O Governo informou os partidos que o apoiam no Parlamento que no Programa de Estabilidade (que tem de apresentar em Bruxelas até ao final deste mês, a margem é praticamente nula para reforçar medidas de apoio social ou de ajuda à economia. Mas há “alguma margem para algumas melhorias”, diz fonte do Governo PS.
A notícia foi avançada pela TSF na manhã desta quinta-feira, citando fonte do Governo que conta que, nas reuniões que teve com PCP, BE e Verdes, ministro das Finanças traçou um cenário“conservador” para a evolução da economia portuguesa, justificando com a linha orçamental definida para este ano, depois de duras negociações com Bruxelas, e com a conjuntura externa, que pressionou para baixo as previsões para a economia portuguesa. Ao Observador, fonte do Governo prefere usar o termo“prudente” para caracterizar as previsões económicas em que se vai basear o Programa de Estabilidade e quando questionada sobre a inexistência de margem para acomodar medidas de apoio à economia e aos mais pobres, a mesma fonte responde que haverá“alguma margem para algumas melhorias”, sem dar outro exemplo que não o da continuação da eliminação da sobretaxa de IRS
A esquerda aprovou em dezembro passado o fim da sobretaxa de IRS no escalão mais baixo de rendimentos e a sua progressividade nos escalões seguintes, com a redução a ser calculada consoante o rendimento das famílias.
A TSF adianta ainda que a fonte que contactada falou ainda das consequências de outro caminho que não o conservador. Tendo em conta a rigidez das regras do Tratado Orçamental europeu, a margem para medidas viradas para a economia forçaria a outro caminho, que a esquerda tem rejeitado: “Seríamos obrigados a compensar com outras medidas de austeridade”.
Catarina Martins admite que “Portugal não está a viver uma situação fácil”, em declarações no programa da manhã da SIC-Notícias, lembrando que existe um “acordo da maioria parlamentar para ter uma estratégia diferente da dos últimos anos e que só fragilizou mais a economia portuguesa”. A coordenadora do Bloco de Esquerda coloca ainda como metas o “respeito pelos rendimentos do trabalho”, a “criação de emprego” e a “coragem para fazer investimento público”. E confrontada com eventuais novas restrições orçamentais, atira: “Portugal está a viver já restrições orçamentais. Se são restrições orçamentais para salvar a banca, talvez seja má ideia. Temos feito assim até agora sem ter grande resultado”, rematou.
observador.pt
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