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sábado, 30 de junho de 2012


Mudar o governo ou mudar o primeiro-ministro?


Há menos de um mês o país vivia um dos seus momentos oásis, éramos melhores do que os gregos, a Merkel estava quase apaixonada pelo Passos Coelho, o Gasparoika dava um excelente presidente do Eurogrupo se não foi cidadão de um país de caloteiros, as receitas fiscais estavam em linha com as previsões, as exortações eram o símbolo do sucesso de reformas estruturais como a gorjeta de 50 mil para o Professor Pentelho, Portugal era o modelo de sucesso da estratégia económica do empobrecimento forçado de parte dos cidadãos de um país.
  
De um dia para o outro o discurso mudou, só o tresloucado Portas escreveu aos seus apoiantes prometendo o paraíso em 2013. Já ninguém acredita no sucesso da política brutal decidida e implementada pela dupla formada pelo Gasparoika e por Passos Coelho, o país caminha a passo rápido para a ruína e par um segundo resgate, chega a ser humilhante ver o mesmo Cavaco que há um mês prometia criação de emprego e crescimento já no segundo semestre (a partir de amanhã) vir agora pedir à troika que nos recompense porque fomos mais mansos e graxistas do que os gregos
  
As experiências do Gasparoika falhou, o modesto economista sem provas dadas, que revela uma total insensibilidade social e que não tem as mais pequenas aptidões em domínios como a modernização do Estado ou a política fiscal conduziu o país a uma situação bem pior do que aquela que o levou ao resgate. Portugal deve mais, os cofres estão mais vazios, a despesa pública aumentou, o fisco está desorganizado, o combate à evasão fiscal é um falhanço.
  
Em suma, Vítor Gaspar revelou-se um incompetente e quanto mais tempo este incompetente mandar nas Finanças, no primeiro-ministro e no governo mais portugueses serão lançados no desemprego e na miséria, mais empresas encerrarão, maior será a dívida do país. A receita de Vítor Gaspar falhou porque como aqui se escreveu numerosas vezes não passa de uma pinochetada económica, é uma solução que teve sucesso nos anos setenta e apoiada numa ditadura brutal, em democracia, numa economia aberta e num contexto de crise internacional estava condenada ao fracasso.
  
O país não acredita em Gaspares e Relvas, precisa de uma verdadeira diplomacia e não uma brincadeira quase infantil, carece de ministros que saibam e não de betinhas que chegam a minhas graças a uma quota e porque se destacaram em lutas de sacristia contra o aborto, é urgente uma reforma séria na justiça e não a sua transformação em jogos de poder. A situação do país é demasiado séria para brincadeiras, isto não é uma associação de estudantes do ensino básico.
  
Ou Passos Coelho se deixa de brincadeiras, demite os incompetentes que arranjou, dispensa os assessores da treta e governa a sério, se é que é capaz de tal coisa, ou então que se demita e ceda o lugar a outra personalidade do PSD. O país já não acredita nesta política e começa a ficar-nos mal em termos internacionais esta transformação de um país digno e soberano numa pandilha de gente graxista e de baixo nível.

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