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sábado, 30 de abril de 2016

Ex-guarda de Auschwitz acusado de ser cúmplice em mortes pede desculpas em julgamento na Alemanha


“Eu realmente sinto muito”, disse Hanning; “me envergonho de ter visto o errado acontecer e nada ter feito para parar isso”


O ex-guarda do campo de concentração de Auschwitz Reinhold Hanning, de 94 anos, que enfrenta julgamento na Alemanha sob a acusação de ter sido cúmplice em assassinatos cometidos no local, pediu desculpas nesta sexta-feira (29/04) perante o júri.

“Eu realmente sinto muito”, disse Hanning. “Me envergonho de ter visto o errado acontecer e nada ter feito para parar isso.”


Reinhold Hanning pediu desculpas nesta sexta-feira por ter visto 'o errado acontecer' e nada contra ter feito
Contra Hanning não há nenhuma prova de que ele tenha participado diretamente de alguma morte. Ele é acusado de ter feito parte do “funcionamento interno” do campo de Auschwitz, onde cerca de 1,1 milhão de pessoas foram mortas, sendo a maioria judeus.
Quem foi Reinhold Hanning?
Hanning nasceu em 28 de dezembro de 1921, na cidade de Helpup, na Alemanha, e trabalhou numa fábrica de bicicletas antes de se juntar ao Exército alemão, em 1940. Ele entrou nas Waffen SS - a unidade de elite de Hitler - e acabou sendo transferido para Auschwitz, na Polônia ocupada, em 1942, onde supervisionava a chegada dos detentos.
Entre janeiro de 1943 e junho de 1944, Hanning fez parte da “seleção” de detentos como guarda. A “seleção” era um processo feito esporadicamente para selecionar quem iria trabalhar e quem seria enviado às câmaras de gás. Durante o período em que Hanning esteve em Auschwitz, menos 25% dos que chegavam eram escolhidos para trabalhar.
Depois que o conflito acabou, o ex-guarda passou um tempo como prisioneiro de guerra no Reino Unido antes de retornar à Alemanha.
Julgamentos
O processo contra Hanning faz parte de uma nova estratégia da Justiça alemã de expandir o círculo de responsáveis pelo Holocausto. Até 2009, a única forma de conseguir uma condenação para ex-nazistas era provar, de fato, que o acusado tinha sido responsável pela morte de uma vítima individual. Essa premissa foi alterada após o julgamento do guarda do campo de extermínio de Sobibor, John Demjanjuk, condenado a cinco anos de prisão por ter facilitado o assassinato de pessoas devido ao seu trabalho no campo.
Outros três ex-guardas da SS, dois homens e uma mulher, também deverão ser julgados nos próximos meses.
operamundi.uol.com.br

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