O PS na clandestinidade
por BAPTISTA-BASTOS24 Agosto 2011
Onde se encontra António José Seguro? Que estará a fazer António José Seguro? Porque não aparece António José Seguro? O PS sumiu-se? As perguntas, aflitas e arquejantes, cruzam-se nas Redacções dos jornais, das televisões, das rádios. Os políticos interrogam-se, por telefone, por mail, por facebook. Até o dr. Sarmento, de hábito muito bem informado, anda tão perplexo e agitado, talvez mais agitado e perplexo do que é costume, vive mergulhado nas trevas da ignorância, acerca de tão augusto problema. Falou com Lobo Xavier, também este gravemente atingido pela inquietação, que não conseguiu esclarecer a funesta dúvida, a qual apoquentava o seu patrão, o eng.º Belmiro, atacado de persistentes insónias.
Começou a dizer-se, à boca pequena, que o circunspecto Seguro se encafuara num gabinete do Largo do Rato, folheando dossiês sobre dossiês, a fim de se preparar para a abertura das hostilidades com Passos, e aceitando o martírio para conquistar a glória. Outros sussurravam que se encontrava, em sigilo, com Mário Soares, para receber lições de como ser astuto sem o demonstrar, e justiceiro com a displicência de um felino.
A mortificação de Seguro tinha razão de ser. E a procura de ajuda espiritual era um forte esteio. Os embates que tivera com Passos haviam-se saldado por melancólicos desaires. E os avanços, os projectos, as decisões, as propostas, os decretos, as leis em catadupa, insinuosamente expostos ou claramente apresentados pelo presidente do PSD desorientavam o adversário.
Que fazer? A leninista interrogação obtinha respostas dúbias. Pouco mais do que ter birras restava a António José Seguro. O seu partido assinara um memorando draconiano e mandam as regras do bom nome que os compromissos se respeitem. Não será bem assim, tanto mais que Passos tem-se adiantado ao que foi estipulado, excedendo a combinação. O Governo comete injustiças das mais bravas e dolorosas e o PS de Seguro está desaparecido sem combate. Como se diz num velho samba: "ninguém sabe / ninguém viu" o que é feito desta gente. Ao menos um arrobo de protesto, um gesticular de indignação, por modesto que fosse. Nada. E o PSD aproveita todas as oportunidades para aparecer, seja nas praias algarvias, seja em declarações absurdas mas úteis para a "visibilidade." O dr. Relvas até foi à Colômbia, apoiar moralmente a selecção de subvinte, enquanto o PS nem um ramo de rosas pálidas enviou como congratulação de "sermos" vicecampeões.
Onde estará Seguro? Onde se esconde o PS? Paralelamente tristes, votam-nos a uma melancolia atroz, que nem a satisfação provocatória do Governo consegue amenizar. Claro que nada disto é eterno ou estável. Porém, a cada dia que passa perdemos um sonho, uma réstia de esperança, um pequeno gomo de fé, uma fatia de confiança.
Começou a dizer-se, à boca pequena, que o circunspecto Seguro se encafuara num gabinete do Largo do Rato, folheando dossiês sobre dossiês, a fim de se preparar para a abertura das hostilidades com Passos, e aceitando o martírio para conquistar a glória. Outros sussurravam que se encontrava, em sigilo, com Mário Soares, para receber lições de como ser astuto sem o demonstrar, e justiceiro com a displicência de um felino.
A mortificação de Seguro tinha razão de ser. E a procura de ajuda espiritual era um forte esteio. Os embates que tivera com Passos haviam-se saldado por melancólicos desaires. E os avanços, os projectos, as decisões, as propostas, os decretos, as leis em catadupa, insinuosamente expostos ou claramente apresentados pelo presidente do PSD desorientavam o adversário.
Que fazer? A leninista interrogação obtinha respostas dúbias. Pouco mais do que ter birras restava a António José Seguro. O seu partido assinara um memorando draconiano e mandam as regras do bom nome que os compromissos se respeitem. Não será bem assim, tanto mais que Passos tem-se adiantado ao que foi estipulado, excedendo a combinação. O Governo comete injustiças das mais bravas e dolorosas e o PS de Seguro está desaparecido sem combate. Como se diz num velho samba: "ninguém sabe / ninguém viu" o que é feito desta gente. Ao menos um arrobo de protesto, um gesticular de indignação, por modesto que fosse. Nada. E o PSD aproveita todas as oportunidades para aparecer, seja nas praias algarvias, seja em declarações absurdas mas úteis para a "visibilidade." O dr. Relvas até foi à Colômbia, apoiar moralmente a selecção de subvinte, enquanto o PS nem um ramo de rosas pálidas enviou como congratulação de "sermos" vicecampeões.
Onde estará Seguro? Onde se esconde o PS? Paralelamente tristes, votam-nos a uma melancolia atroz, que nem a satisfação provocatória do Governo consegue amenizar. Claro que nada disto é eterno ou estável. Porém, a cada dia que passa perdemos um sonho, uma réstia de esperança, um pequeno gomo de fé, uma fatia de confiança.
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