O século 20 foi marcado por ditaduras que assolaram o continente Latino-Americano. A República Dominicana vivia uma forte instabilidade econômica e política, fato que facilitou a instalação da ditadura de Rafael Leónidas Trujillo (1930 - 1961).
Por Fátima Teles*
A ditadura Trujillo foi marcada por medidas antidemocráticas que prejudicaram a classe trabalhadora, e contribuíram para a perda de direitos, moradia e renda. Além de restringir os direitos políticos e as liberdades individuais.
Porém, havia aqueles que gritaram pela luta de direitos e pela liberdade. Entre estas pessoas estavam Patria Mercedes Mirabal, Minerva Argentina Mirabal e Antonia Maria Teresa Mirabal, as irmãs Mirabal, que juntamente com um grupo oposicionista de esquerda, bravamente entraram na luta armada contra o Ditador Trujillo.
As irmãs Mirabal nasceram no Norte do país, em Ojo de Agua, na Província de Salcedo. Oriundas e uma família política daquela região, o pai havia sido prefeito da cidade no inicio da Ditadura do déspota Trujillo.
Entre as irmãs, Minerva foi a primeira a se envolver na luta contra o regime ditatorial, tendo sido presa em 1947 e recusado os avanços e assédios sexuais do Ditador Trujillo. Minerva ainda foi torturada.
Seu pai também foi preso, pois era oposição ao Governo. Através da influência política da família conquistaram a liberdade, mas o Ditador mandou prendê-los novamente dois anos depois. Devido à violência e as pressões, o pai da família Mirabal morreu em 1953.
As irmãs entraram no Movimento 14 de Junho, levante que homenageava a data em que os dominicanos se revoltaram contra o ditador e tentaram derrubar o Governo, mas não obtiveram êxito devido a interferência do Exército.
Minerva tinha o nome clandestino de Mariposa e as demais irmãs e seus esposos também entraram na luta.
Muitas pessoas do Movimento foram presas e torturadas, entre essas pessoas, as irmãs e seus maridos. Elas conseguiram liberdade condicional devido a condenação das ações do ditador pela Organização dos Estados Americanos.
No dia 25 de Novembro de 1960, elas voltavam de uma visita aos seus esposos na cadeia e foram pegas de surpresa, levadas numa emboscada, torturadas e assassinadas.
O crime causou grande comoção social e a revolta tomou conta da cidade. Diferente do esperado, esta violência não provocou silêncio e medo. A luta pelos ideais democráticos das irmãs mariposas cresceu e contribuiu efetivamente para a queda da ditadura de Trujillo em 1961.
A data de 25 de Novembro entrou foi declarada pelas Nações Unidas em novembro de 1999 como Dia Internacional da Não Violência Contra a Mulher.
A cidade foi rebatizada em homenagem às irmãs e hoje se chama Hermanas Mirabal e a única sobrevivente delas, Dede Mirabal, educou os filhos das outras três e dedicou-se ao trabalho em defesa da memória.
Dede criou um museu para imortalizar a história da família, a história das Mariposas da Liberdade que deram a vida em defesa de seu país.
www.vermelho.org.br
VÍDEOS
Porém, havia aqueles que gritaram pela luta de direitos e pela liberdade. Entre estas pessoas estavam Patria Mercedes Mirabal, Minerva Argentina Mirabal e Antonia Maria Teresa Mirabal, as irmãs Mirabal, que juntamente com um grupo oposicionista de esquerda, bravamente entraram na luta armada contra o Ditador Trujillo.
As irmãs Mirabal nasceram no Norte do país, em Ojo de Agua, na Província de Salcedo. Oriundas e uma família política daquela região, o pai havia sido prefeito da cidade no inicio da Ditadura do déspota Trujillo.
Entre as irmãs, Minerva foi a primeira a se envolver na luta contra o regime ditatorial, tendo sido presa em 1947 e recusado os avanços e assédios sexuais do Ditador Trujillo. Minerva ainda foi torturada.
Seu pai também foi preso, pois era oposição ao Governo. Através da influência política da família conquistaram a liberdade, mas o Ditador mandou prendê-los novamente dois anos depois. Devido à violência e as pressões, o pai da família Mirabal morreu em 1953.
As irmãs entraram no Movimento 14 de Junho, levante que homenageava a data em que os dominicanos se revoltaram contra o ditador e tentaram derrubar o Governo, mas não obtiveram êxito devido a interferência do Exército.
Minerva tinha o nome clandestino de Mariposa e as demais irmãs e seus esposos também entraram na luta.
Muitas pessoas do Movimento foram presas e torturadas, entre essas pessoas, as irmãs e seus maridos. Elas conseguiram liberdade condicional devido a condenação das ações do ditador pela Organização dos Estados Americanos.
No dia 25 de Novembro de 1960, elas voltavam de uma visita aos seus esposos na cadeia e foram pegas de surpresa, levadas numa emboscada, torturadas e assassinadas.
O crime causou grande comoção social e a revolta tomou conta da cidade. Diferente do esperado, esta violência não provocou silêncio e medo. A luta pelos ideais democráticos das irmãs mariposas cresceu e contribuiu efetivamente para a queda da ditadura de Trujillo em 1961.
A data de 25 de Novembro entrou foi declarada pelas Nações Unidas em novembro de 1999 como Dia Internacional da Não Violência Contra a Mulher.
A cidade foi rebatizada em homenagem às irmãs e hoje se chama Hermanas Mirabal e a única sobrevivente delas, Dede Mirabal, educou os filhos das outras três e dedicou-se ao trabalho em defesa da memória.
Dede criou um museu para imortalizar a história da família, a história das Mariposas da Liberdade que deram a vida em defesa de seu país.
www.vermelho.org.br
A tragédia das irmãs Mirabal: o assassinato que deu origem ao dia mundial da não-violência contra a mulher
"Se me matam, levantarei os braços do túmulo e serei mais forte".
Com esta frase, a ativista Minerva Mirabal, da República Dominicana, respondeu aos que a advertiram de que o regime do presidente Rafael Leónidas Trujillo (1930-1961) iria matá-la, no início da década de 1960.
O alerta se concretizou pouco depois. Em 25 de novembro de 1960, seu corpo foi encontrado no fundo de um barranco, no interior de um jipe, junto com os corpos de suas irmãs, Patria e Maria Teresa, e do motorista Rufino de la Cruz.
A promessa de Minerva parece ter sido cumprida: a morte das irmãs nas mãos da polícia secreta dominicana é considerada por muitos um dos principais fatores que levou ao fim do regime trujillista.
E os nomes das irmãs Mirabal se converteram em um símbolo mundial da luta da mulher.
A cada 25 de novembro, a força de Minerva, Patria e María Teresa se faz sentir. A data foi declarada pelas Nações Unidas como o Dia Internacional da Não-Violência Contra a Mulher, em homenagem às três irmãs.
A gota que encheu o copo
Conhecidas como "Las Mariposas" (as borboletas), essas mulheres nascidas em uma família rica da província dominicana de Salcedo (hoje chamada de Hermanas Mirabal) tinham formação universitária, maridos, filhos e cerca de uma década de ativismo político na época em que foram mortas.
VÍDEO
VÍDEO
Duas delas, Minerva e María Teresa, já haviam passado pela prisão em várias ocasiões. Uma quarta irmã, Bélgica Adela "Dedé" Mirabal, que morreu em 2014, tinha um papel menos ativo na oposição e conseguiu salvar-se.
"Elas tinham uma longa trajetória de conspiração e resistência, muitas pessoas as conheciam", explica para a BBC Mundo Luisa de Peña Díaz, diretora do Museu Memorial da Resistência Dominicana (MMRD).
Naquele fatídico 25 de novembro, funcionários da polícia secreta interceptaram o veículo que transportava as irmãs em uma estrada da província de Salcedo, no norte do país.
As mulheres foram enforcadas e depois espancadas para que quando o veículo fosse jogado no precipício a morte parecesse resultado de um acidente de carro.
Tinham entre 26 e 36 anos e 5 filhos
"Foi um dia terrível, porque apesar de sabermos (dos perigos), não pensávamos que o crime iria se concretizar", disse Dedé Mirabal no documentário Las Mariposas: Las Hermanas Mirabal.
"Eu agarrava os policiais e dizia: não foi um acidente, as assassinaram."
A popularidade das três mulheres, somada ao aumento dos crimes, torturas e desaparecimentos daqueles que se atreviam a se opor ao regime de Trujullio fizeram com que o assassinato marcasse a história dominicana.
"O crime foi tão horroroso que as pessoas começaram a sentir-se totalmente inseguras, até mesmo aqueles que eram mais próximos do regime. Porque sequestrar três mulheres, matá-las e atirá-las em um barranco para fazer parecer um acidente é horroroso", explica De Peña Díaz.
Nas palavras de Julia Álvarez, escritora americana de origem dominicana, a chave para explicar por que a história das irmãs Mirabal é tão emblemática é que foi dado um rosto humano para a tragédia gerada por um regime violento, que não aceitava dissidências e que já estava há três décadas cometendo assassinatos no país.
"Esta história foi o 'basta' para os dominicanos, que disseram: quando nossas irmãs, nossas filhas, nossas esposas, nossas namoradas não estão seguras, para que serve tudo isso?", afirma Álvarez, autora do romance El tiempo de las mariposas, que inspirou um filme de mesmo nome.
Nesse sentido, a diretora do Museu Memorial da Resistência Dominicana afirma que todos os envolvidos na execução de Trujillo a tiros, em maio de 1961, "citam o crime das Mirabal como a última gota que fez o copo transbordar".
O que se comemora no dia 25 de novembro
"As irmãs Mirabal levantaram os braços de seus túmulos de um jeito muito forte", afirma Peña Díaz.
Hoje Minerva, Patria e María Teresa são um símbolo da República Dominicana. No país caribenho, além de uma província com o nome delas, há um monumento em uma avendia central da capital Santo Domingo e um museu em sua homenagem, que se transforma em local de peregrinação a cada 25 de novembro.
Além disso, desde 1981 a data de suas mortes se tornou, em toda a América Latina, um dia para marcar a luta das mulheres contra a violência.
Nesse dia foi realizado o primeiro Encontro Feminista da América Latina e do Caribe, em Bogotá (Colômbia) - no qual as mulheres denunciaram os abusos de gênero que sofriam no ambiente doméstico, assim como a violação e o assédio sexual por parte dos Estados, como a tortura e a prisão por motivos políticos.
Em 1999, a ONU transformou o dia em uma data comemorativa internacional.
Cenas dolorosas
Para a escritora Julia Álvarez, se as irmãs Mirabal ainda estivessem vivas, teriam muitos motivos para continuar lutando.
"No mundo, os direitos de muitas mulheres ainda não são respeitados e muitas não têm acesso à educação", afirma.
A violência de gênero chegou a ser classificada como pandemia na América Latina. Segundo dados da Organização Panamericana de Saúde (Opas) de 2013, "entre um quarto e metade das mulheres declararam ter sofrido alguma vez violência por parte de um companheiro íntimo".
Segundo a ONU, em todo o mundo, a violência dentro das próprias casas das mulheres é a principal causa de lesões sofridas por aquelas que têm entre 15 e 44 anos.
Por isso, indica Álvarez, mesmo mais de meio século depois da morte das irmãs Mirabal, "ainda é tempo das borboletas".
www.bbc.com
VÍDEOS
NO TEMPO DAS BORBOLETAS - MARIPOSAS DA LIBERDADE - FILME COMPLETO
Sem comentários:
Enviar um comentário