Mário Motta, Lisboa
Melancia, Manuel Pinho, José Sócrates, Ricardo Salgado, Cavaco Silva, Dias Loureiro, Oliveira Costa… Eles são mais que as mães. Todos dignos representantes das elites pós 25 de Abril de 1974, que inclui alguns desses tempos de salazarismo fascista em que Portugal era posse de meia-dúzia de famílias Quinas, Melo, Espírito Santo e poucas mais.
Após 25 de Novembro de 1975, Portugal começou a ser entregue a outras famílias. Os partidárias da velha direita com cores esbotadas foram as famílias que se venderam às velhas famílias por troca de alguns milhões que sempre vão pingando, como se vê.
O regresso de Melos, Champalimaud e quejandos foi supimpa, os referidos partidos do “Portugal fixe e democrático” assentaram na malga do Bloco Central. Daí foi um ver se te avias num descarado fartar vilanagem. Os compadrios, os conluios, a corrupção e o nepotismo quase ganharam força de lei. CDS, PSD e PS lá se entenderam no pataca a ti, pataca a mim, sabendo que a maioria das patacas foram para as grandes famílias velhas e novas surgidas do quase nada para a opulência e o fausto associado a quem cabritos vende e cabras não tem de algum lado lhe vem. Mas tais factos sempre muito pouco importaram ao primado na lei. Mesmo agora, na atualidade, muito pouco importa.
É vê-los por aí à solta, impunes, livres que nem passarinhos. Bastando que de vez em quando lá se puna de faz de conta algum dos menos preponderantes daquelas famílias donas disto tudo, do país e arredores.
Tanto assim acontece que vimos Salgado à solta apesar de trafulhices de milhares de milhões, também Oliveira Costa… E outros. Uns quantos até são “incomodados” pela dita “justiça” mas de seguida saem em liberdade e lá continuam nas negociatas e a viver com faustos que nem passa pelas cabeças dos plebeus que sustentam todos aqueles privilegiados que se diz serem familiares de espécie vampiresca… E assim se fez o Portugal dos Grandes e o Portugal dos Pequeninos. Muitos milhões de portugueses alimentam essas famílias impunes que de vez em quando lá vão a investigadores e a tribunal com exércitos de advogados dizendo-se inocentes e até a reclamarem se o tal arremedo de aparelho de justiça luso os punir ligeiramente. Assim acontece em Portugal, assim se vai fazendo Portugal de uns quantos grandes a vampirizar milhões de portugueses. Nada que não se saiba, mas cobardemente consentido. Até um dia, senhores do fausto.
Até um dia.
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