FMI, arranjas-me um emprego?
Na mesma manhã em que o ministro das Finanças anunciava ao país, numa conferência de imprensa sem direito a perguntas, o aumento do IVA do gás e da electricidade, os emissários da troikarespondiam, com disposição, às questões sobre as medidas do plano de intervenção aplicadas pelo Governo. Foi o representante da Comissão Europeia e não Vítor Gaspar ou Passos Coelho que nos informou que o aumento de impostos decretado uma hora antes tinha sido o último…de 2011. Está visto que nesta política de terra queimada fala quem manda. Concentremo-nos nessa fala.
O FMI, pela boca de Poul Tomsen, escolheu somar ao longo elogio do Governo uma apoquentação sentida, dizendo que o dado mais surpreendente em Portugal é o do desemprego jovem. É “inaceitável e escandaloso” uma taxa de 30%, enfatizou Tomsen. E tem toda a razão. Com o desemprego perdemos todos, mais e menos jovens, por isso, uma política que não cria emprego é sempre uma política falhada. Então é justo perguntar: a política FMI cria emprego?
O corte no subsídio de natal, o aumento dos transportes, do gás e da electricidade cobrem um desvio orçamental (onde cabem o BPN e a Madeira), ao mesmo tempo que estrangulam a economia e destroem o emprego. Nada se resolve, tudo o que se justifica com a dívida é o que alimenta a dívida. O ciclo da dependência acelera-se, o FMI elogia mas quer mais. A alteração das leis laborais, votada na calada das férias, diz que se deve aumentar a incerteza da vida para seis anos nos contratos a termo certo e que os trabalhadores a recibo verde se devem contentar com o rebuçado do subsídio desemprego, sendo que este mesmo subsídio é cortado e passa a depender do trabalho gratuito. Menos protecção e destruição do emprego com direitos resultarão em mais precariedade: a fórmula mágica para o roubo dos salários e a antecâmara do desemprego. O FMI exulta mas quer mais. A privatização de serviços públicos permitirá a transferência do que é de todos para as mãos de uns poucos, com Mota-Engil e Sonae a salivar pelos CTT, a REN na mira da Logoplaste de Filipe de Button, a Veolia sedenta pelas Águas de Portugal, e por aí vai. Rendas seguras para estes últimos, menos verbas para o Estado, serviços mais caros e piores para os consumidores, despedimentos para os trabalhadores. Também aqui está a política FMI, com menos emprego e menos vida.
Dúvidas houvesse, olhemos o caso da redução da TSU. O espelho mais perfeito desta escolha ideológica do Governo, do FMI e dos seus parceiros credores. O próprio relatório apresentado pelo Governo diz que a medida é recessiva, que tem um impacto mínimo na redução dos custos das empresas e que cobrir o rombo que abre na segurança social com o aumento do IVA é atacar os salários e portanto, o consumo. Não há lugar a criação de emprego, apenas a mais transferência de capital, redução da receita fiscal e aumento do défice. O cenário perfeito para mais medidas de austeridade.
Está visto. Esta política ou é vencida e substituída ou a criação de emprego, nos próximos anos, não passará de uma hipócrita expressão nos lábios do FMI.
O FMI, pela boca de Poul Tomsen, escolheu somar ao longo elogio do Governo uma apoquentação sentida, dizendo que o dado mais surpreendente em Portugal é o do desemprego jovem. É “inaceitável e escandaloso” uma taxa de 30%, enfatizou Tomsen. E tem toda a razão. Com o desemprego perdemos todos, mais e menos jovens, por isso, uma política que não cria emprego é sempre uma política falhada. Então é justo perguntar: a política FMI cria emprego?
O corte no subsídio de natal, o aumento dos transportes, do gás e da electricidade cobrem um desvio orçamental (onde cabem o BPN e a Madeira), ao mesmo tempo que estrangulam a economia e destroem o emprego. Nada se resolve, tudo o que se justifica com a dívida é o que alimenta a dívida. O ciclo da dependência acelera-se, o FMI elogia mas quer mais. A alteração das leis laborais, votada na calada das férias, diz que se deve aumentar a incerteza da vida para seis anos nos contratos a termo certo e que os trabalhadores a recibo verde se devem contentar com o rebuçado do subsídio desemprego, sendo que este mesmo subsídio é cortado e passa a depender do trabalho gratuito. Menos protecção e destruição do emprego com direitos resultarão em mais precariedade: a fórmula mágica para o roubo dos salários e a antecâmara do desemprego. O FMI exulta mas quer mais. A privatização de serviços públicos permitirá a transferência do que é de todos para as mãos de uns poucos, com Mota-Engil e Sonae a salivar pelos CTT, a REN na mira da Logoplaste de Filipe de Button, a Veolia sedenta pelas Águas de Portugal, e por aí vai. Rendas seguras para estes últimos, menos verbas para o Estado, serviços mais caros e piores para os consumidores, despedimentos para os trabalhadores. Também aqui está a política FMI, com menos emprego e menos vida.
Dúvidas houvesse, olhemos o caso da redução da TSU. O espelho mais perfeito desta escolha ideológica do Governo, do FMI e dos seus parceiros credores. O próprio relatório apresentado pelo Governo diz que a medida é recessiva, que tem um impacto mínimo na redução dos custos das empresas e que cobrir o rombo que abre na segurança social com o aumento do IVA é atacar os salários e portanto, o consumo. Não há lugar a criação de emprego, apenas a mais transferência de capital, redução da receita fiscal e aumento do défice. O cenário perfeito para mais medidas de austeridade.
Está visto. Esta política ou é vencida e substituída ou a criação de emprego, nos próximos anos, não passará de uma hipócrita expressão nos lábios do FMI.
blog Adeus Lenine
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