Fortaleza de Diu, Índia
Em 1535, o sultão do Gujarate, Badur-Shá, concedeu a Nuno da Cunha autorização para construir uma fortaleza em Diu. Conservam-se o castelo e grande parte da muralha de terra, além de baluartes e cortinas na costa sul. As primeiras obras realizadas foram da responsabilidade de Martim Afonso de Sousa. O vice-rei D. João de Castro foi o responsável pela renovação das fortificações da cidade após o segundo cerco posto a Diu, tendo ao seu serviço o mestre Francisco Pires.
Quanto às muralhas, cortavam a ponta de terra mais para leste, foram executadas entre 1570 e 1574, por iniciativa do capitão Aires Telles, a quem se devem as portas, e por Manuel de Miranda, que em 1584 edificou o maior dos baluartes, o de São Sebastião da Vitória.
Cidade Velha de Santiago, Cabo Verde
O reconhecimento das ilhas de Cabo Verde começou cerca de 1460. O local onde cresceu a Ribeira Grande, na Ilha de Santiago, foi logo escolhida pelos primeiros povoadores, sendo elevada a sede de uma nova diocese, em 1553, e sede do Governo-Geral em 1587. Abandonada séculos depois, e substituída por outra cidade mais próxima do mar, mantém ainda parte da monumental catedral quinhentista, a grande fortaleza abaluartada de São Filipe, a igreja de Nossa Senhora do Rosário, e até um pelourinho manuelino.
Fortaleza de Mazagão, Marrocos
A cidadela de Mazagão foi projectada por Benedito de Ravena, em 1541, dentro de um programa de reforço das fortalezas no Norte de África que D. João III decidira conservar: esta, a de Ceuta e a de Tânger. As obras decorreram com uma velocidade incrível, terminando em menos de dois anos, sendo responsável por elas João de Castilho, à frente de uma campanha de 1500 operários.
Foi a primeira fortaleza integralmente regular feita pelos portugueses além-mar. Esteve sob domínio português até ao 1769.
Ilha de Moçambique, Moçambique
Vasco da Gama esteve na Ilha de Moçambique em 1498, mas a ocupação portuguesa só teve início em 1506. A fortaleza primitiva foi substituída por outra, em 1548 com traça de Miguel de Arruda. Conserva-se em muito bom estado.
O mais importante conjunto de edifícios religiosos é o da igreja e Colégio da Companhia de Jesus, mas há outros importantes, como Nossa Senhora do Baluarte e a Misericórdia. O melhor edifício civil, dos muitos que subsistem, é o monumental hospital-novo, que começou a ser construído em 1877. A cidade macuti, com as suas palhotas, passou a ficar confinada à parte sul da Ilha, a partir da igreja de Nossa Senhora da Saúde.
Fortaleza de Jesus, Quénia
Em 1528 D. Nuno da Cunha fez o sultão de Mombaça tributário de Portugal, e só em 1699 é que a cidade caiu em poder dos muçulmanos de Oman, vindo apenas a ser recuperada, mas por breve período, em 1728 e 1729. Foi aí levantada depois uma fortaleza a que foi dado o nome de Jesus, e que foi a primeira fortificação moderna feita de raiz, construída na Costa Oriental da África.
A obra deve-se ao vice-rei da Índia, Matias de Albuquerque, e foi o engenheiro-mor Giovanni Battista Cairato quem delineou o projecto. A construção ficou a cargo do mestre-de-obras Gaspar Rodrigues. As alterações que foram introduzidas depois da saída dos portugueses não alteraram substancialmente o fácies da fortaleza.
Fortaleza de Quíloa, Tanzânia
Quíloa só esteve sob o domínio português entre 1505 e 1512. Vasco da Gama entrou no seu porto, aquando da segunda viagem à Índia, conseguindo obter autorização para estabelecer um vínculo de vassalagem do monarca local com D. Manuel I.
No entanto, as grandes campanhas de obras de construção da nossa fortaleza só se iniciaram em 1505, mas esta viria a ser abandonada pouco depois, em 1512.
A estrutura base da obra portuguesa ainda está lá, nomeadamente as duas torres de canto, as primeiras feitas em pedra e cal por nós, nos territórios do Índico.
Forte do Príncipe da Beira, Brasil
O Forte do Príncipe da Beira é uma das principais construções militares de todo o espaço ultramarino português. A decisão da sua construção, no limite da Amazónia portuguesa, decorreu da resolução do Tratado de Madrid de 1750.
A sua edificação ficou nas mãos do governador Luís de Albuquerque Pereira Cáceres, que encomendou o projecto ao engenheiro Sambucheti, que então trabalhava para o Governo de Portugal.
As obras fundamentais decorreram entre 1776 e 1783, ficando uma construção canónica, com quatro fortíssimos baluartes pentagonais, altas cortinas, fossos, obras exteriores, tudo num local privilegiado, para dominar o tráfico no Rio Guaraporé.
Fortaleza de Qal’at al-Bahrain
O Bahrein esteve menos de um século sob domínio português, mas há vestígios que remontam à primeira época da nossa presença, concretamente ao ano de 1519 e à década seguinte.
Só em 1559, é que o Bahrein passou em definitivo para as mãos portuguesas, tendo sido fundamental a actuação do engenheiro Inofre de Carvalho, na construção da formidável fortaleza abaluartada que ainda hoje está de pé.
O que se vê hoje do chamado forte português é o resultado da ampliação da fortaleza conquistada por D. Antão de Noronha, cujo plano primitivo tinha uma área de cerca de 8500 m2.
Fortaleza de Ormuz, Irão
A primeira investida dos portugueses contra Ormuz ocorreu em 1507, tendo ficado a dominar esta estratégica posição na entrada do Golfo, até 1621.
Afonso de Albuquerque iniciou uma construção, mas a extraordinária fortaleza que hoje se pode admirar, com imensos baluartes, cortinas fortíssimas, uma igreja manuelina, e cisternas é, no fundamental, obra do arquitecto Inofre de Carvalho, feita no fim da década de cinquenta do século XVI.
No entanto, mais tarde, por volta de 1591, com planos de Giovanni Baptista Cairato, a fortaleza foi ainda reforçada.
Fortificação de Mascate, Omã
Mascate foi conquistada por Afonso de Albuquerque em 1507, e os portugueses conseguiram sustentar a praça de armas até 1653. Sabemos que as fortificações foram melhoradas em 1522, e muito alteradas com um plano projectado por Inôfre de Carvalho, nos anos de 1559 e 1560.
O plano de defesa era muito complexo, mas aquilo que ainda hoje se vê em Mascate, as chamadas fortalezas de Jalali e Marini, uma de cada lado da entrada da baía, correspondem às obras realizadas pelos portugueses, posto que esteja de algum modo mascaradas por acrescentamentos feitos posteriormente.
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