Este Banco é de Portugal?
Carlos Costa garantiu ontem que, com ele à frente do Banco de Portugal, os bancos terão dinheiro público a entrar para a sua inevitável capitalização, já que a terceira fase da crise gerada pela austeridade acentua ainda mais a fragilidade financeira, mas sem que isso dê ao Estado qualquer direito de intervir na sua gestão, tentando assim não incomodar o poder accionista privado, permanecendo como espectador passivo no que conta, esconjurando o malvado “estatismo”. É capitalizar, garantir e calar porque o Estado tem de ser selectivamente passivo e activo, de acordo com as conveniências da facção mais poderosa do capital, o financeiro, a que Carlos Costa dá voz sem qualquer pudor. É tudo transparente porque esta gente sente-se com força política, apesar de ainda haver alguma insistência em ficções de mercado só para entreter gente distraída ou para tentar justificar investimentos ideológicos anteriores. Falta só saber até quando é que a maioria dos cidadãos vai aceitar este confiante e organizado capitalismo de pilhagem.
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