Mentira do dia
Manuela Ferreira Leite e Marcelo Rebelo de Sousa decidiram devolver ao Alberto João os chapéus de palha que estes lhe ofereceu na festa do PSD de Cão da Lagoa e que durante todos estes anos guardaram com um grande carinho. Na missiva que dirigem ao líder regional do PSD ainda acescentam que lamentam não devolver as ponchas que beberam, mas essas já foram.
Jumento do dia
Alberto João, dirigente do PSD
O Alberto João decidiu comparar a Madeira de hoje com a de há 35 anos como se todo o mundo estivesse na mesma e só no arquipélago tivesse havido progresso. Seria interessante, por exemplo, fazer a comparação não só dos indicadores mas também dos investimentos, bem como a discriminação dos montantes transferidos para a região. Tal comparação seria ainda mais interessante se fosse feita em relação a outras regiões, como, por exemplo, os Açores.
Mas o Alberto está em dificuldades, não tem tempo e tenta iludir os seus próprios eleitores já que os do Continente a não ser que sejam adeptos fervorosos do seu partido nutrem por ele o maior dos desprezados. A pressa é tanta que a descida até a descida da taxa da inflação é obra dele, esqueceu-se dos indicadores meteorológicos. Poderia, por exemplo, dizer que graças a ele na Madeira faz melhor tempo do que nos Açores.
«Outro indicador mencionado é a taxa de inflação, que diminuiu de 23% (1978) para 2,0%, enquanto o salário médio regional aumentou de 457,7 euros (1983) para 1.013,57 euros e a média dos que recebem o salário mínimo retrocedeu de 7,6% (1991) para 5,6%.» [DE]
Mas o Alberto está em dificuldades, não tem tempo e tenta iludir os seus próprios eleitores já que os do Continente a não ser que sejam adeptos fervorosos do seu partido nutrem por ele o maior dos desprezados. A pressa é tanta que a descida até a descida da taxa da inflação é obra dele, esqueceu-se dos indicadores meteorológicos. Poderia, por exemplo, dizer que graças a ele na Madeira faz melhor tempo do que nos Açores.
«Outro indicador mencionado é a taxa de inflação, que diminuiu de 23% (1978) para 2,0%, enquanto o salário médio regional aumentou de 457,7 euros (1983) para 1.013,57 euros e a média dos que recebem o salário mínimo retrocedeu de 7,6% (1991) para 5,6%.» [DE]
Tem a palavra o senhor primeiro-ministro
«1. Se Alberto João Jardim tivesse o mínimo de vergonha na cara, retirar-se-ia imediatamente do cargo que ocupa. Porém, a forma como calmamente declarou que se esteve positivamente nas tintas para uma lei da República, a das finanças regionais, e não deu qualquer justificação para não ter transmitido informações a que estava também legalmente obrigado ao INE e ao Banco de Portugal, mostra que a palavra vergonha não consta do seu vocabulário. E porque haveria de constar, se nós sempre lhe tolerámos todos os desvarios, todos os insultos, todas as chantagens, todos os caprichos. Que medidas foram tomadas para parar o evidente compadrio reinante no Governo Regional? Quem não sabe dos constantes ataques a jornalistas que se atrevem a criticar o consulado de Jardim? Quem desconhecia as obras faraónicas? Há alguém que ignore o patrocínio directo a três clubes de futebol? Quem não fez anedotas sobre a crónica semanal de Jardim num jornal sustentado integralmente pelo Governo Regional ? O facto de 70% da economia da Madeira estar na mão do governo ou que este empregasse 30 000 funcionários era segredo? Colaboramos todos, mas uns com mais responsabilidades do que outros. Os vários governos da República que ou fingiam não ver ou se acobardavam ao primeiro urro de Jardim contra o centralismo e ameaças de independência, o PSD sempre disposto a tolerar todas as exigências em troca dos votos dos "deputados da Madeira", os candidatos a líder dos sociais-democratas que se arrojavam aos pés de Jardim para contar com os seus votos nas directas, os elogiadores da "obra feita" na Madeira, os que achavam muita piada aos insultos à oposição no parlamento regional contribuíram muito para o estado a que se chegou. O buraco, anteontem conhecido, que põe em causa a credibilidade do Estado português perante a comunidade internacional e imporá ainda mais sacrifícios aos cidadãos é apenas o epílogo duma história que já sabíamos ir correr mal.
2. Se alguns deputados fossem verdadeiros representantes do povo e não de ridículos interesses partidários não comparariam as correcções aos défices do antigo Governo da República com este tenebroso escândalo. É quase insultar a inteligência das pessoas lembrar que o INE e o BdP tinham todos os dados relativos às contas do Estado e que não foram violadas leis ou deveres de informação no decurso dos últimos exercícios orçamentais. Mas se dúvidas houvesse, bastava ouvir Vítor Gaspar a dizer que esta "irregularidade" era um caso único. Apesar de todas as evidências, há quem teime em desculpar Jardim em razão duma serôdia luta politiqueira.
3. Se Cavaco Silva fosse efectivamente o presidente de todos os portugueses e o garante do regular funcionamento das instituições, faria uma declaração ao País sobre o assunto e não insultava os seus concidadãos afirmando que "ninguém está imune aos sacrifícios". Pois claro, os antivírus dos computadores da Presidência são merecedores de proclamações solenes ao País, já a ocultação dum buraco de 1600 milhões de euros merece apenas um comentário na rua.
4. Se Passos Coelho quisesse mostrar respeito pelos sacrifícios dos portugueses, diria imediatamente que Jardim não tem condições para desempenhar o cargo que ocupa, nem tem lugar no PSD. Com que cara nos anunciará novos aumentos de impostos, cortes na saúde, educação ou elementares prestações sociais em prol do equilíbrio das finanças públicas, se continuar a pactuar com quem se está positivamente a borrifar para o destino de todos os portugueses desde que não sejam seus eleitores? Como espera não obter uma risada irónica dos nossos credores quando disser que Portugal não é a Grécia? Que dirão os nossos parceiros europeus quando descobrirem que, apesar de tudo, o partido no poder em Portugal continua a apoiar a candidatura de Jardim ? Se o primeiro--ministro estiver interessado em fazer respeitar o Estado de Direito, não pode mais afirmar que apenas os madeirenses podem definir o futuro de Jardim. Eleições não derrogam leis ou absolvem infracções, convém lembrar. "Quem tem de decidir da confiança política em Jardim é o PSD/Madeira", disse Passos Coelho. Perdão? Não é Jardim militante do PSD? Não tem o apoio do PSD? O PSD/Madeira não faz parte do PSD? Será que o primeiro-ministro não percebe que se não declarar formalmente que considera a candidatura de Jardim um atentado à dignidade do País e não propõe a sua expulsão do partido se torna cúmplice do actual e provavelmente futuro presidente do Governo Regional? Passos Coelho, só ele, tem a palavra.» [DN]
2. Se alguns deputados fossem verdadeiros representantes do povo e não de ridículos interesses partidários não comparariam as correcções aos défices do antigo Governo da República com este tenebroso escândalo. É quase insultar a inteligência das pessoas lembrar que o INE e o BdP tinham todos os dados relativos às contas do Estado e que não foram violadas leis ou deveres de informação no decurso dos últimos exercícios orçamentais. Mas se dúvidas houvesse, bastava ouvir Vítor Gaspar a dizer que esta "irregularidade" era um caso único. Apesar de todas as evidências, há quem teime em desculpar Jardim em razão duma serôdia luta politiqueira.
3. Se Cavaco Silva fosse efectivamente o presidente de todos os portugueses e o garante do regular funcionamento das instituições, faria uma declaração ao País sobre o assunto e não insultava os seus concidadãos afirmando que "ninguém está imune aos sacrifícios". Pois claro, os antivírus dos computadores da Presidência são merecedores de proclamações solenes ao País, já a ocultação dum buraco de 1600 milhões de euros merece apenas um comentário na rua.
4. Se Passos Coelho quisesse mostrar respeito pelos sacrifícios dos portugueses, diria imediatamente que Jardim não tem condições para desempenhar o cargo que ocupa, nem tem lugar no PSD. Com que cara nos anunciará novos aumentos de impostos, cortes na saúde, educação ou elementares prestações sociais em prol do equilíbrio das finanças públicas, se continuar a pactuar com quem se está positivamente a borrifar para o destino de todos os portugueses desde que não sejam seus eleitores? Como espera não obter uma risada irónica dos nossos credores quando disser que Portugal não é a Grécia? Que dirão os nossos parceiros europeus quando descobrirem que, apesar de tudo, o partido no poder em Portugal continua a apoiar a candidatura de Jardim ? Se o primeiro--ministro estiver interessado em fazer respeitar o Estado de Direito, não pode mais afirmar que apenas os madeirenses podem definir o futuro de Jardim. Eleições não derrogam leis ou absolvem infracções, convém lembrar. "Quem tem de decidir da confiança política em Jardim é o PSD/Madeira", disse Passos Coelho. Perdão? Não é Jardim militante do PSD? Não tem o apoio do PSD? O PSD/Madeira não faz parte do PSD? Será que o primeiro-ministro não percebe que se não declarar formalmente que considera a candidatura de Jardim um atentado à dignidade do País e não propõe a sua expulsão do partido se torna cúmplice do actual e provavelmente futuro presidente do Governo Regional? Passos Coelho, só ele, tem a palavra.» [DN]
Autor:
Pedro Marques Lopes.
Controlem o soba
«É chegado o momento. É chegado o momento de toda a gente com responsabilidades em Portugal dizer basta. Basta de olhar para Alberto João Jardim como o político que conseguiu na Madeira um nível de desenvolvimento que nenhum outro conseguiu no Continente ou nos Açores. Basta de baixarmos a crista sempre que o desembocado Jardim nos insulta a todos, quando insulta quem nós escolhemos para governar Portugal ou para presidir aos destinos da nação, como fez com o "senhor Silva", que é hoje nosso Chefe do Estado. Sempre soubemos, mas hoje entra pelos olhos dentro, que o que ele fez na Madeira fez em benefício primeiro de quem lhe diz que sim a tudo e à custa do sacrifício de milhões de portugueses.
Visitei a Madeira várias vezes e gostei sempre do que vi. Visitei o Funchal logo depois das cheias e alguns meses depois. E voltei de férias com mulher e filhas para solidariamente ajudar a recompor a vida de um povo que mete mãos à obra quando a desgraça lhe bate à porta. Admiro quem lá vive ou lá nasceu, porque é sempre visível a força que constroem a partir da sua condição de insulares.
Gosto da Madeira e dos madeirenses e só não percebo a razão pela qual há décadas vergam perante o poder de um político que é visto como um soba (aquele que por superioridade política ou económica exerce domínio sobre determinada população). Ou melhor percebo, é pela mesma razão pela qual o poder político da República se verga - o medo do prejuízo individual que possa advir se enfrentarem o soba.
Mas este é um bom momento. Se os senhores da República não são capazes de fazer o soba cumprir a lei geral, se os deputados, os governantes e o presidente da República não são capazes de trabalhar para impedir o regabofe de Alberto João Jardim, tem de ser o povo da Madeira a colocar limites à sua actuação de déspota (governante que exerce autoridade arbitrária e absoluta).
Vivo neste mundo e já não espero que escolham outro para presidir aos destinos da Madeira, mas estou com o CDS: retirem-lhe a maioria e obriguem-no a governar em democracia. Jardim que mostre o que vale governando com regras. Desconfio até que uma vitória sem maioria será razão suficiente para o déspota passar a pasta.
Há muitos anos que políticos com responsabilidades na República lhe distribuem elogios. Cavaco Silva considerou em 2008 que aquele "senhor não precisa de elogios, a obra que realizou ao longo destes 30 anos fala por si", e até Jaime Gama, que um dia comparou João Jardim a Bokassa, disse, também em 2008, que o presidente do Governo Regional era "um exemplo supremo na vida democrática". No buraco em que ele nos meteu a todos, continentais e insulares, é chegado o momento de acabar com a hipocrisia política.» [DN]
Visitei a Madeira várias vezes e gostei sempre do que vi. Visitei o Funchal logo depois das cheias e alguns meses depois. E voltei de férias com mulher e filhas para solidariamente ajudar a recompor a vida de um povo que mete mãos à obra quando a desgraça lhe bate à porta. Admiro quem lá vive ou lá nasceu, porque é sempre visível a força que constroem a partir da sua condição de insulares.
Gosto da Madeira e dos madeirenses e só não percebo a razão pela qual há décadas vergam perante o poder de um político que é visto como um soba (aquele que por superioridade política ou económica exerce domínio sobre determinada população). Ou melhor percebo, é pela mesma razão pela qual o poder político da República se verga - o medo do prejuízo individual que possa advir se enfrentarem o soba.
Mas este é um bom momento. Se os senhores da República não são capazes de fazer o soba cumprir a lei geral, se os deputados, os governantes e o presidente da República não são capazes de trabalhar para impedir o regabofe de Alberto João Jardim, tem de ser o povo da Madeira a colocar limites à sua actuação de déspota (governante que exerce autoridade arbitrária e absoluta).
Vivo neste mundo e já não espero que escolham outro para presidir aos destinos da Madeira, mas estou com o CDS: retirem-lhe a maioria e obriguem-no a governar em democracia. Jardim que mostre o que vale governando com regras. Desconfio até que uma vitória sem maioria será razão suficiente para o déspota passar a pasta.
Há muitos anos que políticos com responsabilidades na República lhe distribuem elogios. Cavaco Silva considerou em 2008 que aquele "senhor não precisa de elogios, a obra que realizou ao longo destes 30 anos fala por si", e até Jaime Gama, que um dia comparou João Jardim a Bokassa, disse, também em 2008, que o presidente do Governo Regional era "um exemplo supremo na vida democrática". No buraco em que ele nos meteu a todos, continentais e insulares, é chegado o momento de acabar com a hipocrisia política.» [DN]
Autor:
Paulo Baldaia.
BLOG o JUMENTO
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