Por José Goulão
O partido venezuelano Voluntad Popular, dirigido pelo fascista Leopoldo López e organização a que pertence o "presidente interino" Juan Guaidó, é membro da Internacional Socialista, conforme pode confirmar-se no site oficial desta instituição.
Voluntad Popular é um grupo arruaceiro, membro da Mesa de Unidade Democrática, a única aliança de oposição que boicotou as eleições presidenciais de Maio de 2018 e agora alega que, por essa razão, os resultados não deverão ser considerados válidos. A organização de Lopez e Guaidó destacou-se principalmente nas "guarimbas", as arruaças desestabilizadoras montadas com apoio e financiamento de agências norte-americanas e que em 2015 provocaram dezenas de mortos, a maioria dos quais pertencentes às forças policiais.
Leopoldo López, o chefe do Voluntad Popular, é reconhecidamente um dirigente fascista cujo comportamento chega a constranger os patrocinadores norte-americanos, que o consideram "extremista" e "intransigente", características que não se adequam à imagem democrática que pretendem transmitir.
Juan Guaidó, por seu turno, tem uma carreira iniciada com formação terrorista na Sérvia, financiada pelos Estados Unidos, e que esteve a cargo da organização Canvas, um braço do grupo Otpor, especializado em preparar "revoluções coloridas" e mudança de regimes. O "presidente interino" da Venezuela, nomeado pelo regime de Trump, distinguiu-se igualmente pela sua participação nos motins terroristas designados "guarimbas".
O facto de Voluntad Popular ser membro da Internacional Socialista contribui também para explicar as razões pelas quais o governo de Portugal e outros com tendências políticas aparentadas se associaram à direita e à extrema-direita europeias e latino-americanas no apoio à estratégia de Trump para mudar o governo na Venezuela.
Uma estratégia que põe em risco a população venezuelana devido aos elevados riscos de provocar um banho de sangue no país, como se pode constatar nas acções convocadas para este sábado por Juan Guaidó e os seus patrocinadores norte-americanos, em especial na fronteira com a Colômbia.
A herança de Andrés Perez
Em relação à Venezuela, a Internacional Socialista tem-se caracterizado, aliás, por acolher no seu seio grupos e personalidades que recorrem à violência política e outras práticas fascistas. Um dos vultos venezuelanos da Internacional socialista, antes de Leopoldo Lopez e Juan Guaidó, foi o antigo presidente Carlos Andrés Perez, considerado um exemplo "democrático" para os que insistem em mudar o governo pela força e pela rejeição dos mecanismos democráticos, designadamente os resultados eleitorais.
Não é segredo que Carlos Andrés Perez tinha muitas dificuldades em lidar com a verdadeira oposição aos seus governos, a que afinal punha em causa o regime corrupto e estrangeirado de bipartidarismo ou "arco da governação", segundo uma definição mais moderna. Opositores detidos durante o regime de Perez foram lançados de aviões para as águas oceânicas, nisso não se distinguindo a "democracia" venezuelana com chancela da Internacional Socialista das ditaduras fascistas latino-americanas nascidas, por exemplo, da Operação Condor gerida pela CIA.
Guaidó e Leopoldo Lopez seguem afinal um percurso histórico que já passou por Andrés Perez e sempre sob a tutela da Internacional Socialista e da administração norte-americana de turno.
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