Jerónimo de Sousa não conhecia o quadro que Mário Centeno só enviou para Bruxelas quando apresentou o Programa de Estabilidade - e que António Costa divulgou esta semana, depois de se saber da sua existência. E, não o conhecendo, diz não perceber a redução de 150 milhões de euros em apoios sociais, nem os 135 milhões que se perdem em investimento público.
Na Entrevista TSF, Jerónimo explica que não há razões para mexer em áreas como a Segurança Social, mas sim para a reforçar, desde logo com aumentos maiores das pensões. E avisa: o PCP "não está disponível" para discutir com o PS a introdução de condição de recursos a prestações sociais - como estava previsto no programa do PS.
Dizendo que o Programa de Estabilidade "avoluma as contradições" entre o acordo PS-PCP e o "objetivo de conseguir mais crescimento, mais justiça social e mais emprego", o líder comunista deixa uma pergunta em aberto para António Costa: "Como é que conseguimos [atingir os objetivos] se aceitamos os constrangimentos" das regras europeias?
Assim sendo, reforça, não há garantias de aprovação do próximo Orçamento do Estado. "O PS pode contar", sim, com "nossa disponibilidade para examinar", reforça o líder comunista.
Mas não estará agora o PCP preso ao PS? Jerónimo responde que não se sente "prisioneiro" e dá o exemplo do voto contra do seu partido à resolução do Banif: "Fizemos a avaliação e decidimos o voto contra. Foi a mudança de posição do PSD que levou à sua aprovação. Esta foi uma posição de princípio do PCP que se vai colocar noutras alturas".
Se a pressão comunista sobe, a verdade é que Jerónimo de Sousa deixa também elogios a António Costa: até aqui as coisas têm corrido bem, dentro dos constrangimentos". E o primeiro-ministro "tem mostrado capacidade de diálogo, tem mostrado boa cara ao mau tempo. "Está a afirmar-se no Governo. Não estou de boca aberta, também não tenho qualquer ponta de desilusão".
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