Concurso público salva Parque das Cidades Loulé - Faro
02-09-2011
O Parque das Cidades, entre Loulé e Faro, vai ser posto a concurso público para evitar mais despesas aos dois municípios. A alta despesa em manutenção pode colocar em causa a sobrevivência da empresa gestora e já há no país quem tivesse colocado o estadio à venda. A revelação é feita hoje no semanário "O Algarve".
O jornal refere que o concurso público não impõe obras em concreto mas as autarquias de Faro e Loulé veriam com bons olhos uma proposta que incluísse a construção de um centro de congressos, um hotel e uma zona comercial, projecto cujo investimento global estimado atingiria os 100 milhões de euros
O concurso público internacional para a gestão e desenvolvimento do Parque das Cidades, entre Faro e Loulé, pode ser lançado em Outubro deste ano. A componente imobiliária continuará “de fora” e a eventual demolição do Estádio Algarve “não se põe”, disse ao semanário o Algarve Rogério Gomes.
Segundo o presidente do conselho de administração da empresa gestora do espaço, o concurso público “vai proibir” a construção de habitações, até porque o Parque das Cidades “é viável sem a componente imobiliária: foi pensado assim e não há nenhuma prova concludente a apontar o contrário”, sustenta.
A demolição da infra-estrutura desportiva, defende também Rogério Gomes, “é inviável”, até pelos custos inerentes a uma operação desse género: “demolir o Estádio Algarve custaria quase tanto quanto custou construí-lo”, defende.
O concurso público não impõe condições específicas, isto é, não define obras em concreto, e vai admitir propostas com outros projectos, para além dos já previstos no PDM – Plano Director Municipal e no PP – Plano de Pormenor para a área. Ou seja, há abertura para rever aqueles instrumentos de planeamento, “até ao limite do permitido pelo PROT - Plano Regional de Ordenamento do Território”, adianta o responsável.
No entanto, as autarquias de Faro e Loulé, apurou o Algarve, veriam com bons olhos uma proposta que incluísse a construção de um centro de congressos, um hotel e uma zona comercial, projecto cujo investimento global estimado atingiria os 100 milhões de euros.
O lançamento de um concurso público internacional para a gestão e desenvolvimento daquele espaço entre Faro e Loulé é uma forma de os dois municípios aliviarem a factura com a manutenção do Estádio Algarve, mas é simultaneamente a forma de dar continuidade ao projecto do Parque das Cidades.
Em Leiria, por exemplo, está a ser tentada outra solução para livrar o município dos encargos com outro dos palcos do Euro 2004: a autarquia vai tentar vender o estádio em hasta pública. E fá-lo assumindo um prejuízo de quase 40 milhões de euros – o estádio custou 100 milhões há sete anos atrás e a Câmara de Leiria está disposta a vendê-lo agora por 63 milhões.
O Estádio Algarve custa, em encargos com pessoal e juros dos empréstimos, mais de cinco mil euros por dia, suportados em partes iguais pelas câmaras de Faro e de Loulé.
As despesas de funcionamento da empresa Parque das Cidades rondam agora 300 mil euros por ano. Com a extinção da Empresa Intermunicipal Loulé-Faro, no final do ano, esse custo baixou de mais de meio milhão de euros para os actuais 300 mil.
O Parque das Cidades desenvolve-se numa extensão de 100 hectares, rodeado por uma área de protecção florestal de 120 hectares, onde não poderão surgir novas construções.
No projecto inicial, além do estádio, construído com vista a participação directa da região na organização e acolhimento do Campeonato da Europa de Futebol de 2004, estavam previstas infra-estruturas complementares, como um complexo desportivo, centro de congressos, Hospital Central e uma área verde polivalente, onde se incluía um jardim botânico e o circuito de manutenção, entre outras valências de carácter lúdico, desportivo e didáctico.
Observatório do Algarve
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