AVISO

OS COMENTÁRIOS, E AS PUBLICAÇÕES DE OUTROS
NÃO REFLETEM NECESSARIAMENTE A OPINIÃO DO ADMINISTRADOR DO "Pó do tempo"

Este blogue está aberto à participação de todos.


Não haverá censura aos textos mas carecerá
obviamente, da minha aprovação que depende
da actualidade do artigo, do tema abordado, da minha disponibilidade, e desde que não
contrarie a matriz do blogue.

Os comentários são inseridos automaticamente
com a excepção dos que o sistema considere como
SPAM, sem moderação e sem censura.

Serão excluídos os comentários que façam
a apologia do racismo, xenofobia, homofobia
ou do fascismo/nazismo.

sexta-feira, 26 de julho de 2019

Os espiões de guerra que usavam o tricô como uma ferramenta de espionagem

www.hypeness.com.br



Poucas cenas são tão pacatas, tranquilas e seguras quanto a de alguém tranquilamente tricotando e pacientemente preparando um casaco, uma meia ou um chapéu. 

A cena se torna ainda mais idílica se a imaginarmos acontecendo na primeira metade do século XX, na Europa – e é também por ser justo o contrário absoluto de algo ameaçador e perigoso que o tricô foi utilizado como meio de se espionar e secretamente transmitir informações ao longo de diversas guerras, principalmente a primeira e a segunda guerra mundial.



Trata-se, pensando bem, de um disfarce quase perfeito – e incrivelmente funcional para a espionagem. Primeiramente, os países incentivavam que civis (na época, especialmente mulheres) tricotassem meias, casacos e chapéus para serem enviados aos soldados – o que fazia com que a presença de pessoas tricotando em cenários de conflito fosse completamente natural.

Aulas de tricô durante a Segunda Guerra

Com isso, porém, era possível que uma peça tricotada saísse diretamente de uma desconhecida para as mãos de um militar sem que parecesse suspeito.

Enquanto tricotavam sem ameaçar ninguém, porém, essas mulheres “inofensivas” podiam observar, de suas janelas, por exemplo, a movimentação das tropas – anotar posições e informações através de códigos, para depois serem enviadas aos interessados. 

É aí que entra a parte mais interessante, pois os diferente tipos de nós do tricô podem ser facilmente transformados em pontos e traços – e com pontos e traços, por exemplo, já se tem a escrita em código morse.

Campanha da Cruz Vermelha americana: ‘Nossos garotos precisam de meias. Tricote sua parte’
Era isso que faziam essas espiãs do tricô: escreviam mensagens com diferentes tipos de nós, feito um sistema binário, em que fisicamente cada nó era lido como um código diverso – e assim mensagens inteiras eram cifradas.

Alguns tipos diferentes de nós

Trata-se, portanto, de uma longa tradição, que veio desde a guerra civil americana até pelo menos a Segunda Guerra mundial. Em uma época anterior a facilidade de disseminação de informação que tanta tecnologia nos trouxe, a revolução tecnológica, o conteúdo, o acesso e o segredo eram feitos a mão, com duas agulhas, fios, esperteza e um tanto de coragem.

Soldados feridos praticando o tricô

Sem comentários: