O fanfarrão não passa dum cobardolas
Temendo as consequências das suas afirmações (“O Sócrates, o Teixeira dos Santos e o seu deputado Maximiano que fez esta pouca vergonha toda à Madeira, tinham uma lei* em que o Governo da República podia aplicar sanções sobre o governo regional, se o governo regional continuasse com obras a fazer dívida, porque eles não nos tinham dado o dinheiro e não nos autorizavam a fazer dívida”; “Foi por isso que não era aconselhável, porque eles ainda nos tiravam mais dinheiro, se andássemos a mostrar o jogo todo a um Governo socialista que não era sério”. “Nós estávamos em estado de necessidade e, por isso, agimos em legítima defesa") o fanfarrão Alberto João, porque alguém lhe chamou a atenção para as consequências, vem agora, em comunicado, feito cobarde, negar "o que todos ouviram e viram declarar em comícios" e dizer que “tem sido atribuída ao Governo regional da Madeira uma intenção dolosa de 'ocultar' dados que seriam devidos a Entidades da República Portuguesa”. “Para tal, manipula-se qualquer eventual frase ou 'lapsus linguae', normal na torrente discursiva e emocional de um comício, só por se ter chamado à atenção que, se por coincidência os acertos então em curso estivessem prontos para comunicação à República, poderiam implicar mais cortes de verbas por parte do Governo socialista” (sic, que esta escrita é de arrepiar).
O nosso fanfarrão é tanto mais cobarde quanto é certo que nem sequer assume a responsabilidade das suas afirmações, imputando as culpas a toda a comunicação social.
Perde, como é óbvio, o seu tempo, pois toda agente ouviu o artista gabar-se. E perde também o seu tempo a negar que tivesse escondido, dolosamente, as dívidas do seu Governo para não ser penalizado com cortes nas transferências do Estado, pois é evidente (e até ele o devia saber) que a sonegação continuada e reiterada ao longo dos anos (pelo menos desde 2004, segundo a informação do INE e do BdP) não pode ser fruto de um qualquer descuido ou negligência. Só pode ser fruto duma intenção deliberada, ou seja, dolosa.
Que não doam as mãos a quem tiver de lhe aplicar as correspondentes sanções. Só pecam por chegar tão tarde.
(*Lei que, afinal, embora nunca tivesse sido aplicada até então, é de 2001, data em que era Durão Barroso quem desempenhava as funções de primeiro-ministro.)
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