O ex-presidente da Ucrânia, Viktor Yushchenko, não foi envenenado durante a campanha de 2004, disse o promotor militar da Ucrânia em entrevista, lançando novas dúvidas sobre a narrativa que moldou a política de Kiev nos últimos 15 anos.
Na época, Yushchenko liderou uma coalizão apoiada pelo Ocidente contra o primeiro-ministro em exercício, Viktor Yanukovich, que acusou de ser "pró-russo". Sua desfiguração do que ele chamou de envenenamento por dioxina levou a uma manifestação de apoio popular e protestos de rua. apelidado de "Revolução Laranja". Sob essa pressão, o supremo tribunal ucraniano anulou a eleição de segundo turno que Yanukovich havia vencido, entregando a presidência a Yushchenko após uma votação.
Esta semana, no entanto, o vice-procurador-geral e promotor-chefe militar da Ucrânia desde 2014, Anatoly Matios, revelou em uma entrevista que seus investigadores não encontraram nenhuma evidência de envenenamento.
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Falando ao apresentador online da Politeka, Andrey Palchevsky, Matios disse que pediu ao coronel Igor Nikolaevich Kozlov, que investigou o caso, o que ele encontrou.
Diga-me, estava lá envenenando ou não? Ele disse: "Não, não houve envenenamento".
Isso contradiz a declaração feita em janeiro pelo patrão de Matios, o procurador-geral Yuriy Lutsenko, que afirmava que Yushchenko havia sido envenenado, mas "ainda não estava claro por quem".
De acordo com a história oficial, Yushchenko participou de um jantar com vários líderes do serviço de segurança da Ucrânia SBU em Kiev em 5 de setembro de 2004. Ele adoeceu logo depois e foi hospitalizado na Áustria em 10 de setembro. Exames de sangue mostraram uma concentração significativa de TCDD, um veneno de dioxina encontrado no Agente Laranja.
VÁRIAS AUTORIDADES UCRANIANAS LANÇARAM DÚVIDAS SOBRE A HISTÓRIA DESDE ENTÃO, APONTANDO QUE YUSHCHENKO NUNCA PERMITIU UM SEGUNDO EXAME DE SANGUE QUE CONFIRMASSE OS RESULTADOS E ESPECULOU QUE O TESTE ORIGINAL FOI ADULTERADO. YUSHCHENKO, DESDE ENTÃO, FEZ UMA RECUPERAÇÃO QUASE COMPLETA.
Seu governo não teve tanta sorte.
Suas políticas se mostraram incapazes de cumprir as promessas de prosperidade econômica, pioraram a corrupção endêmica e alimentaram o nacionalismo e a intolerância entre as diversas comunidades da Ucrânia. Eventualmente, Yushchenko caiu com sua parceira de coalizão, Yulia Tymoshenko, que perdeu a eleição de 2010 para Yanukovych.
O ex-presidente passou de popularidade à obscuridade, com seu partido recebendo menos de 2% dos votos parlamentares em 2012
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