AVISO

OS COMENTÁRIOS, E AS PUBLICAÇÕES DE OUTROS
NÃO REFLETEM NECESSARIAMENTE A OPINIÃO DO ADMINISTRADOR DO "Pó do tempo"

Este blogue está aberto à participação de todos.


Não haverá censura aos textos mas carecerá
obviamente, da minha aprovação que depende
da actualidade do artigo, do tema abordado, da minha disponibilidade, e desde que não
contrarie a matriz do blogue.

Os comentários são inseridos automaticamente
com a excepção dos que o sistema considere como
SPAM, sem moderação e sem censura.

Serão excluídos os comentários que façam
a apologia do racismo, xenofobia, homofobia
ou do fascismo/nazismo.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Uma Espécie de "Solução Final"

O MINISTRO da Economia, Álvaro Santos Pereira, já encontrou o remédio para deixar sobreviver alguns dos apêndices do “estado social”. A solução passa pela institucionalização e credenciação da pobreza, com direito a passe social de outra cor (como os cartões de crédito com diferentes plafonds), com acesso a descontos e preços especiais no cabaz de compras de produtos essenciais, nos cuidados de saúde, medicamentos, educação, consumos de água, gás e electricidade, e porque não no preço da ida ao cinema ou ao jogo de futebol. Suspeito que para os casos mais extremos, está em estudo um passaporte para os bancos alimentares, a par de autorizações do ministro da Defesa para pernoitar nas casernas dos quartéis. Tudo isto porque os tempos são outros e já não se justifica, como há tempos atrás, para não haver confusões entre ricos e pobretanas, os carros usados importados, mesmo sendo topos de gama, levarem com a matrícula “K”, ou então, como no século passado - embora com outros e maléficos objectivos – ser vulgar haver quem andasse com uma estrela de David cozida na fatiota, amarela e bem visível, para marcar a diferença, à espera da “solução final”.
Entretanto, António José Seguro, exibindo aquela fisionomia de pessoa que sofre de prisão de ventre, indiferente à “guetização” em curso, anda a entoar-nos algumas canções de embalar, com letra da troika e música do bloco central. Diz ele que somos todos vítimas (menos uns quantos) das imposições que vieram lá de fora (pois claro!), que temos que dar as mãos, continuar a trabalhar e a descontar para os respeitáveis accionistas dos bancos, trauteando o “fui ao jardim da Celeste, giroflé-flé-flá”, cara alegre, olhar em frente, e vamos a isto que o que é preciso é ter fé, pois o mau tempo há-de passar.

Sem comentários: