A festa dura até 4 de Agosto
«É uma festa para ricos e para pobres e uma grande homenagem que fazemos à Ria Formosa, porque ela merece». Esta é a forma como Vítor Lourenço, presidente da VIVMAR – Associação de Viveiristas e Mariscadores da Ria Formosa, resume a essência da Festa da Ria Formosa, que começou na quinta-feira em Faro e vai celebrar a gastronomia local até ao dia 4 de Agosto.
Durante mais de uma semana, o Largo de São Francisco, na baixa da capital algarvia, enche-se do cheiro, do sabor e da cor de pratos típicos, feitos do marisco da Ria Formosa – e não só – e confecionados por quem vive da sua apanha e cultivo.
Os sócios da Vivmar, as suas famílias e conhecimentos gastronómicos passados de geração em geração são a base desta iniciativa organizada pela Vivmar, com o apoio da Câmara de Faro, que se realiza há 24 anos e se tornou num autêntico caso de sucesso.
Quinta-feira, dia da inauguração, o recinto não demorou muito a encher e depressa começaram as dores de cabeça para os organizadores do evento, para tentar acomodar a muita gente que continuava a chegar. É que, apesar de haver mais de 4 mil lugares para os visitantes se sentarem à mesa, estes não chegaram para as solicitações.
Aliás, Vitor Lourenço, depois de ter acompanhado a já tradicional visita do executivo camarário farense no primeiro dia de festa, naquela que é a inauguração oficial do evento, teve de se desdobrar para ajudar a resolver problemas.
Antes, o dirigente da Vivmar e um dos pais desta festa já havia falado com o Sul Informação e explicado aquilo que é esta festa – que, apesar de atrair milhares de pessoas, diariamente, há anos, continua a ter entrada livre e um cariz marcadamente popular.
Há 24 anos, os viveiristas e mariscadores da Ria Formosa decidiram realizar uma festa que, por um lado, chamasse a atenção para as ameaças que pendiam sobre a Ria Formosa e, por outro, promovesse as iguarias que esta zona lagunar nos dá, confecionadas pelos viveiristas e mariscadores, com receitas seculares.
«Na primeira edição, há 24 anos, fiz um livro onde alertei para os focos de poluição que havia nesta ria, para a extração de areia, para as estrumeiras que existiam aqui, criadas pela própria Câmara, e para a poluição industrial, nomeadamente da Indal», disse Vítor Lourenço.
«O livro também tinha receitas feitas por gente do mar. Para o ano, a festa faz 25 anos e vamos reeditar esse livro, para que as pessoas saibam que valeu a pena. Porque as coisas melhoraram muito», disse.
Rogério Bacalhau, presidente da Câmara de Faro, disse, por seu lado, que «este é um dos grandes eventos» que que se realizam anualmente em Faro. «Traz muita gente de fora, traz notoriedade e, acima de tudo, permite às pessoas contactar com a Ria Formosa, através da comida», resumiu.
«Todos os restaurantes que aqui estão têm ligações aos viveiristas e aos mariscadores. As ementas e a confeção é feita com base nos pratos tradicionais da gente do mar. Estou a falar do xérem e da forma como é confecionado o próprio marisco, seja o lingueirão, seja a amêijoa ou o berbigão», acrescentou.
E são muitas as iguarias que se podem encontrar nesta festa, na qual a Ria Formosa é a convidada de honra.
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