Medina: "Taxar os ricos? As fortunas mexem-se e escondem-se"
O ex-ministro das FinançasReinaldo Rodrigues
O antigo ministro das Finanças presidiu a uma comissão que publicou um estudo em 1999 chamado Projecto de Reforma da Tributação do Património.O primeiro-ministro da altura António Guterres, e o então ministro das Finanças António Sousa Franco, pretendiam taxar os bens móveis: acções, obrigações, títulos e depósitos.
O Governo disse que "não descarta a possibilidade" de criar uma contribuição especial sobre os mais ricos. O que pensa disto?
Este episódio é especial. Nasceu nos Estados Unidos com o Warren Buffett e é um problema que se discute nesta conjuntura especial, em tempo de crise económica e social. É uma tributação especial. Estou de acordo porque vivemos num contexto especial.Não faz sentido que uma pessoa que ganhe 500 euros seja taxada ao máximo e que uma pessoa que tenha mais dinheiro pague pouco. A actual discussão faz sentido. O problema é melindroso.A questão aqui é o método pelo qual se vai cobrar aos mais ricos. Pensar no método é que vale a pena.As fortunas são muito difíceis de apanhar. Uma pessoa muito rica tem em regra geral muito bens mobiliários: acções, obrigações, depósitos.Este imposto sobre as fortunas tem toda a moralidade. Um exemplo: uma pessoa ganha um ordenado, compra uma casa e paga IMI. Outra pessoa, ganha um ordenado, mas poupa esse dinheiro para usar em acções. Esta pessoa não paga nenhum imposto. Isto é um defeito
E qual é o método?
Este imposto sobre os ricos não vai taxar a riqueza, vai sim taxar os rendimentos dos advogados, médicos e gestores. O IRS dos mais ricos em Portugal, já chega aos 46,5%, é um valor muito alto. Uma pessoa trabalha, ganha um ordenado, dá 50% ao Estado, e ainda paga IVA de 23%. Qualquer dia ninguém quer trabalhar em Portugal. Nos países onde há grandes fortunas, ganha-se muito pouco dinheiro, porque os bens imóveis são poucos e os rendimentos são pequenos, comparado com o dinheiro disponível pelos mais ricos em bens mobiliários. Faz lembrar quando após o 25 de Abril, o imposto sobre os rendimento chegou aos 70%, era uma loucura. Agora está nos 46%, aumenta-lo vai ser um disparate.O homem escolhido para esta missão foi Medina Carreira, mas as coisas não correram bem. Com o impostos sobre os mais ricos a ser debatido actualmente, o Dinheiro Vivo entrevistou o antigo ministro das Finanças para saber a sua opinião sobre uma eventual cobrança desta taxa e qual a sua solução para esta questão.
O Governo disse que "não descarta a possibilidade" de criar uma contribuição especial sobre os mais ricos. O que pensa disto?
Este episódio é especial. Nasceu nos Estados Unidos com o Warren Buffett e é um problema que se discute nesta conjuntura especial, em tempo de crise económica e social. É uma tributação especial. Estou de acordo porque vivemos num contexto especial.Não faz sentido que uma pessoa que ganhe 500 euros seja taxada ao máximo e que uma pessoa que tenha mais dinheiro pague pouco. A actual discussão faz sentido. O problema é melindroso.A questão aqui é o método pelo qual se vai cobrar aos mais ricos. Pensar no método é que vale a pena.As fortunas são muito difíceis de apanhar. Uma pessoa muito rica tem em regra geral muito bens mobiliários: acções, obrigações, depósitos.Este imposto sobre as fortunas tem toda a moralidade. Um exemplo: uma pessoa ganha um ordenado, compra uma casa e paga IMI. Outra pessoa, ganha um ordenado, mas poupa esse dinheiro para usar em acções. Esta pessoa não paga nenhum imposto. Isto é um defeito
E qual é o método?
Este imposto sobre os ricos não vai taxar a riqueza, vai sim taxar os rendimentos dos advogados, médicos e gestores. O IRS dos mais ricos em Portugal, já chega aos 46,5%, é um valor muito alto. Uma pessoa trabalha, ganha um ordenado, dá 50% ao Estado, e ainda paga IVA de 23%. Qualquer dia ninguém quer trabalhar em Portugal. Nos países onde há grandes fortunas, ganha-se muito pouco dinheiro, porque os bens imóveis são poucos e os rendimentos são pequenos, comparado com o dinheiro disponível pelos mais ricos em bens mobiliários. Faz lembrar quando após o 25 de Abril, o imposto sobre os rendimento chegou aos 70%, era uma loucura. Agora está nos 46%, aumenta-lo vai ser um disparate.O homem escolhido para esta missão foi Medina Carreira, mas as coisas não correram bem. Com o impostos sobre os mais ricos a ser debatido actualmente, o Dinheiro Vivo entrevistou o antigo ministro das Finanças para saber a sua opinião sobre uma eventual cobrança desta taxa e qual a sua solução para esta questão.
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