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Por enquanto, a zona euro é um fracasso
(Patrick Artus, 05 de Setembro de 2018)
Por enquanto, podemos considerar que a zona euro é um fracasso, uma vez que não observamos nela as características esperadas numa União Económica e Monetária:
Por conseguinte, a zona do euro não permite atualmente que as poupanças sejam investidas onde são mais eficazes na zona do euro e não mostrou um efeito significativo a nível do mercado único.
A primeira fraqueza da zona euro: o desaparecimento da mobilidade de capitais entre países
Uma das motivações essenciais para a criação de uma União Monetária é promover, através do desaparecimento do risco cambial, a mobilidade do capital entre países, o que permite que a poupança financie investimentos na União Monetária onde os investimentos são mais rentáveis.
Em particular, os países periféricos da zona euro tiveram de fazer desaparecer os seus défices externos comprimindo a sua procura interna (Gráficos 2ª/b).
Conclusão: Por conseguinte, a unificação monetária já não proporciona à zona euro a capacidade de transferir as poupanças para financiar os investimentos mais eficientes.
Segunda deficiência da zona euro:
Por conseguinte, o mercado único não impulsionou significativamente o comércio entre os países da zona euro.
Terceira deficiência da zona euro, o grande mercado único não levou ao aparecimento de grandes empresas das Novas Tecnologias.
O mercado interno da zona euro é apenas 30% inferior ao dos Estados Unidos em termos de PIB e maior em termos de população (Gráficos 4a/b).
No entanto, surgiram grandes empresas de Nova Tecnologia nos Estados Unidos e não na zona euro (Figura 5), apesar da grande dimensão do mercado interno da área do euro.
Resumo: porque é que no total podemos dizer que a zona euro é um fracasso.
Espera-se normalmente que a criação de uma União Económica e Monetária:
O segundo texto desta série será publicado amanhã, 20/02/2019,
Em 1999, uma criança nasceu, de parto prematuro e com deformidades congénitas: o Euro 20 anos depois – alguns textos sobre a sua atribulada existência. Texto 1. Por enquanto, a zona euro é um fracasso
Por enquanto, a zona euro é um fracasso
(Patrick Artus, 05 de Setembro de 2018)
Por enquanto, podemos considerar que a zona euro é um fracasso, uma vez que não observamos nela as características esperadas numa União Económica e Monetária:
- a mobilidade dos capitais entre os países da área do euro desapareceu desde a crise de 2010-2013 na zona euro;
- o comércio entre os países da zona euro não beneficiou tanto quanto seria de esperar da integração monetária e económica;
Por conseguinte, a zona do euro não permite atualmente que as poupanças sejam investidas onde são mais eficazes na zona do euro e não mostrou um efeito significativo a nível do mercado único.
A primeira fraqueza da zona euro: o desaparecimento da mobilidade de capitais entre países
Uma das motivações essenciais para a criação de uma União Monetária é promover, através do desaparecimento do risco cambial, a mobilidade do capital entre países, o que permite que a poupança financie investimentos na União Monetária onde os investimentos são mais rentáveis.
No entanto, desde a crise de 2010-2013 na zona euro, a mobilidade de capitais desapareceu entre os países da zona euro. Uma tal situação deve-se ao facto do excedente externo da Alemanha e dos Países Baixos já não tem como contrapartida o défice externo dos outros países da zona euro, mas sim por um excedente externo global da zona euro (Gráfico 1).
Em particular, os países periféricos da zona euro tiveram de fazer desaparecer os seus défices externos comprimindo a sua procura interna (Gráficos 2ª/b).
Conclusão: Por conseguinte, a unificação monetária já não proporciona à zona euro a capacidade de transferir as poupanças para financiar os investimentos mais eficientes.
Segunda deficiência da zona euro:
- o comércio entre países não foi significativamente impulsionado pelo mercado único
- a livre circulação de bens e serviços e o desaparecimento do risco cambial deverão normalmente conduzir, numa União Monetária, a um aumento do comércio entre países.
Por conseguinte, o mercado único não impulsionou significativamente o comércio entre os países da zona euro.
Terceira deficiência da zona euro, o grande mercado único não levou ao aparecimento de grandes empresas das Novas Tecnologias.
O mercado interno da zona euro é apenas 30% inferior ao dos Estados Unidos em termos de PIB e maior em termos de população (Gráficos 4a/b).
No entanto, surgiram grandes empresas de Nova Tecnologia nos Estados Unidos e não na zona euro (Figura 5), apesar da grande dimensão do mercado interno da área do euro.
Resumo: porque é que no total podemos dizer que a zona euro é um fracasso.
Espera-se normalmente que a criação de uma União Económica e Monetária:
- aumente a mobilidade dos capitais entre as regiões desta União, facilitando assim o financiamento dos investimentos mais eficientes;
- aumente o comércio entre as regiões desta União;
- promova a criação de grandes empresas de novas tecnologias que se desenvolvem no grande mercado interno da União.
O segundo texto desta série será publicado amanhã, 20/02/2019,
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