameaçador, desviar o olhar indiferente quando se aproxima um provocador e às vezes até mesmo recorre a mordidas.
O único lobo que Werner tem mais cautela no tratamento é o que está diretamente abaixo dele na hierarquia. As matilhas de lobos constantemente mudam a posição de poder, então é preciso ter cuidado para ter certeza que não vai ser atacado se houver alterações na ordem de classificação. Assim, mesmo quando vai tirar um cochilo do meio-dia com seus companheiros peludos, deve sempre ter o cuidado de perceber sinais leves que possam alertar sobre uma mudança em sua posição. Afinal, aos olhos da matilha ele ainda é um estranho, mas com o lugar exclusivo acima do macho alfa. Mesmo assim, Werner não se mete em disputas internas do grupo.
- "Quando eu entro em seu território cercado, só me dirijo para o lobo alfa ou seu companheiro. Se eu for para os outros, pode ser lido como um ataque. Eu não quero desafiar suas hierarquias. O que eles fazem é problema deles e eu tento não me envolver em suas brigas. Se dois lobos se desentenderem e eu me meter entre eles a coisa pode ficar muito difícil para mim."
Werner criou o santuário de 25 hectares em 1972, e já cuidou de muitos animais desde então. Atualmente, existem cerca de 29 deles no Wolfspark. Há um vídeo que mostra Werner brincando com seus lobos (fim do post) e é bacana ver como os seres humanos e os animais selvagens podem realmente se dar bem. Se você pensava que era só nos filmes que homens se transformam em lobisomem, bem, Werner é o exemplo perfeito que pode acontecer na vida real.
- "Sim, eu sou um animal", diz ele bastante animado. - "Quando não estou com os lobos, é claro que eu sou humano, mas com os lobos, eu sou um lobo."
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VEJA VÍDEO
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