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sexta-feira, 26 de julho de 2019

ANTES DE 1917 A RÚSSIA CZARISTA PASSOU POR VÁRIA REVOLTAS

5 revoltas que quase derrubaram a Rússia tsarista

“Demonstração de 17 de outubro de 1905”, Iliá Répin, 1907.
“Demonstração de 17 de outubro de 1905”, Iliá Répin, 1907.
Russian Museum
Antes da Revolução de 1917 aconteceram no Império Russo várias revoltas importantes abalaram o país e deixaram seus governantes de pernas bambas – e cheios de ódio no coração.
  1. Revolta de Stenka Razin (1667-1671)
Um dos maiores levantes da história russa, a “guerra camponesa” de Stenka Razin foi causada pela consolidação da servidão no Estado russo, assim como pelo esgotamento em que o país se encontrava com as longas guerras contra Polónia e Suécia.
Um cossaco do Don, Stepan (apelidado de "Stenka") Razin conseguiu reunir sob sua bandeira milhares de cossacos e camponeses revoltados por ter seus direitos ignorados pelos nobres – os quais foram seu principal alvo. Todas as cidades que as tropas de Stenka tomaram viram um verdadeiro banho de sangue aristocrático.
Razin rumava em direção a Moscvo, saído do sul da Rússia, tomando uma cidade após a outra, e aumentou seu exército oferecendo a liberdade a cada camponês que a ele se juntasse.
Mas o exército de revoltosos foi derrotado na Batalha de Simbirsk, em 1670, e seu líder caiu nas mãos das forças do governo logo em seguida.
Razin foi esquartejado e milhares de seguidores dele  foram executados tão brutalmente que quem viu aquilo nunca mais pôde esquecer.
  1. Rebelião de Pugatchov (1773-1775)
“O Julgamento de Pugatchov”. Vassíli Perov, 1875.
A guerra camponesa liderada por Emelian Pugatchov (também grafado como “Pugachev”) teve muita coisa em comum com a revolta de Razin. Como seus antecessores de um século antes, os cossacos e camponeses de Pugatchov não ficaram nada contentes com a supressão de seus direitos e benefícios pelo Estado e pela nobreza.
O cossaco Emelian Pugatchov se autoproclamou "imperador miraculosamente salvo" Pedro 3° (o qual, na realidade, tinha sido derrubado e morto por sua mulher Catarina, a Grande). O impostor reuniu um enorme exército, de quase 70.000 homens, prometendo-lhes liberdade, bem-estar e prosperidade caso assumisse o trono.

As tropas rebeldes tomaram muitas fortalezas e cidadezinhas na região sul dos Urais e do Volga, derrotaram todas as forças enviadas pelo governo para combatê-las, ocuparam um enorme território e, assim, aterrorizaram as classes dominantes da Rússia.
Mas, em 1775, a rebelião perdeu seu impulso inicial e foi contida. Emelian Pugatchov e outros líderes foram levados para Moscovo e ali executados.
  1. Revolta Dezembrista (1825)
“Regimento da Cavalaria de Guarda Durante a Revolta de 14 de dezembro de 1825 na Praça do Senado”. Georg Wilhelm Timm.
Quando o exército russo entrou na Europa, em 1813, e marchou para Paris para derrotar Napoleão, pôde ver a vida europeia bem de perto. Muitos oficiais foram forçados a admitir que a Rússia estava bem atrás da Europa, e era preciso mudar a situação.
Eles formaram várias sociedades secretas destinadas a abolir a servidão, limitando o poder do soberano ou abolindo totalmente a monarquia, além de fazer profundas reformas na Rússia.
Em 14 de dezembro de 1825 (26 de dezembro, no calendário atual), durante a cerimónia de posse do novo monarca, Nikolai 1°, em São Petersburgo, eles deram o primeiro passo. Mas, como resultado de sua desorganização e hesitação, os dezembristas (como eles se tornaram conhecidos mais tarde) falharam na tentativa de assassinar o imperador ou cooptar tropas do governo.
A revolta foi suprimida, os líderes dezembristas foram executados e outros membros do movimento foram exilados na Sibéria e no Extremo Oriente russo.
  1. Levante de Novembro (1830-1831)
“Captura do Arsenal em Varsóvia”. Marcin Zaleski, 1831.
Em 1795, a Polónia desapareceu do mapa da Europa depois de ser desmembrada por Rússia, Prússia e Áustria. Os polacos, no entanto, não perderam as esperanças de restaurar sua independência e, em 1830, organizaram uma grande revolta.
O objetivo da Levante de Novembro, também conhecido como Revolução dos Cadetes, era restaurar o país como ele era antes da divisão - um enorme território que se estendia do Báltico ao Mar Negro.
Apesar de a rebelião ter atingido os vastos territórios da Polônia, Ucrânia e Lituânia, e mais de 150.000 homens integrarem o exército polaco, sem mencionar as unidades partidárias em diferentes regiões, o levante foi reprimido pelas tropas russas.
Como resultado, a Polónia perdeu o status especial e os direitos exclusivos de que gozava no Império Russo, assim como a própria Constituição e o exército. O processo de transformar a Polónia em uma província russa comum tinha sido iniciado.
  1. Primeira Revolução Russa (1905-1907)
“9 de janeiro de 1905”. Vladímir Makovski.
A Revolução Russa de 1905 foi, em essência, um ensaio geral para a de 1917, que acabou com a Rússia Imperial.
Os baixos padrões de vida, a falta de liberdade de expressão e os desastres militares na guerra russo-japonesa foram apenas algumas das razões que levaram às manifestações e tumultos.
Depois de centenas de pessoas serem mortas por soldados durante uma manifestação pacífica em São Petersburgo em 9 de janeiro de 1905 (no calendário atual, 22 de janeiro; o evento ficou conhecido como Domingo Sangrento), o distúrbio se estendeu por todo o imenso país.
A Revolução de 1905 fracassou apenas quando Nikolai 2° deu concessões limitando o poder soberano, estabelecendo um parlamento (a Duma de Estado) e melhorando as condições de trabalho. Isto deu ao país uma pequena pausa de dez anos antes da revolução seguinte, muito mais aterrorizante.


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