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sábado, 20 de agosto de 2011

Antonio Negri e Gilberto Gil

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Antonio Negri

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Antonio Negri
Nascimento1 de agosto de 1933
Pádua, Itália
Nacionalidadeitaliano
Ocupaçãoacadêmico, político
Influências
Escola/tradiçãopós-estruturalismo, pós-modernismo, pós-marxismo
Principais interessesPolítica
Ideias notáveisMultidão, Império
Antonio Negri, também conhecido como Toni Negri (Pádua, 1 de agosto de 1933), é um filósofo político marxista italiano.
Tradutor dos escritos de Filosofia do Direito de Hegel, especialista em Descartes, Kant, Espinosa, Leopardi, Marx e Dilthey, tornou-se conhecido no meio universitário sobretudo por seu trabalho sobre Espinosa, mas sua atividade acadêmica sempre foi intimamente ligada à atividade política.
Negri ganhou notoriedade internacional nos primeiros anos do século XXI, após o lançamento do livro Império - que se tornou um manifesto do movimento anti-globalização - e sua sequência, Multidão, ambos escritos em co-autoria com seu ex-aluno Michael Hardt.

[editar] Trajetória intelectual e política

Graduou-se em Filosofia na Universidade de Pádua, onde foi aluno brilhante e, inserindo-se no ambiente goliardesco, dirigiu o jornal dos estudantes da universidade, il Bo.[1]
Em 1955 apresentou sua tese de graduação "Lo storicismo tedesco da Dilthey a Weber" ("O historicismo alemão de Dilthey a Weber").
Em 1956, foi-lhe concedida uma bolsa de estudos do Istituto Italiano per gli Studi Storici (Instituto Italiano de Estudos Históricos). Posteriormente, foi nomeado assistente do diretor da faculdade e, em 1967, obteve a cátedra de Teoria do Estado, sempre na Universidade de Pádua, onde também dirigiu o Instituto de Ciências Políticas.
Iniciou sua militância política nos anos 1950 como ativista da Gioventú Italiana di Azione Cattolica (GIAC) ("Juventude Italiana de Ação Católica"), organização ligada à Ação Católica. Foi membro da Internacional Socialista, de 1956 a 1963.
No início dos anos 1960, Negri compôs o comitê editorial dos Quaderni Rossi ("Cadernos Vermelhos"), jornal que representava o renascimento intelectual do marxismo na Itália, fora da esfera de controle do Partido Comunista Italiano.
Foi também um dos fundadores do Potere Operaio ("Poder Operário"), em 1969, e do movimento denominado operaísmo. O Potere Operaio se desfez em 1973, dando lugar à Autonomia Operaia, também liderado por Negri.
Escreveu vários trabalhos com muitos outros "autonomistas" famosos, tais como Raniero Panzieri, Mario Tronti, Sergio Bologna e Franco Berardi, ligados a movimentos dos trabalhadores italianos, estudantes e feministas dos anos 1960 e 1970.
Durante seu exílio na França, foi professor das Universidades de Paris VII (Denis Diderot) e VIII (Vincennes–Saint-Denis). Também lecionou na École normale supérieure, na Universidade Européia de Filosofia e no Collège international de philosophie, onde também eram docentes Jacques Derrida, Michel Foucault e Gilles Deleuze.

[editar] Prisão e exílio

Em 7 de abril de 1979 foi preso sob várias acusações, dentre as quais, a de ser o ideólogo das Brigadas Vermelhas (Brigate Rosse) e mandante moral do homicídio de Aldo Moro, líder da Democracia Cristã italiana, ocorrido em 1978. Negri foi preso juntamente com outros membros da Autonomia Operaia (O. Scalzone, E. Vesce, A. Del Re, L. Ferrari Bravo, F. Piperno e outros).
Cumpriu quatro anos e meio em prisão preventiva.
Durante o período que passou na prisão, conseguiu provar sua inocência com relação a quase todas as acusações, inclusive as de envolvimento em 17 homicídios e associação com as Brigadas Vermelhas, grupo responsabilizado pelo seqüestro e morte de Aldo Moro. Mesmo assim, foi condenado a trinta anos de prisão em um controverso processo de "associação subversiva", "conspiração contra o Estado" e insurreição armada", pena que será reduzida para 17 anos.
A Anistia Internacional denunciou os processos políticos italianos e a repressão à contestação e chamou a atenção para algumas “irregularidades legais sérias” no manejo do caso Negri. O filósofo Francês Michel Foucault posteriormente comentou “Ele não está na cadeia simplesmente por ser um intelectual?” [2]. Além de Foucault, outros intelectuais franceses como Gilles Deleuze,[3] Félix Guattari e Jean-Pierre Faye manifestaram apoio a Negri e seus companheiros.
Enquanto estava na prisão, em junho de 1983, Antonio Negri foi eleito deputado pelo Partido Radical Italiano, o que lhe permitiu deixar provisoriamente a detenção, graças à imunidade parlamentar. Quando o parlamento, por pequena maioria de quatro votos (todos do Partido Radical) decidiu suspender essa imunidade, Negri fugiu para a França.

[editar] Retorno à Itália

Depois de passar vários anos na França, sem documentos mas protegido pela doutrina Mitterrand, tal como a maior parte dos "emigrados políticos" italianos, Antonio Negri retornou voluntariamente à Itália em julho de 1997 para cumprir sua pena e tentar encontrar uma solução política para os anos de chumbo. Afinal, depois de seis anos e meio de detenção, a metade dos quais em regime semi-aberto, obteve a liberação definitiva em abril de 2003.
No exílio, ensinou na Universidade de Paris VIII e no Collège International de Philosophie, fundado por Jacques Derrida. Apesar de as condições de sua residência na França lhe proibirem de se engajar em atividades políticas, escreveu prolificamente e era ativo numa coalizão de intelectuais de esquerda. Em 1990, fundou com Jean-Marie Vincent e Denis Berger o jornal “Futur Antérieur”. O jornal cessou suas publicações em 1998, mas foi recriado como “Multitudes” em 2000, com Negri como membro da mesa editorial internacional.
Atualmente Antonio Negri vive em Veneza com sua companheira, Judith Revel, e divide seu tempo entre Roma, Veneza e Paris, onde ministra seminários no Collège International de Philosophie e na Universidade de Paris I (Panthéon-Sorbonne).
Depois de ter fundado e dirigido, com Jean-Marie Vincent, a revista Futur antérieur nos anos 1990, Negri dirige a revista italiana Posse. Também fez parte do comitê de redação internacional da revista francesa Multitudes, dirigida por Yann Moulier-Boutang.

[editar] Pensamento político

Entre os temas centrais da obra de Negri estão marxismo, globalização democrática, anti-capitalismo, pós-modernismo, neoliberalismo, democracia, o comum [4] e a multidão. Sua produção intelectual prolífica, iconoclasta e cosmopolita constitui uma análise altamente original do capitalismo tardio.
Negri é extremamente desdenhoso em relação ao pós-modernismo, cujo único valor, segundo sua avaliação, é que serviu como sintoma da transição histórica cuja dinâmica ele e Hardt procuram explicar em "Império". Negri reconhece a influência de Michel Foucault, de David Harvey (A condição pós-moderna, de 1989), de Fredric Jameson ( Pós-modernismo ou a lógica cultural do capitalismo tardio de 1991), de Gilles Deleuze & Felix Guattari ( Capitalismo e Esquizofrenia).
Hoje, Antonio Negri é mais conhecido como o co-autor, com Michael Hardt, do livro Império (2000). A tese marcante de “Império” é que a globalização e informatização dos mercados mundiais desde o fim dos anos 60 levaram um declínio progressivo na soberania dos estados-nação e a emergência de uma nova forma de soberania, composta por séries de organismos nacionais e supranacionais unidos sobre uma única regra lógica de governo. Esta nova forma global de soberania é o que os autores chamam “Império”. Esta mudança representa a “subordinação real da existência social pelo capital.” Ele fala sobre resistência constitutiva autônoma, epitomizada pelos Wobblies. O livro teve influencia mundial. Ele inspirou muitas iniciativas, incluindo o No border Network, a Libre Society, o KEIN; ORG. O Neuro-networking Europe, o D-A-S-H, entre outros. Uma seqüência de “Império” chamada “Multitudão” foi publicada em agosto de 2004.
Uma alternativa para as caracterizações estritamente políticas do projeto de Negri vem de um crítico Neoliberal, John J. Reilly, que chama “Império” de “um plot pós moderno para acabar com a Cidade de Deus”. De fato, o envolvimento de Negri no começo dos anos 50 com o Catholic Worker Movement e o Liberation Theology parecem ter deixado uma marca permanente em seus pensamentos. Um de seus mais novos trabalhos, o “Time for Revolution” (2003), se segura muito em temas de Agustine de Hippo até Baruch Spinoza e pode ser descrito como uma tentativa de achar a Cidade de Deus sem ajuda de “ilusões transcendentais” e da “Teologia do Poder” que ele acha um disparate de pensadores como Martin Heidegger e John Maynard Keynes. Estendendo e tentando corrigir a critica da ideologia como falsa consciência feita por Karl Marx.

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