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sexta-feira, 26 de julho de 2019

A MÁFIA, A CIA E O APARATO DE INTELIGÊNCIA DO VATICANO



O Vaticano, no seu empenho em eliminar o comunismo, fez alianças durante a Segunda Guerra Mundial com diversas sociedades secretas, grupos fascistas e agências de espionagem, e desde aquela época mantém esses contatos. A Máfia, a CIA e o aparato do Serviço de Inteligência do Vaticano Albert Vincent Carone é como um daqueles sujeitos que passaram a vida dançando entre os pingos de chuva e desaparecendo onde quer que encontrasse uma sombra. 


Ele existiu e também não existiu. 

Al Carone, não como seu homónimo próximo, Al Capone, foi, mesmo, um caso paradoxal e estava envolvido em uma situação misteriosa, por trás de um enigma. Carone trabalhava como detetive no departamento de Polícia de Nova Iorque, mas isso não o impediu de tornar-se um homem “feito” pela família criminosa Genovese. 


Ele conhecia todos os líderes mafiosos da época, incluindo Vito Genovese, Sam Giacana, Santos Trafficante, Joe Colombo e Pauley Castellano, entre outros. Todos eles eram conhecidos como “tio” por Dee, filha de Carone. Quando ela se casou, seu pai organizou duas recepções diferentes, para poder separar, numa sala, os convidados da quadrilha e em outra, aqueles que trabalhavam para a polícia. Porém, isso não passava de uma decoração de vitrinas. Uma de suas funções principais no departamento onde trabalhava era a de atuar como um “caixeiro-viajante”; Carone protegia o envio de narcóticos da CIA para as diversas famílias da Máfia 


Ele morreu em 1990 sob circunstâncias desconhecidas. Isso aconteceu após um período de grande desencanto pessoal com sua vida, depois de cumprir uma missão sigilosa no México, em 1985, quando um grande número de mulheres e crianças morreram sem necessidade. 


A morte de Carone foi horrível, relata Mike Ruppert, editor do boletim informativo From The Wilderness (Do Ermo), e que investigou a vida de Carone e escreveu um relatório especial sobre o fato (veja confirmação). Ele morreu em 1990 sob circunstâncias misteriosas. Isso aconteceu após um período de grande desencanto pessoal com sua vida, depois de cumprir uma missão sigilosa no México, em 1985, quando um grande número de mulheres e crianças morreram sem necessidade. 


A morte de Carone foi horrível, relata Mike Ruppert, editor do boletim informativo From The Wilderness (Do Ermo), e que investigou a vida de Carone e escreveu um relatório especial sobre o fato (veja confirmação). Entrementes, Bill Casey era outro “Tio”, diretor da Agência Central de Inteligência, durante a administração de Reagan. Casey esteve no Gabinete de Serviços Estratégicos durante a Segunda Guerra Mundial. 


Na década de 70, tornou-se o presidente da Comissão de Apólices e Câmbio, cuja função é regular a indústria de investimentos dos Estados Unidos. Enquanto Casey permaneceu nesse cargo, conta Dee que seu pai foi usado, por Bill Casey, como um fantoche para passar preciosas informações internas ao “chefe” da quadrilha, Pauley Castellano. Carone era também Coronel do Exército Americano, onde operou na Unidade Militar da Contra-Inteligência do Exército, e não é de surpreender,tendo em vista a sua amizade com Bill Casey, que ele fosse um agente secreto da CIA. Mas isso não é nem a metade. 


Carone era cavaleiro da Soberana Ordem Militar de Malta (SOMM), historicamente é o braço militar do Vaticano e considerada como um Estado separado, com poderes plenos de uma nação, incluindo a emissão de passaportes diplomáticos próprios. Nas décadas mais recentes, a SOMM vêm agindo como um instrumento para arrecadar fundos, um canal de ouro do mercado negro e lavagem de dinheiro para a CIA, entre outras coisas, além de atuar como um braço da Inteligência do Vaticano. 


Por exemplo, o grupo foi acusado de estar envolvido no desaparecimento das reservas de ouro da Rússia, mais de 2.000 toneladas, que desapareceram durante 1991, no mesmo período em que o dirigente soviético Mikhail Gorbachev, estava afastado do cargo. 

O título de cavaleiro de Malta é concedido a muitos indivíduos importantes, aqueles que são parte da comunidade militar e do serviço de Inteligência. Bill Casey, da CIA, por exemplo, era um cavaleiro de Malta, assim como Alexander Haig, antigo general da OTAN e posteriormente Secretário de Estado dos EUA. Outro companheiro da ordem é o General Vernon Walters, antigo Diretor Adjunto da CIA, no governo de George Bush, e indicado, mais tarde, para ser embaixador itinerante durante a administração de Reagan. 


O líder famoso da OSS (precursor da CIA),Bill Donovan “Wild” (selvagem), foi designado cavaleiro junto de seu compatriota de guerra e depois chefe da Contra-Inteligência da CIA, James Jesus Angleton. John McCone, outro membro notável da “estranha” agência americana foi também distinguido como um cavaleiro de Malta. A lista continua. O mais interessante é Reinhard Gehlen, antigo expert da inteligência nazista, recrutado pelos Estados Unidos em 1945/46 para comandar a Organização Secreta Gehlen, uma base alemã, e braço da Inteligência americana. 


A organização era composta por antigos agentes da SS e da Gestapo, muitos dos quais, incluindo Klaus Barbie, procurados por crimes de guerra. Os nomes já mencionados referem-se a uma lista de alguns dos membros mais poderosos e influentes da Inteligência da comunidade ocidental e por mais de cinco décadas passadas. Um grupo do Vaticano que tem ligações bem próximas aos cavaleiros de Malta é a extrema direita Opus Dei, uma ramificação da igreja católica. ƒ uma facção, atualmente muito poderosa no Vaticano, e as suas atividades públicas de “faça o bem” encobrem uma gama de políticas obscuras e tramas financeiras. 


Não será talvez surpresa saber que Carone estava associado à Opus Dei e, particularmente, a uma operação velada, chamada Amadeus, que se originou em 1944. Das rotas de fuga para as rotas do tráfico de drogas Essa operação secreta, foi parte das negociações da Operação Sunrise (Nascer do sol) conduzidas entre Allen Dulles (oficial superior da OSS na Suiça, durante a guerra, mas que depois seria o Diretor da CIA)e Karl Wolff, general da SS. Esse oficial elegante e bem relacionado comandou os contigentes da SS e da Gestapo, na Itália, durante aquela época. 


O resultado dessas negociações (pelo menos as partes que agora são conhecidas) foi um acordo que anistiou uma longa lista de oficiais das forças da SS e Gestapo, e em troca eles fizeram um pacto de lealdade para com o ocidente, na pré-planejada batalha secreta visando derrotar o “fantasma” do comunismo soviético, trocando em miúdos, a Guerra Fria. 


Um dos resultados desse plano elaborado por Dulles e Wolff foi a ajuda oferecida pelo Vaticano, atraves das rotas de fuga, onde muitos dos nazistas procurados por crimes de Guerra puderam escapar com segurança. Dezenas de milhares de SS e outros nazistas safaram-se da captura como consequência dessas rotas.


Entre os fugitivos estavam pessoas como Franz Stangl, comandante no campo de exterminação Treblinka, e seu amigo Gustav Wagner, responsável pelo campo da morte Sobibor. Outros também escaparam dessa maneira, incluindo Adolf Eichmann, o arquiteto do Holocausto. Eichmann foi, depois, capturado por agentes da Inteligência israelense, levado em segredo para Tel Aviv onde enfrentou um julgamento e foi, no final, executado. Em comparação, Dr. Joseph Mengele, conhecido como o “Anjo Branco”, criminoso de guerra, procurado por suas experiências cruéis e desumanas com os presos no campo da morte em Auschwitz, fugiu para a Argentina e viveu uma vida longa. 


A operação Amadeus estava preocupada, exclusivamente, com a fuga dos oficias da SS e nazistas para a América do Sul, suas ações brutais e veladas contra as populações nativas foram justificadas sob a bandeira do “anti-comunismo”. O antigo oficial da Gestapo, Klaus Barbie, conhecido no mundo como o “açougueiro de Lyon”, foi um dos indivíduos envolvidos nas atividades da Amadeus. 


Um dos principais meios de arrecadar fundos para as atividades da Operação Amadeus foram os narcóticos, um negócio muito rentável. Grandes quantidades de morfina foram contrabandeadas da Europa para a “católica” América do Sul, no fim da guerra, conforme o acordo Sunrise (Nascer do Sol). 


A morfina foi acompanhada do ouro saqueado pela SS e uma quantia enorme de notas bancárias britânicas falsificadas, forjadas nos campos de concentração pelos prisioneiros, porém feitas com muita perícia, como parte do esquema da SS conhecido como Operação Bernhardt. As “linhas” de fuga usadas para deslocar pela América do Sul aqueles homens procurados pelo tribunal de guerra, longe dos olhos bisbilhoteiros dos agentes israelenses, também provaram ser ideais como rotas de tráfico de drogas. Décadas depois, os estoques de heroína traficados para os Estados Unidos, para distribuição pela Máfia – protegida da CIA- , seria complementada com o aumento local de cocaína. 


Um personagem ilustre que se destacou durante os anos 80, e que estava profundamente involvido com o tráfico de drogas, foi o Coronel Oliver North. Ele autorizou a troca de armas por drogas para financiar as contra operações. Al Carone conhecia Oliver North sob seu nome de “guerra”, “John Caffrey”. Esse foi o período no qual Carone era o responsável pelo controle da CIA sobre as transações da cocaína com Joe “Pickles” Percilia, membro da família mafiosa Colombo. Essas conexões, tão curiosas e incomuns, entre o governo (na forma de comunidades de Inteligência e militar), o crime organizado, o Vaticano e os Nazistas tem uma história significante. Especialmente o acordo secreto feito entre os oficias da Inteligência Naval dos Estados Unidos e o mafioso Don Charles “Lucky” Luciano, durante a Segunda Guerra Mundial. 

O que resulta na decisão da Máfia de ajudar os Aliados, contactando Vito Genovese em 1943 para preparar o caminho para o desembarque dos Aliados na Sicília. Como mostrado anteriormente, foram, principalmente aquelas unidades da SS/Gestapo localizadas na Itália, sob o comando do General Wolff, da SS, que foram a princípio, o centro de preocupação nas negociações da Operação Sunrise. 


Enquanto um grande número de nazistas estava fugindo para o sul, a fim de lutar contra o fantasma do comunismo na América Latina, e, o mais importante, lucrar pessoalmente com o envolvimento nos lucrativos negócios de armas e drogas, na Europa, o trabalho árduo estava sendo disposto para derrubar ou frustar os governos eleitos democraticamente, através da rede de fascitas “Stay Behind units” (Fique atrás das Unidades), organizada sob a proteção da Operação Gladio.Isso levaria ao envolvimento de algumas pessoas enriquecendo às custas da miséria de outros, uma circunstância lugar-comum que não é nem preciso mencionar. 


Essas atividades neo-fascistas tornariam-se importantes no começo dos anos 80, após o colapso do Banco Ambrosiano e a morte do banqueiro italiano Roberto Calvi, que foi com se ele tivesse se “suicidado”. Deixaram Calvi enforcado sob a ponte Blackfriars em Londres. Isso levaria a revelações sensacionais sobre a participação do banco do Vaticano, o IOR, no império financeiro de Calvi e incluiria as atividades de Michele Sindona, financista da Máfia, cujas atividades, por sua vez, implicaram em negócios com bancos na Europa e na América, eram claro, atividades mafiosas. 

Ambos, Sindona e Calvi, estavam ligados à Opus Dei, que perdeu cerca de $55 milhões, quando o império de Sindona faliu. De acordo com sua família, Roberto Calvi estava dedicado a ajudar a Opus Dei ganhar o controle da IOR, quando ele foi morto. Entretanto, tanto Calvi quanto Sindona pertenciam à secreta Propaganda Due(P2), loja maçônica, que era tida como um “governo paralelo” a espera e que planejou efetuar um golpe de estado na Itália, subsequente à vitória do partido Comunista na eleições locais. P2 era administrada por um antigo fascista intaliano e membro da SS, Licio Gelli, apelidado, pela imprensa italiana, de ” O Mestre de Marionetes”. Ele tinha amplas conexões com a extrema direita e os fascitas na Europa e América Latina. De fato, estava tremendamente involvido em estabelecer os run-ratlines” do Vaticano” que ajudaram os piores nazistas a escapar da justiça dos Aliados no final da Segunda Guerra Mundial. 


Cerca de 50.000 nazistas foram ajudados a permanecerem livres. Gelli tinha muitos amigos poderosos, até mesmo o ditador italiano Benito Mussolini. Também era amigo pessoal do General Juan Perón, da Argentina, e suas associações com a Argentina, iriam depois transformá-lo numa pessoa chave para o fornecimento de mísseis franceses Exocet para afundar os navios da Força-Tarefa Britânica, durante a Guerra das Malvinas. Nessa incumbência, ele trabalhou próximo a Ronald R. Rewald, fundador da instituição financeira Bishop, Baldwin, Rewald, Dillingham e Wong, uma base havaiana- tratava-se de uma companhia da CIA precursora da Nugan Hand Bank, também pertecente à CIA. 


O envolvimento da companhia de fachada da CIA, comprometida em financiar e fornecer armas para serem usadas contra um dos aliados chave dos EUA (Grã-Bretanha), com todo o suporte público do governo americano, pode parecer de alguma forma uma fraude. Porém, no mundo dos “black ops” (ops negros), “amigos” e “inimigos” são palavras permutáveis e trabalhar nos dois lados da cerca é uma prática aceitável. Em termos de hierarquia, Gelli era subordinado a Umberto Ortolani, descrito por um escritor como “aquele que abre as portas do Vaticano” e “mordomo secreto da casa papal”. Além de sua conexão com P2, Ortolani é também um membro do conselho interno dos Cavaleiros de Malta e tem contatos com a Inteligência Militar desde a Segunda Guerra. O Polvo e a Aranha Há muitos outros grupos maçônicos e sociedades secretas na Europa, que ora aparecem e desparecem do centro de atenção. Quase todos têm origem católica. Um desses é o Priorato de Nossa Senhora de Sion (Prieuré de Sion)- uma ordem secreta que ficou conhecida do público devido ao sucesso do livro The Holy Blood and The Holy Grail (O Sangue Sagrado e o Santo Graal), publicado em 1982. O Priorato tem um história ligada ao tesouro de Salomão, que teria encontrado um caminho para um vilarejo pequeno de Rennes-le-Château, no sudoeste da França, onde o tesouro fora enterrado pelos Cavaleiros Templários, precursores dos Cavaleiros de Malta. 


O Priorato, cujo quartel-general ficava em Annemasse, perto de Genebra, na fronteira com a Suíça, era chamado de os “guardiões” do tesouro de Salomão, porém mais interessante ainda, esse lugar tinha inúmeras conexões subterrâneas para os fascistas e aqueles de direita, desde a Segunda Guerra. Annemasse também foi tida como o centro do anti-comunismo da Stay Behind Units, da Operação Gladio. 


Se isso não é suficientemente intrigante, outro fato aumenta a coincidência como um balão a ponto de estourar. Em anos recentes, o Priorato de Sion mudou seu quartel-general para Barcelona e agora ostenta o título de Grão-Mestre espanhol. 

Pode-se concluir que esta mudança foi para possibilitar uma aproximação física do centro histórico da Opus Dei, que foi fundada na Espanha em 1928. Se Otto Skorzeny foi a força líder na gerência das rotas de fuga da Irmandade da SS (Der Spinne, a Aranha), depois da guerra, e o general da SS Karl Wolff foi o negociador líder com o Chefe Suíço da OSS, Allen Dulles, então, outro nazista, Walter Rauff, cabeça da SD de Milão, foi uma das pontes de ligação com o Vaticano, envolvido no estabelecimento do sistema de contrabando nazista. Cedo em sua carreira, Rauff supervisionou o projeto nazista de desenvolvimento dos camiões conhecidos como “Corvos Negros”.Esse camiões eram verdadeiras câmaras móveis de gás e mataram nelas cerca de 100.000 judeus, a maior parte mulheres e crianças. O método era bombear o gás na parte de trás de um caminhão hermeticamente fechado. 


Friedrich Schwendt foi outra ligação importante entre o Vaticano e as rotas de fuga da SS, também foi ele o homem responsável pela lavagem das notas falsas, forjadas pela SS. Antes da Segunda Guerra, Schwendt era um negociante internacional de armas, ele mandava armas para a China e a Rússia. Também era o gerente de investimento da fortuna da família, pertencente a a tia de sua primeira esposa, Baronesa Gemmingen-Guttenberg, da rica família Bunge, situada na Argentina, da maciça companhia transnacional Burge Corporação, também conhecida como “o Polvo”. 


Esse é um nome interessante, porque pode estar conectado com o chamado “Polvo”, nome de uma organização vinculada ao assassinato do jornalista freelance Danny Casolaro, que na época de sua morte, em 1991, estava investigando um número bem elevado de atos ilegais, incluindo o roubo pelo Departamento de Justiça de um programa de computador de “rastreamento” conhecido como “PROMIS”.Casolaro estava escrevendo um livro sobre suas investigações e descobertas. A princípio o livro foi entitulado de “Behold, a Pale Horse” (Olhe, um cavalo pálido), mas depois o nome foi modificado para “O Polvo”. 

Numa página de rascunho do livro, ele descreveu esse grupo como uma “trama internacional cujos serviços independentes cobriram intrigas políticas locais, espionagem e armas tecnológicas sofisticadas como biotoxinas, tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e assassinos de aluguel. Casolaro declarou, mais tarde, que essa trama foi “criada trinta anos atrás na sombra da Guerra Fria”. Depois da morte de Casolaro, a jornalista Carol Marshall (nome no papel),continuou a investigação e escreveu um manuscrito (ainda não publicado), chamado de “The Last Circle” ( O òltimo Círculo). Marshall descreve a investigação que fez sobre Robert Booth Nichols, uma das personagens centrais da Polvo. Ela o descreve como parte de um grupo secreto conhecido como “Os Escolhidos” e que usavam “anéis de caveira e ossos em cruz, dividiam interesses comuns, se assim pode ser dito, na antiga seita alemã do ocultismo da SS, e seus ritos secretos e tribais. 


Durante sua investigação sobre a organização Polvo, Carol Marshall, Marshall descobriu que a seita de ocultismo da SS, mencionada anteriormente, estava conectada com o Tenente-Coronel Michael A. Aquino, antigo Boina Verde dos EUA e assumidamente um “satãnista” e que teve uma secreta autorização de segurança para seu trabalho na Inteligência Militar e em assuntos de classificação psicológica das operações militares. 


Aquino celebrava as cerimónias da SS de magia negra realizadas em Wewelsburg, o castelo usado uma vez por Heinrich Himmler, chefe da SS, para criar a ordem dos cavaleiros Teutônicos, baseada nos Cavaleiros Templários. As conexões acima mencionadas dão uma idéia do quadro geral, da interligação entre os agrupamentos fascistas de direita que operam na surdina, na sombra das desmentidas operações militares e da Inteligência que estão associadas ao lucro durante a Segunda Guerra e, depois, durante a Guerra Fria. A esse respeito, é intrigante notar que o Priorato de Sion, um dos grupos católicos de maior destaque na discussão, usa como símbolo algo que é descrito ora como um polvo ora uma aranha (araignée) em documentos. 


A associação do Priorato com o polvo poderia ser facilmente relacionada com a organização chamada O Polvo, descrita acima, onde o crime organizado trabalha lado a lado com os “funcionários” da Inteligência americana e os militares. Caso se decida, por outro lado, que o símbolo é uma aranha, há uma curiosa ligacao entre as rotas de fuga controladas pelo Vaticano e o austríaco-católico Otto Skorzeny, da irmandade da SS Der Spinne (A Aranha). 

Os assuntos de Deus Além de outras associações, Al Carone foi um homem “feito” pela quadrilha Genovese, como dito anteriormente. ƒ curioso, portanto, notar que uma dos guias de o Polvo, segundo a escritora Carol Marshall, era Clint Murchison, magnata do petróleo e de extrema direita, proprietário do clube de futebol americano Dallas Cowboys. 

Outro mafioso, Gerardo Catena, tenente-chefe da família Genovese era dono de 20 por cento da companhia de petróleo de Murchison e da Murchison Oil Lease Company. Durante a Segunda Guerra Mundial e depois houve, de acordo com o autor Charles Higham, em seu livro Trading With the Enemy (Negociando com o inimigo), um “acordo geral entre certas figuras centrais do comércio americano, britânico e alemão para continuar suas relações e associações depois de Pearl Harbor”. Higham diz também que ele soube que “algumas pessoas dos governos disputantes planearam ajudar nessa ação”. 


A pesquisa posterior de Higham provou que essa alta trama, que ele apelidou de “a Fraternidade”, não somente existiu mas se beneficiou consideravelmente durante a Segunda Guerra. O que levou o autor a se perguntar: O que teria acontecido se milhões de americanos e britânicos, lutando para obter cupons e enfrentando filas nos postos , soubessem que em 1942, os gerentes da Standard Oil of New Jersey enviaram combustível ao inimigo através da neutra Suiça e que o inimigo estava enviando combustível aos Aliados? 

Imagine se fosse de conhecimento público o fato de que o banco Chase, na então Paris ocupada pelos nazistas, depois de Pearl Harbor, estava lucrando com um negócio no valor de milhões de dólares com o total conhecimento dos chefes em Manhattan? 

E que os caminhões da Ford estavam sendo fabricados para a ocupação das tropas alemãs na França, com autorização de Dearborn, em Michigan? E que o Coronel Sosthenes Behn, cabeça da ITT, um conglomerado americano internacional de telefones , voou de Nova Iorque para Madrid e de Madrid para Berne, durante a guerra para ajudar a melhorar o sistema de comunicações de Hitler e aperfeiçoar as bombas robôs que devastaram Londres? Ou ainda, que a ITT construiu os Focke-Wulfs que jogaram bombas nas tropas americanas e britânicas? 

E que projéteis, cruciais durante a Guerra, foram enviados para aqueles clientes-sócios nazistas na América Latina com o conluio do vice-presidente do Conselho de Produção de Guerra dos EUA, em parceria com o primo de Goring na Filadélfia, quando as forças americanas estavam desesperadas pelo pouco sortimento que tinham? Ou que tais planos eram conhecidos em Washington, e foram sancionados ou deliberadamente ignorados? 

A “Fraternidade” de Higham tem características similares à organização “Polvo”, também mostra certas semelhanças com a “Enterprise” (Empreendimento), do coronel Oliver North. Todos estavam envolvidos em atividades lucrativas das mais ambíguas e ilegais, e todos os grupos operavam lado a lado com o crime organizado. Ideologicamente falando, os grupos todos inclinavam-se para a linha política de direita, tornando-se possível usar a palavra fascista sem reservas. Entretanto, nenhum deles se preocupa com as misérias da humanidade e, na verdade, parecem comprometidos em pisar nos valores éticos e morais quando se deparam com estes. 

O Polvo, que na língua inglesa escreve-se Octopus, pode ser também escrita e entendida como Oct Opus, como sugeriu um produtor europeu de filmes-documentários ao se referir a Opus Dei, entidade com começo em 2 de Outubro de 1928. O polvo tem oito braços que rodeiam a boca (garantindo constante abastecimento de comida), e três corações, sendo portanto propenso a não passar fome ou morrer, e pode ser também identificado por essas esquisitices. 


Opus Dei, o grupo que está no controle do Vaticano é, sem dúvida, um braço da rede mundial de crime, do ponto de vista do escritor. Ou são os três corações do polvo mais vitais para identificar? Poderiam ser eles análogos ao “Igreja, Estado e Máfia, as forças que prevalecem por baixo do jogo de sombras do mundo” (como descrito por Nick Tosches em seu livro, Power on Earth (Poder na Terra), que conta a história de vida e assassinato do financista da Máfia Michele Sindona)? 


Há ainda outra reviravolta interessante nessa acumulação de associações: Príncipe Bernhard dos Países Baixos. Ele foi o presidente fundador do Bilderbergers, um grupo de elite e poder ocidental, averso à publicidade. Essa organização secreta e sombria realiza encontros anuais, nos fins de semana, durante os meses de Maio e Junho, com quase nenhuma cobertura da imprensa (veja deBriefings, nessa edição). Muitas personalidades poderosas e bastante influentes do mundo financeiro,dos negócios, da política, da mídia, dos sindicatos e academia são convidados. 


Entre os convidados frequentes estão o Dr. Henry Kissinger, David Rockefeller e o “king-maker” (rei-criador) Gianni Agnelli, da Itália. A primeira reunião aconteceu em maio de 1954. Este foi, coincidentemente, o mesmo ano no qual o príncipe Bernhard tornou-se o cabeça da ordem Johanitter, na Holanda, uma das quatro ordens que compõem a Chivalric Alliance of Orders of Saint John (Aliança da Cavalaria da Ordem de São João de Jerusalém). 


A finalidade estabelecida para essas quatro, conhecidas como “A Aliança” e compostas pelas nações européias da Alemanha, Países Baixos, Suécia e Grã-Bretanha – esta última conhecida como uma ordem antiga chamada “A Ordem Mais Venerável” – é de “reduzir ao silêncio os inimigos de Cristo”. O quartel-general da Aliança é na Suiça. Essas ordens são protestantes e não católicas, mas é significante que, em 26 de novembro de 1963, a Aliança foi “consolidada com a marca de uma declaração conjunta entre a Soberana Ordem Militar de Malta a Ordem Mais Venerável, em St John’s Gate ( Portal de São João), em Londres, pelos Supremo Chanceler da ordem, o príncipe de Resuttano e Lord Wakehurst, Lord Prior da Ordem Mais Venerável”. 


Em outras palavras, as ordens católicas eprotestantes uniram-se para um trabalho conjunto a fim de “silenciar os inimigos de Cristo”, um referência -bvia ao comunismo. Foi sugerido que os cavaleiros Templários foram contaminados pelas heresias de Johannite ou Mandaen, que denunciaram Jesus como um “falso profeta” e no seu lugar reconheceram João Batista como o messias verdadeiro. Também dois Mestres Supremos do Priorato de Sion foram acusados de terem tendências Johannite: Leonardo Da Vinci e Sir Isaac Newton. Ajudando a confirmar essas insinuações, o famoso fundador da ordem dos Cavaleiros Templários, foi acusado pelo Vaticano de ser um Johannite. Deixando de lado essa breve incursão a história esotérica, vale notar que o príncipe Bernhard, além de seu papel como cabeça da Ordem Johannite holandesa, era também membro honorário da SS de Himmler e trabalhou na NW7, o braço da Inteligência mundial de I.G. Farben, que agiu em favor dos interesses da causa nazista. 


As atividades da NW7 na América Latina antes, durante e depois da Segunda Guerra, estão vastamente entrelaçadas nesta história. Facilitando e aliando-se a muitas das atividades antes citadas, o Vaticano teve por objetivo ajudar a erradicar a ideologia do comunismo que desprezava o cristianismo. A Opus Dei e o outros grupos secretos de católicos-fascistas engajados na litania de assassinatos, lavagem de dinheiro, tráfico de drogas e armas, ocultamento da pilhagem durante a Segunda Guerra, desfalque, manipulação dos mercados financeiros e muito outras ilegalidades consumadas. 


O propósito de todas essas atividades foi, possivelmente, permitir que o Vaticano permanecesse o baluarte espiritual da ocidente cristão. Porém se esse negócio é assunto da mesma Igreja que preconiza Deus no céu, então é melhor o César na terra tomar cuidado, pois um novo senhorio apareceu na cidade.


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