Os baixos salários, as restrições à captura e a concorrência da náutica de recreio estão a fazer baixar o número de pescadores, sobretudo no Algarve, região onde, desde 2001, o número caiu para metade.
De acordo com dados divulgados pela Pordata, existem 17 642 pescadores em Portugal, grupo profissional que tem vindo a diminuir desde 2001 em todas as regiões do País, com o Algarve no topo da lista, região na qual se registou uma redução de 56% de pescadores entre 2001 e 2017.
Embora Portugal seja o país da União Europeia com maior zona económica exclusiva, o sector das pescas tem sido fustigado pela política implementada ao longo das últimas décadas, com a Política Comum de Pescas (PCP) a desempenhar um papel central.
A diminuição da população empregada no sector, aliada à redução da frota, empurraram o País para uma situação em que, não só não exportamos, como temos de importar parte do peixe que consumimos.
As medidas que se introduziram na PCP, nomeadamente depois da revisão de 2012, desprezam a dimensão deste sector, não apenas na sua vertente ambiental, mas também a nível económico, laboral e social.
Segundo a estatística da Pordata, verifica-se ainda uma alteração da concentração geográfica do número pescadores em Portugal: em 2001, era no Algarve e no Norte onde se encontravam grande parte dos pescadores; em 2017, quase metade dos pescadores de Portugal encontram-se nas regiões do Norte e Centro (26% e 23%, respectivamente).
Cavala ultrapassa sardinha
Actualmente, a cavala é o tipo de peixe mais capturado em Portugal – em 2017 foram capturadas 19 mil toneladas –, tendo ultrapassado a pesca da sardinha a partir de 2012.
Por outro lado, apesar de o polvo corresponder a apenas 5% do total da captura de peixe em 2017, representa a maior receita gerada pelas vendas de peixe em lota em Portugal (14%).
O Algarve continua a liderar a captura do polvo em Portugal, ainda que tenha havido uma diminuição de 39% entre 2002 e 2017. Consequentemente, a receita gerada pela venda do polvo diminuiu em 11% no Algarve.
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