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domingo, 17 de fevereiro de 2019

BALEIZÃO A TERRA QUE NÃO ESQUECE CATARINA


Assassinada a tiro pelo tenente Carrajola da GNR no Alentejo numa carga policial que dispersava um protesto operário, tornou-se mártir da luta popular contra o regime de Salazar. Foi imortalizada em poemas de Sophia de Mello Breyner e Ary dos Santos e numa canção de José Afonso.

Catarina Efigénia Sabino Eufémia nasceu em Baleizão, no Alentejo, a 13 de Fevereiro de 1928. Era uma ceifeira pobre e quase analfabeta que, durante uma greve de catorze mulheres assalariadas rurais, a 19 de Maio de 1954, foi assassinada a tiro por um tenente da Guarda Nacional Republicana. Tinha 26 anos, três filhos, um dos quais de oito meses (ao seu colo quando foi baleada) e estava grávida de um quarto.
A sua trágica história acabou por personificar a resistência ao regime salazarista, sendo adoptada pelo Partido Comunista Português como ícone da resistência no Alentejo. Dedicaram-lhe poemas autores como Sophia de Mello Breyner, Carlos Aboim Inglez, Eduardo Valente da Fonseca, Francisco Miguel Duarte, José Carlos Ary dos Santos ou Maria Luísa Vilão Palma. O poema de António Vicente Campinas ‘Cantar Alentejano’ foi musicado por Zeca Afonso no álbum ‘Cantigas de Maio’, editado no Natal de 1971.



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