AVISO

OS COMENTÁRIOS, E AS PUBLICAÇÕES DE OUTROS
NÃO REFLETEM NECESSARIAMENTE A OPINIÃO DO ADMINISTRADOR DO "Pó do tempo"

Este blogue está aberto à participação de todos.


Não haverá censura aos textos mas carecerá
obviamente, da minha aprovação que depende
da actualidade do artigo, do tema abordado, da minha disponibilidade, e desde que não
contrarie a matriz do blogue.

Os comentários são inseridos automaticamente
com a excepção dos que o sistema considere como
SPAM, sem moderação e sem censura.

Serão excluídos os comentários que façam
a apologia do racismo, xenofobia, homofobia
ou do fascismo/nazismo.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Comunidade internacional abre "guerra" pelo petróleo da Líbia

O petróleo tem sido o troféu das guerras contemporâneas. Quem não esteve do lado "certo" desde o início do conflito, está a fazer piruetas. A China é a mais forte candidata à medalha de ouro da acrobacia diplomática.
No terreno, o cheiro ainda é de pólvora. Mas é atrás do cheiro do “ouro negro” que estão já as maiores potências internacionais.

Consolidada a expectativa de que o regime de Muammar Kadhafi morreu ontem ao fim de quatro décadas com a ocupação do seu quartel-general pelas forças rebeldes, todos os países estão a mexer peças no sentido de se aproximarem do conselho de transição, que tenciona marcar eleições dentro de oito meses, e de reposicionarem as respectivas empresas e investimentos num dos países mais ricos em petróleo e gás.

Segundo a agência Bloomberg, a italiana Eni, dona de um terço da Galp, está a fazer lóbi junto dos líderes rebeldes para manter a sua liderança como produtor de energia na Líbia. Um estatuto assegurado dadas as boas relações entre Kadhafi e Sílvio Berlusconi, que só em Abril – e muito a contragosto – permitiu que forças aéreas italianas se juntassem à operação da NATO.

Ainda segundo a Bloomberg, que cita uma fonte anónima próxima da empresa italiana, a Eni quer assegurar-se de que não vai perder terreno para a Total francesa, que dispõe agora da vantagem política de Nicolas Sarkozy ter sido o primeiro líder mundial a reconhecer o movimento rebelde como interlocutor legítimo na Líbia. E quer também travar caminho às petrolíferas britânicas e norte-americanas, cujos países tomaram a dianteira no apoio ao movimento para derrubar o ditador.

Em 2010, a Eni assegurou na Líbia – antiga colónia italiana – cerca de 15% de sua produção mundial. A Total, cerca de 2,5%.

Emergentes tomam posição
À medida que os rebeldes avançavam sobre Tripoli, a maior pirueta diplomática era dada em Pequim. Depois de se ter sempre mostrado contra a intervenção da NATO num Estado soberano, numa linha igualmente defendida pela Rússia (que também se absteve quando a ONU votou a intervenção da Aliança Atlântica), o Governo chinês mudou ontem de discurso.


Em comunicado citado pela Reuters, o ministério dos Negócios Estrangeiros afirma que a China “respeita a escolha do povo líbio” e que “sempre reconheceu importância do papel do Conselho nacional de Transição na resolução dos problemas do país”.

Pequim quer agora que os esforços de reconstrução do país sejam coordenados pela ONU, onde a potência asiática tem assento no Conselho de Segurança, e não pelos ocidentais que financiaram, armaram e lutaram ao lado dos rebeldes. E estará por detrás da posição concertada que os BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) deverão apresentar nas Nações Unidas.

A China fez nos últimos anos grandes investimentos, designadamente em infra-estruturas de transporte, a troco de acesso privilegiado ao "ouro negro". No ano passado obteve na Líbia 3% do petróleo importado, o correspondente a 10% das exportações líbias.

Sem comentários: