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Estive a ver o demorado e longo debate do Estado da Nação na Assembleia da República.
Costa apresentou e repisou os trunfos do governo da Geringonça: mais rendimento, mais emprego, menor déficit, menor dívida pública em percentagem do PIB, todos os orçamentos aprovados sem medidas inconstitucionais. Congratulou-se com todo esse percurso e saudou os parceiros de esquerda que o viabilizaram.
A direita, tentou desconstruir os benefícios de tal trajecto, de forma esquizofrénica e aberrante, já que o fez sempre em nome daquilo que ela própria denega:
1º O governo falhou no investimento público, que baixou, dizem eles. Mas a direita não defende menos Estado, logo menos investimento público? Então como pode criticar o governo por fazer aquilo que o seu ideário prossegue?
2º O governo falhou porque os serviços públicos estão depauperados, mormente a saúde. Mas a direita não é contra o reforço do SNS? Não votou contra a sua criação? Então como pode criticar o governo por fazer aquilo que o seu ideário prossegue?
3º O governo falhou porque a carga fiscal está elevadíssima. Mas a direita não impulsionou um “brutal aumento de impostos”, como reconheceu e dizia o ministro Gaspar? Então como pode criticar o governo por este fazer aquilo que sempre fizeram e defenderam?
4º O governo falhou porque o crescimento é anémico, dizem eles. Mas o PIB não caiu à volta de 10% durante a governação do Passos? Como pode a direita vir agora falar de crescimento reduzido?
O problema da direita portuguesa é que mantém com o PS uma “relação de dor de corno”, de ciúmes encapotados. A direita tem ciúmes do PS por este, em muitos domínios, lhe ter roubado a agenda política, levando avante grande parte das medidas do seu programa político, e fazendo-o até de uma forma mais eficaz e com menos atrito social devido ao apoio dos seus parceiros de esquerda.
Assim, como as críticas da direita ao PS são feitas em nome de uma agenda política que não é a dela, o discurso da direita é tudo menos convincente. Era mais credível dizerem apenas que querem governar para evitarem as medidas de reforço dos rendimentos do trabalho e outras medidas de carácter social que o PS aprovou para cumprir os acordos base da Geringonça. Mas não dizem. São melífluos e dissimulados para não perderem o apoio dos eleitores mais pobres.
E foi este o tom das intervenções ao longo de várias horas, não havendo novidades de monta até que na sua intervenção de fundo, Fernando Negrão, do PSD, produziu a maior anedota da sessão. Depois de, com grande veemência, ter repisado todo o libelo argumentativo contra o governo acima elencado, Negrão – demonstrando um estado de alucinação preocupante -, anunciou aos quatro ventos que “o PSD vai ganhar as próximas eleições”!
Ó santa ingenuidade, ó Negrão. Bem se vê o estado de negação em que os direitolas navegam. O Passos bem invocou o diabo para afastar a Geringonça do poder, mas já lá vão quatro anos e o diabo não respondeu. Não sei com que santo ou força do mal está, desta vez, o Negrão, a contar. Mais fogos catastróficos? A mão invisível de São Marcelo? Mais uma manobra de São Ventinhas e quejandos justiceiros contra o PS? Não sei.
Apenas sei que, por muitas desgraças que a direita invoque, por muitos casos de falhas na saúde e nos serviços públicos que a comunicação social anuncie e amplifique, o país está melhor e – contrariamente ao que dizia o Montenegro -, para o país estar melhor não foi necessário que os portugueses ficassem pior.
Por isso, ó Negrão, como não consegues perceber isso, e como não és burro de todo, só me resta perguntar-te o que é que andas a fumar quando lanças essa atoarda de vitória eleitoral em Outubro. É que os portugueses sofrem e o país ainda está cheio de carências. Mas os portugueses também sabem que, com o teu PSD na governação, estariam ainda a sofrer muito mais, e que tal sofrimento seria imposto de forma sádica e deliberada como fez o Passos Coelho de má memória.
Ao menos o PS, quando implementa a austeridade, ainda faz mea culpa e pede desculpa aos portugueses, enquanto que, com o Passos, os portugueses tiveram que sofrer e calar, dizendo o biltre que era para expiarem os seus excessos e por terem pecado, vivendo acima das suas possibilidades.
Estive a ver o demorado e longo debate do Estado da Nação na Assembleia da República.
Costa apresentou e repisou os trunfos do governo da Geringonça: mais rendimento, mais emprego, menor déficit, menor dívida pública em percentagem do PIB, todos os orçamentos aprovados sem medidas inconstitucionais. Congratulou-se com todo esse percurso e saudou os parceiros de esquerda que o viabilizaram.
A direita, tentou desconstruir os benefícios de tal trajecto, de forma esquizofrénica e aberrante, já que o fez sempre em nome daquilo que ela própria denega:
1º O governo falhou no investimento público, que baixou, dizem eles. Mas a direita não defende menos Estado, logo menos investimento público? Então como pode criticar o governo por fazer aquilo que o seu ideário prossegue?
2º O governo falhou porque os serviços públicos estão depauperados, mormente a saúde. Mas a direita não é contra o reforço do SNS? Não votou contra a sua criação? Então como pode criticar o governo por fazer aquilo que o seu ideário prossegue?
3º O governo falhou porque a carga fiscal está elevadíssima. Mas a direita não impulsionou um “brutal aumento de impostos”, como reconheceu e dizia o ministro Gaspar? Então como pode criticar o governo por este fazer aquilo que sempre fizeram e defenderam?
4º O governo falhou porque o crescimento é anémico, dizem eles. Mas o PIB não caiu à volta de 10% durante a governação do Passos? Como pode a direita vir agora falar de crescimento reduzido?
O problema da direita portuguesa é que mantém com o PS uma “relação de dor de corno”, de ciúmes encapotados. A direita tem ciúmes do PS por este, em muitos domínios, lhe ter roubado a agenda política, levando avante grande parte das medidas do seu programa político, e fazendo-o até de uma forma mais eficaz e com menos atrito social devido ao apoio dos seus parceiros de esquerda.
Assim, como as críticas da direita ao PS são feitas em nome de uma agenda política que não é a dela, o discurso da direita é tudo menos convincente. Era mais credível dizerem apenas que querem governar para evitarem as medidas de reforço dos rendimentos do trabalho e outras medidas de carácter social que o PS aprovou para cumprir os acordos base da Geringonça. Mas não dizem. São melífluos e dissimulados para não perderem o apoio dos eleitores mais pobres.
E foi este o tom das intervenções ao longo de várias horas, não havendo novidades de monta até que na sua intervenção de fundo, Fernando Negrão, do PSD, produziu a maior anedota da sessão. Depois de, com grande veemência, ter repisado todo o libelo argumentativo contra o governo acima elencado, Negrão – demonstrando um estado de alucinação preocupante -, anunciou aos quatro ventos que “o PSD vai ganhar as próximas eleições”!
Ó santa ingenuidade, ó Negrão. Bem se vê o estado de negação em que os direitolas navegam. O Passos bem invocou o diabo para afastar a Geringonça do poder, mas já lá vão quatro anos e o diabo não respondeu. Não sei com que santo ou força do mal está, desta vez, o Negrão, a contar. Mais fogos catastróficos? A mão invisível de São Marcelo? Mais uma manobra de São Ventinhas e quejandos justiceiros contra o PS? Não sei.
Apenas sei que, por muitas desgraças que a direita invoque, por muitos casos de falhas na saúde e nos serviços públicos que a comunicação social anuncie e amplifique, o país está melhor e – contrariamente ao que dizia o Montenegro -, para o país estar melhor não foi necessário que os portugueses ficassem pior.
Por isso, ó Negrão, como não consegues perceber isso, e como não és burro de todo, só me resta perguntar-te o que é que andas a fumar quando lanças essa atoarda de vitória eleitoral em Outubro. É que os portugueses sofrem e o país ainda está cheio de carências. Mas os portugueses também sabem que, com o teu PSD na governação, estariam ainda a sofrer muito mais, e que tal sofrimento seria imposto de forma sádica e deliberada como fez o Passos Coelho de má memória.
Ao menos o PS, quando implementa a austeridade, ainda faz mea culpa e pede desculpa aos portugueses, enquanto que, com o Passos, os portugueses tiveram que sofrer e calar, dizendo o biltre que era para expiarem os seus excessos e por terem pecado, vivendo acima das suas possibilidades.
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