O Sindicato dos Jornalistas pediu ao jornal Expresso para divulgar os nomes dos jornalistas que diz estarem envolvidos numa investigação judicial relacionada com o designado "saco azul do BES".
"O Sindicato dos Jornalistas insta a que sejam revelados os nomes dos mencionados 'jornalistas', à semelhança do que tem acontecido, aliás, com outros profissionais, de forma a poder atuar em conformidade nos casos que, e se, vierem a ser provados", lê-se num texto divulgado na terça-feira na página na internet do sindicato.
O sindicato pede uma "clarificação, realçando que a credibilidade do jornalismo é fundamental em democracia". Primeiro-Ministro da Islândia demite-se "A credibilidade do jornalismo é fundamental em democracia e não podemos deixar que ela seja minada por suspeitas cuja existência ainda está por provar, nem permitir que toda uma classe fique sob suspeita. Saudando o jornalismo de investigação, o Sindicato dos Jornalistas apela a que o jornal Expresso aja com a responsabilidade que lhe compete", acrescenta.
Segundo o mesmo texto, o sindicato escreveu na terça-feira ao diretor do Expresso a pedir esta clarificação e "lamentando que o semanário tenha posto em causa todos os jornalistas, ao não identificar aqueles que, segundo afirma, constarão de uma lista de alegados envolvidos numa investigação ao Grupo Espírito Santo (GES)".
Na edição de sábado, o jornal refere que o Ministério Público tem em sua posse uma lista de nomes alegadamente envolvidos em pagamentos da ES Enterprises, o 'offshore' conhecido como "saco azul" do Grupo Espírito Santo.
Dessa lista constam nomes de jornalistas, segundo o Expresso. ICIJ divulga em maio informações sobre 200 mil empresas O Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação (ICIJ) referiu que, a 9 de maio, vai divulgar a "maior quantidade informação de sempre" sobre empresas e os seus proprietários em offshore no âmbito dos "Papéis do Panamá". "O banco de dados vai incluir informações sobre mais de 200.000 empresas, fundos, fundos incorporados e fundações em 21 paraísos fiscais desde Hong Kong até ao Nevada, nos Estados Unidos", refere, na sua página na Internet, o Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação.
A divulgação daquela informação é, segundo o ICIJ, o "próximo passo da investigação que dura há um ano e ainda está em curso" dos "Papéis do Panamá".
O escândalo dos "Papéis do Panamá" revelou um vasto sistema de evasão fiscal que tem suscitado uma onde choque mundial e causou a abertura de várias investigações e a demissão do primeiro-ministro da Islândia.
A investigação está a ser feita por uma centena de jornais em todo o mundo a 11,5 milhões de documentos, que revelaram bens em paraísos fiscais de 140 responsáveis políticos ou personalidades públicas.
O conjunto de documentos provém da empresa de advogados panamiana Mossack Fonseca.
Segundo o Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação, que reuniu para este trabalho 370 jornalistas de mais de 70 países, mais de 214.000 entidades 'offshore' estão envolvidas em operações financeiras em mais de 200 países e territórios em todo o mundo.
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