Sindicatos e movimentos estudantis fazem apelo por 'pequena cidade dentro da cidade' no centro da capital francesa a partir de 28 de abril
Movimentos estudantis e autÓnomos e sindicatos da França convocaram nesta semana uma ocupação permanente na Praça da República, um dos locais mais famosos de Paris e que tem sido palco do movimento contra a reforma trabalhista proposta pelo governo do presidente francês, François Hollande.
“A partir do 28 [de abril], ficaremos na praça todas as noites”, diz a nota. O movimento faz um apelo para que os manifestantes levem “pregos, parafusos, martelo” e construam “uma praça fortificada, uma pequena cidade dentro da cidade”.
"Não nos esqueçamos que será necessário defender essa praça", diz a nota do movimento
“É o momento de procurar nos sótãos e garagens e de todos trazerem algo mais para pôr música na [Praça da] República, ou praça da Comuna, como alguns já a chamam”, afirma o comunicado.
Desde o dia 31 de março, movimentos sociais e cidadãos ocupam a Praça da República no movimento chamado “Nuit Debout” (“Noite em Claro”). Eles protestam contra medidas do governo francês que flexibilizariam a legislação trabalhista no país. A reforma alteraria a jornada de trabalho de 35 horas semanais, permitindo às empresas propor horários alternativos de trabalho, o que poderia aumentar a jornada. De acordo com Hollande, as medidas têm como objetivo reduzir o desemprego no país e criariam “direitos novos” e mais “diálogo social” dentro das empresas.
“Somos numerosos, fazemos o que queremos. Então esse é o momento de convocar todo mundo e de acreditar nisso, enfim dizer que podemos ficar até quando nós (e não a polícia) decidirmos partir”, segue a nota. Os movimentos possuem campanhas na internet com as hashtags #OnOcuppeMieuxQueÇa e #RamèneTaPlanche (“Nós ocupamos melhor que isso” e “Traga de volta sua tábua”, respectivamente).
Há duas semanas, Hollande afirmou em um programa da emissora France 2 que não iria “ceder à rua”, em referência aos protestos contra a reforma trabalhista, com a qual seguiria “até o fim”.
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