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Jornal «Avante!» - Opinião - Ambição sectária de protagonismo
Angelo Alves
O processo de constituição do Grupo da Esquerda Unitária Europeia / Esquerda Verde Nórdica (GUE/NGL) foi marcado neste início de mandato por uma operação do Bloco de Esquerda em que este decidiu, com um processo de discussão interna a decorrer, trazer para a comunicação social portuguesa essa discussão.
Pondo em causa regras de funcionamento, de decisão e de identidade deste espaço de cooperação entre partidos políticos, a delegação do BE optou por uma estratégia com dois objectivos: 1) por um lado usar a discussão no GUE/NGL - no qual sabia à partida que a sua «candidatura» à Presidência nunca reuniria o consenso necessário entre todos os partidos – para pôr em causa o próprio processo de decisão usado e confirmado durante décadas; 2) usar a falta de consenso em torno da sua «candidatura» como arma de arremesso partidária contra o PCP (daí a falsa tese do «veto») tentando negar-lhe, bem como a outros partidos, o direito de opinião.
No fundo foi usada uma velha táctica sectária já bem conhecida: transformar um ataque numa vitimização e a regra do consenso que obriga, positivamente, a um diálogo democrático e respeitador das diferenças, num obstáculo antidemocrático. No fundo o que o BE quis foi pôr em causa a identidade do próprio GUE/NGL e, perante as dificuldades, quebrar regras básicas de confiança no seio do Grupo e trazer para a praça pública em Portugal a tese do «veto» do PCP.
Ao fazê-lo rompeu com mais um princípio: o da verdade e tudo isto já é muito mau. Contudo a última entrevista de Marisa Matias ao Expresso superou todas as piores expectativas ao referir-se a um comunicado do PCP sobre este processo como misógino, deixando no ar que o desacordo e contestação do PCP à estratégia ideológica do BE acontece porque Marisa Matias é mulher.
Não fosse o caso muito sério daria para umas boas gargalhadas. Mas é de facto muito sério e confirma que o BE se move por uma ambição sectária de protagonismo, de natureza anticomunista, em que parece valer tudo.
Pondo em causa regras de funcionamento, de decisão e de identidade deste espaço de cooperação entre partidos políticos, a delegação do BE optou por uma estratégia com dois objectivos: 1) por um lado usar a discussão no GUE/NGL - no qual sabia à partida que a sua «candidatura» à Presidência nunca reuniria o consenso necessário entre todos os partidos – para pôr em causa o próprio processo de decisão usado e confirmado durante décadas; 2) usar a falta de consenso em torno da sua «candidatura» como arma de arremesso partidária contra o PCP (daí a falsa tese do «veto») tentando negar-lhe, bem como a outros partidos, o direito de opinião.
No fundo foi usada uma velha táctica sectária já bem conhecida: transformar um ataque numa vitimização e a regra do consenso que obriga, positivamente, a um diálogo democrático e respeitador das diferenças, num obstáculo antidemocrático. No fundo o que o BE quis foi pôr em causa a identidade do próprio GUE/NGL e, perante as dificuldades, quebrar regras básicas de confiança no seio do Grupo e trazer para a praça pública em Portugal a tese do «veto» do PCP.
Ao fazê-lo rompeu com mais um princípio: o da verdade e tudo isto já é muito mau. Contudo a última entrevista de Marisa Matias ao Expresso superou todas as piores expectativas ao referir-se a um comunicado do PCP sobre este processo como misógino, deixando no ar que o desacordo e contestação do PCP à estratégia ideológica do BE acontece porque Marisa Matias é mulher.
Não fosse o caso muito sério daria para umas boas gargalhadas. Mas é de facto muito sério e confirma que o BE se move por uma ambição sectária de protagonismo, de natureza anticomunista, em que parece valer tudo.
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