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A Alemanha foi o país que mais beneficiou desde 1999. Itália e França também registaram perdas significativas no PIB per capita. A Comissão Europeia considera que as conclusões deste estudo de um "think-tank" alemão são enganadoras.
Nos 20 anos desde a entrada em vigor da moeda única europeia (1999), cada português ficou cerca de 41 mil euros mais pobre, de acordo com um estudo publicado online pelo do "think-tank" alemão Centre for European Policy,
Entre 1999 e 2017, o impacto do euro na economia portuguesa foi de menos 424 mil milhões de euros, enquando a Alemanha ganhou com a moeda única mais de 1893 biliões de euros (ou 1,8 triliões de euros).
"As conclusões deste estudo são enganadoras e isto faz com que estes títulos de jornais sejam, também, enganadores", reagiu a Comissão Europeia (CE) na sua conta oficial no Facebook.
Ainda segundo a CE, o estudo parte da ideia que um país que usa o euro (como Portugal) teria crescido tanto como Barbados se não tivesse aderido à moeda única. "Ignora dados como o nível da dívida, a política fiscal, as reformas estruturais, a credibilidade política e a arquitetura das instituições nacionais. Mesmo que tivesse tido estes dados em conta, não tinha informação suficiente para tirar a conclusão que aparece nos títulos dos jornais", refere a mesma fonte.
Os efeitos sobre a prosperidade foram determinados pela soma do PIB per capita anual e multiplicando os montantes resultantes pela taxa média nacional de consumo do país da Zona Euro em causa no período pré-euro. No caso de Portugal, a taxa de consumo usada foi de 81,09%.
O gráfico abaixo reproduzido mostra a evolução do PIB per capita com (linha azul) e sem (linha laranja é a projeção) o euro.
No estudo "20 Years of the Euro: Winners and Losers", os economistas Alessandro Gasparotti und Matthias Kullas concluíram que a Alemanha foi o país que mais beneficiou do impacto do euro por habitante, com cada alemão a ter beneficiado cerca de 23 mil euros. No extremo oposto da tabela e atrás de Portugal, estão França e Itália, com um impacto negativo de cerca de 56 mil e 74 mil euros por habitante, respetivamente.
A parte mais dura da fatura da moeda única é paga pela Itália que perdeu, de 1999 a 2017, cerca de 4325 biliões de euros e da França que ficou sem 3,591 biliões de euros, no mesmo período temporal.
"Portugal beneficiou apenas marginalmente do euro nos primeiros anos após a sua introdução. Nos anos seguintes, o euro levou cada vez mais a perdas de prosperidade", explicam os economistas, que apontam para uma maior perda global na Zona Euro. "Agregado, deu origem a uma queda na prosperidade de 424 mil milhões de euros no total ou 40.604 per capita".
Os economistas defendem ainda que Portugal deverá "realizar urgentemente reformas" para aumentar o PIB per capita para "beneficiar do euro a médio prazo". Neste sentido, defendem quer uma melhoria das condições de incentivos para o investimento privado, redirecionando mais a despesa pública para o investimento e menos para o consumo.
Texto atualizado às 16.10 horas com reação oficial da Comissão Europeia
Nos 20 anos desde a entrada em vigor da moeda única europeia (1999), cada português ficou cerca de 41 mil euros mais pobre, de acordo com um estudo publicado online pelo do "think-tank" alemão Centre for European Policy,
Entre 1999 e 2017, o impacto do euro na economia portuguesa foi de menos 424 mil milhões de euros, enquando a Alemanha ganhou com a moeda única mais de 1893 biliões de euros (ou 1,8 triliões de euros).
"As conclusões deste estudo são enganadoras e isto faz com que estes títulos de jornais sejam, também, enganadores", reagiu a Comissão Europeia (CE) na sua conta oficial no Facebook.
Ainda segundo a CE, o estudo parte da ideia que um país que usa o euro (como Portugal) teria crescido tanto como Barbados se não tivesse aderido à moeda única. "Ignora dados como o nível da dívida, a política fiscal, as reformas estruturais, a credibilidade política e a arquitetura das instituições nacionais. Mesmo que tivesse tido estes dados em conta, não tinha informação suficiente para tirar a conclusão que aparece nos títulos dos jornais", refere a mesma fonte.
Os efeitos sobre a prosperidade foram determinados pela soma do PIB per capita anual e multiplicando os montantes resultantes pela taxa média nacional de consumo do país da Zona Euro em causa no período pré-euro. No caso de Portugal, a taxa de consumo usada foi de 81,09%.
O gráfico abaixo reproduzido mostra a evolução do PIB per capita com (linha azul) e sem (linha laranja é a projeção) o euro.
No estudo "20 Years of the Euro: Winners and Losers", os economistas Alessandro Gasparotti und Matthias Kullas concluíram que a Alemanha foi o país que mais beneficiou do impacto do euro por habitante, com cada alemão a ter beneficiado cerca de 23 mil euros. No extremo oposto da tabela e atrás de Portugal, estão França e Itália, com um impacto negativo de cerca de 56 mil e 74 mil euros por habitante, respetivamente.
A parte mais dura da fatura da moeda única é paga pela Itália que perdeu, de 1999 a 2017, cerca de 4325 biliões de euros e da França que ficou sem 3,591 biliões de euros, no mesmo período temporal.
"Portugal beneficiou apenas marginalmente do euro nos primeiros anos após a sua introdução. Nos anos seguintes, o euro levou cada vez mais a perdas de prosperidade", explicam os economistas, que apontam para uma maior perda global na Zona Euro. "Agregado, deu origem a uma queda na prosperidade de 424 mil milhões de euros no total ou 40.604 per capita".
Os economistas defendem ainda que Portugal deverá "realizar urgentemente reformas" para aumentar o PIB per capita para "beneficiar do euro a médio prazo". Neste sentido, defendem quer uma melhoria das condições de incentivos para o investimento privado, redirecionando mais a despesa pública para o investimento e menos para o consumo.
Texto atualizado às 16.10 horas com reação oficial da Comissão Europeia
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