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quinta-feira, 28 de abril de 2016

Apenas três civis condecorados no 10 de Junho por Marcelo





Nova lei publicada ontem concentrou no Chefe de Estado poderes de organização das celebrações. Deixa de estar prevista a constituição de uma comissão

Os nomes permanecem em segredo. Mas o Presidente da República já decidiu: este ano, no 10 de Junho, irá condecorar apenas três civis. As condecorações serão entregues em Paris: uma no próprio dia 10 de junho; as outras duas no dia seguinte.

A lista das condecorações irá incluir, também, alguns militares. Mais uma vez, a Presidência mantém sob reserva a sua identificação. Mas sabe-se que serão muito poucos. Neste caso dos militares, as condecorações serão entregues em Lisboa, antes de o Chefe de Estado partir para França. Está a ser preparado um desfile militar que assinalará em Lisboa o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas e as condecorações aos militares serão entregues nesse contexto.

A curta lista de condecorações confirma a intenção presidencial, já noticiada pelo DN, de valorizar o gesto de condecorar alguém (uma pessoa ou uma instituição). Marcelo Rebelo de Sousa quer estabelecer um contraste com a forma como os anteriores chefes de Estado usaram este poder.

Tanto com Cavaco Silva como com Jorge Sampaio - e sobretudo com Mário Soares - as listas de condecorações do 10 de Junho contiveram sempre dezenas de nomes. Soares atribuiu em média 71 condecorações por cada Dia de Portugal, Jorge Sampaio 53 e Cavaco Silva 69.

Entretanto, saiu ontem no Diário da República um novo enquadramento legal da organização das comemorações do Dia de Portugal, revogando um decreto de 1992.

O novo decreto, aprovado no Conselho de Ministros no passado dia 21 e promulgado ontem, concentra no Presidente da República todos os poderes de organização das festividades, em "articulação com o Governo e serviços dele dependentes".

Deixa de ser estar prevista na lei a constituição de uma comissão de organização das comemorações, comissão essa que tinha um presidente escolhido pelo Chefe de Estado e quatro vogais também por si nomeados mas por indicação do primeiro-ministro.

Mais refugiados

Ontem, o Presidente da República encontrou-se com o homólogo polaco, Andrzej Duda, e um dos temas em discussão foi o do acolhimento a refugiados. Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que um "ponto fundamental de unidade" em Portugal é "o desejo de ir o mais longe possível no acolhimento dos refugiados", antecipando que o número de acolhidos vai aumentar nos próximos tempos.

Na conferência de imprensa conjunta, o chefe de Estado recordado a disponibilidade do país para receber até 10 mil refugiados.

"Infelizmente, não por vontade nem do Estado português nem da sociedade civil, o número de refugiados acolhidos tem sido inferior, mas vai aumentar nas próximas semanas e meses porque esse é um ponto fundamental de unidade na nação portuguesa: o desejo de ir o mais longe possível no acolhimento dos refugiados", assegurou Marcelo Rebelo de Sousa.

O Presidente da República aproveitou ainda para sublinhar, "com apreço", o reconhecimento feito pelo presidente polaco nessa mesma conferência de imprensa "da importância do papel da Europa em relação aos refugiados, na linha do pensamento do papa Francisco".

O polaco Andrzej Duda, que está a realizar uma visita de trabalho a Portugal,defendeu em Lisboa o fortalecimento e o reforço da "fronteira europeia" e declarou-se um "absoluto entusiasta" do acordo de Schengen sobre a livre circulação de pessoas no espaço comunitário.

www.dn.pt

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