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sexta-feira, 26 de julho de 2019

LÁ MEGALÓMANO É ELE ! - “Quero fazer do Reino Unido o maior país à face da Terra”: a primeira vez de Boris, o chefe de Governo, na Câmara dos Comuns



expresso.pt



"Quero fazer do Reino Unido o maior país à face da Terra", começou Boris Johnson no seu primeiro discurso como primeiro-ministro na Câmara dos Comuns.


O Brexit foi tema contínuo e um homem que foi eleito com a promessa de acabar com o problema sem mais atrasos, tinha de começar por ali. "Tal como toda a gente, eu preferia sair com acordo mas como o acordo de saída foi rejeitado por esta Câmara três vezes porque o ‘backstop’ é inaceitável temos de acabar com ele. 

Um tempo limite para a sua vigência não é suficiente”, disse.
“Nenhum país que preze a sua independência pode concordar com o acordo como está”, disse ainda, apesar de se ter aparentemente esquecido de referir que ele mesmo votou por este acordo, em março.


O ‘travão’, o infame ‘travão’ que mantém todo o Reino Unido na união aduaneira porque não é possível haver uma barreira física entre a Irlanda do Norte (parte do Reino Unido) e a República da Irlanda, tem sido a maior dor de cabeça das duas equipas de negociação, de um lado e de outro do Canal da Mancha. Esta quinta-feira, Boris voltou a dizer que está pronto a negociar de novo com a UE, “sob o pressuposto da abolição do backstop”. 

Boris Johnson garante que as negociações do seu governo recém-formado com a UE vão continuar “com o máximo de energia e determinação, num espírito de amizade”. “Espero que UE esteja igualmente preparada e que repense a sua recusa atual de fazer quaisquer alterações ao acordo de saída", acrescentou.


“Não acredito que estes assuntos só possam ser resolvidos se o Reino Unido permanecer na união aduaneira. E vamos encontrar uma solução que seja compatível com os Acordos de Sexta-feira Santa, com os quais todos estamos comprometidos”, disse Johnson. “Eu a minha equipa estamos prontos a falar com a Comissão, onde e quando eles entenderem”, garantiu ainda o primeiro-ministro. Se não quiserem assim, avisou o primeiro-ministro, então “teremos de sair sem acordo”.


Os apupos mais altos ouviram-se na bancada na oposição quando Johnson garantiu que os 39 mil milhões de libras que os britânicos teriam de pagar pelo divórcio serviriam afinal de “almofada” ao possível impacto económico do Brexit sem acordo. Isto porque esta promessa não é sua para fazer - e até o procurador-geral do Reino Unido já avisou que não pagar este valor (ou um outro valor acordado com a UE) pode ser juridicamente entendido como quebra de um tratado internacional.


VÍDEO





A notícia que se antecipava sobre os direitos dos cidadãos da UE figurou de facto no discurso do recém-empossado primeiro-ministro mas nada mais foi avançado além de uma garantia de que “todos os [seus] direitos para viver em trabalhar serão garantidos por este governo”, promessa que May já tinha feito. A novidade na pasta da imigração é mesmo a introdução do “sistema de pontos”, com já existe na Austrália, através do qual os imigrantes com mais qualificações, com melhores níveis de compreensão da língua, entre outros critérios, retêm mais pontos e têm mais hipóteses de ser aceites. “Ninguém acredita mais do que eu nos benefícios da imigração e quero continuar a trazer os maiores talentos, as mentes mais brilhantes para o Reino Unido mas o sistema tem de mudar radicalmente”, disse Johnson. Para provar o seu compromisso, Johnson avança (como já tinha feito antes) com a ideia de uma amnistia para os imigrantes ilegais que estejam já estabelecidos no Reino Unido.


Terminou com uma nota cheia de energia, palavra e seus derivados que tem utilizado bastante. “Sair da UE não é apenas preparar-nos para os possíveis desafios, é também aproveitar as oportunidades para desenharmos uma estratégia económica em vários cenários, alimentar a competitividade enquanto nos libertamos das regulamentações da UE”. Recebeu aplausos no fim desta frase e ainda mais quando fez um elogio à resiliência dos britânicos: “Já ultrapassaram muito, também vão fazer disto uma vitória”.


Jeremy Corbyn, líder dos trabalhistas, começou a sua intervenção atirando imensas perguntas a Boris: “Quando planeia o Governo apresentar planos de investimento para cada departamento?”, “Conseguirá o Governo prometer o mesmo que ele, 500 mil milhões em fundos para o desenvolvimento?”, 

“Pode o governo garantir que Priti Patel, como ministra do Interior e defensora da pena de morte, não vai trazer de volta a pena capital?”, 
“Vai o governo admitir que os 39 mil milhões de libras no acordo de divórcio são apenas 33 mil milhões que serão pagos aos longo de 30 anos e não de uma vez?” “E já que Donald Trump apelidou Boris de ‘Trump do Reino Unido’ pode o primeiro-ministro garantir que o Serviço Nacional de Saúde não fará parte de nenhum acordo comercial com os Estados Unidos?”
Respostas às questões específicas não houve. 

Apenas a uma: “Podemos garantir que não faremos um acordo com os Estados Unidos que envolva o nosso SNS”. O resto foram críticas a Corbyn e ao ‘Labour’ que, na opinião de Boris, se tornou “um partido apenas para alguns enquanto os conservadores são verdadeiramente o partido de todos”. Os indicadores económicos do emprego e da inflação são chamados ao discurso para defender as políticas adoptadas pelos conservadores nos últimos três anos.


Terminado o discurso introdutório e a resposta do líder da oposição, Johnson passou a ter de responder às preocupações específicas dos deputados, um pouco sobre tudo: desde os pagamentos de prestações sociais até à questão do ambiente. Questionado por Ed Davey, dos Liberais Democratas, sobre a emergência ambiental, Boris recusou-se a admitir que ela exista no país. 

VÍDEO




“O Governo está a liderar em todo o mundo no objetivo de atingir as zero emissões em 2050”, disse apenas, apostando em novas tecnologias como fez, garante, quando foi mayor de Londres.

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